domingo, 16 de junho de 2013

A PACIENTE ALEMÃ

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Germano nasceu bonito, ao completar um ano ganhou concurso “Bebê Johnson”.  Durante a juventude encantava às jovens, hoje maduro ainda esbanja charme. Joga tênis três vezes por semana, no clube as mulheres suspiram admirando o porte de homem bonito, atlético, espadaúdo.
Sua carreira de médico tem comportamento exemplar, nunca correspondeu aos assédios das fãs clientes, é respeitador, ético em sua profissão, jamais se envolveu com alguma paciente, entretanto, não é um santo.
Semana passada em seu consultório particular a atendente anunciou Graziela, nova cliente. Ao entrar, a bela mulher passou o olhar em volta, gostando do ambiente limpo e bem decorado, sorriso nos lábios deu boa tarde ao doutor Germano. Ele respondeu, olhou nos olhos da senhora, perguntou o que a trazia ao consultório.
- Uma dor por aqui, doutor - apontou a área do ventre.
Germano fez uma série de perguntas preenchendo a ficha médica, surpreendeu-se com a idade da mulher, 45 anos, nacionalidade alemã, falava bem o português, parecia ter 35, bem conservada, loura de pele rosada, olhos azuis pareciam duas ximbras. Ao terminar pediu para ela descalçar os sapatos, subir à balança. Germano escrevia, ao levantar a vista, o coração bateu forte, encantado com a surpresa, Graziela estava em cima da balança apenas de calcinha, seu corpo bem delineado, sensualidade exuberante deixou o doutor com o sangue fervendo nas veias. Germano aproximou-se, nervoso, mediu o peso e altura daquela mulher extraordinariamente bela, bem pertinho, deu-lhe uma vontade imensa de abraçar-lhe. Controlou-se, pediu para vestir-se, retornar à cadeira.
Novamente cara a cara com a paciente, Germano prescreveu exames, tomografia e radiografia do ventre. Ela recebeu a requisição, olhou nos olhos de Germano, perguntou.
- Não vai fazer o toque vaginal?
O médico controlou-se, afirmou não ser preciso, com o resultado dos exames ele avaliaria com precisão.
Graziela sorriu olhando para o doutor, segurou sua mão, confessou.
- Doutor, quero esclarecer a situação falando português claro, eu tenho uma fantasia, desde que lhe vi jogando tênis no clube, soube que era médico, deu-me uma imensa vontade de fazer amor com você de jaleco aqui em seu consultório. Sou casada, não tenho problemas com o marido, hoje tenho essa oportunidade única, quero você apenas uma vez, satisfazer minha fantasia, sonho quase todas as noites nós dois nos abraçando, rolando no chão de seu consultório.
- Dona Graziela, por favor, a senhora é uma belíssima mulher, provocou-me uma atração quase incontrolável, aonde a senhora quiser, no Rio, no Recife, no Japão, na Alemanha, podemos nos encontrar. Eu invento uma viagem, vamos passar uma lua de mel em Fortaleza? Aqui não posso, tenho um profundo respeito por minha profissão, meu consultório é um sacrossanto local onde exerço a medicina, me proíbe qualquer aproveitamento de paciente, por favor, não torne difícil para mim, você é bela, sensualíssima, gostosa mulher, compreenda, se quebrar minha ética ficarei profundamente magoado comigo mesmo, por favor.
- Meu sonho é lhe amar no consultório, minha fantasia é ser abraçada pelo doutor de jaleco, fora disso não existe fantasia, não quero.
 Levantou-se, deu meia volta, ao se aproximar da porta trancou-a a chave, virou-se, num átimo deixou o vestido cair, segurou a calcinha pelos dedos. Ele partiu rápido, chamou-a de louca, ajudou apressadamente a vesti-la, pediu não retornar ao consultório, a paciente alemã saiu pisando forte, aborrecida. Germano fechou a porta, respirou fundo, de repente deu quatro murros na parede, sangrou a mão.

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