sexta-feira, 29 de novembro de 2013

CURTO, GROSSO E VERDADEIRO!

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES


A PALAVRA DA MODA

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

Em todos os locais aonde vamos, nos sites de notícias, nas redes de televisão, ou nas emissoras de rádio, a palavra mais pronunciada é "assalto". Quantas saudades dos tempos em que assalto significava apenas uma ingênua festinha nas casas de amigos! Mas, como estamos no novo mundo movido pela ganância, a palavra assalto transformou-se numa coisa terrível que, infelizmente, todos, especialmente, as pessoas mais vulneráveis, já ouviram ou presenciaram alguém ouvi-la de pessoas marginalizadas – isso é abominável!
Peço agora, licença aos meus diletos políticos partidários, e, aos mestres e doutores em economia, para, com todo respeito, contar algumas histórias presenciais e tecer os meus comentários, segundo a resposta do mundo atual.
Essa semana ao abastecer o meu veículo num posto de combustíveis, encontrei uma criança, por ironia do destino, estudante de um colégio militar situado no bairro do Trapiche da Barra, acompanhada da mãe, que, desesperada, parara no referido estabelecimento para pedir água para a menina, que estava trêmula, pois acabara de sofrer um segundo assalto em apenas uma semana, segundo ela, através dos mesmos delinquentes – a infeliz criança, segundo a mãe, iria fazer uma prova dali à instantes, imaginem em que condições psicológicas! Para termos uma ideia do nosso caos social, num mesmo dia, aqui em Maceió, acontece uma média de cinco assaltos a ônibus.
No domingo, fui acordado por um barulho em baixo da minha janela, provocado por populares que agrediam um jovem aparentando ser menor de 18 anos, que foi salvo do trucidamento fatal, graças à presença da polícia militar. Soube depois, quando tive coragem de me aproximar do pobre delinquente, tratar-se de uma pessoa, supostamente, beneficiada pelos alugueis sociais patrocinados pelo governo municipal (R$150,00), em casebres próximos ao local do crime - um assalto à uma senhora.
Esses aluguéis sociais, à exemplo das bolsas, à primeira vista, podem ser enxergados como um benefício social, já que, essas infelizes criaturas não têm um teto para se abrigarem, ou um simples  prato de comida. O grande enigma, e, aí, vem a questão social, ou, o outro lado do problema, é que, por serem pessoas nascidas ao acaso, sem acesso à educação genuína e, assim,  excluídas da sociedade, sobrevivem nas ruas, sem nenhum programa sério e apolítico de inclusão social, usando as drogas mais baratas e, cometendo roubos para alimentar o vício. Um fato que, também, me chamou à atenção no último caso contado nesse texto, é que o jovem marginal, ficou cerca de duas horas guardado pela polícia a espera do SAMU, e, apesar do evento ter sido bem próximo ao seu casebre, nenhum parente, sequer, ousou se aproximar dele. É nesse ponto, onde eu enfatizo e acirro as minhas críticas aos ditos programas sociais do governo. Tenho plenas convicções, sobretudo, humanas, que não adianta juntar um bando de seres humanos desprovidos de qualquer informação e jogá-los em barracos sem nenhuma infraestrutura, dar-lhes parcos dinheiros, e deixá-los á mercê de todos os tipos de promiscuidades, à exemplo da prática do sexo banal gerando a reprodução, desmedida e inconsequente, na estranha capital.
Definitivamente, a desordem está estabelecida na cidade. A quantidade de jovens, muitos ainda na mais tenra idade, sem uma ocupação digna, nas regiões da periferia social, é impressionante! A absoluta maioria, fora da escola, muitos, sequer, aprenderam a ler ou escrever, mesmo sendo obrigados a frequentar uma escola miserável para justificar o recebimento das esmolas governamentais. Mas, o que esperar de um país aonde um criminoso, à exemplo do sr. José Genoíno, recentemente condenado pelo Supremo Tribunal Federal, receber cerca de  R$123.000,00 e um professor, com curso superior, ultrajantes, R$800,00? Na verdade, com essa forma míope e maliciosa de enxergar a pobreza, jamais teremos justiça e igualdade social; a transferência de renda permanecerá ativa e "assalto" continuará sendo a palavra da moda. 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

MENINOS, EU TAMBÉM VI!

Texto de Aloisio Guimarães

Domingo passado fui testemunha de três recordes esportivos que levarão muitos anos para serem quebrados ou igualados:
À tarde, assisti, em Interlagos, o GP Brasil de Fórmula 1 e vi o alemão Sebastian Vettel se tornar em um dos pilotos com o maior número de vitórias consecutivas (9 vitórias) e também ser um dos pilotos com maior número de vitórias numa mesma temporada (13 vitórias).
Somente quem estava no autódromo era capaz de ver, com uma clareza espantosa, a larga vantagem de Vettel (e seu carro) sobre os demais competidores. Logos nas primeiras voltas, todos estávamos admirados com o "banho" que ele já dava nos outros carros. Tínhamos a certeza de que somente um acidente poderia fazer com que ele perdesse a prova e, como não aconteceu, ele venceu e se tornou recordista.

À noite, mesmo não sendo um são-paulino, fui ao Morumbi testemunhar o grande (e injustiçado) goleiro Rogério Ceni se tornar o recordista mundial como o jogador que mais vezes vestiu a camisa de um mesmo clube de futebol: 1.117 jogos pelo São Paulo Futebol Clube. E olhe que ele ainda não se aposentou.
O jogo foi contra o Botafogo-RJ e terminou 1x1. Por ironia do destino, infelizmente, o gol do Botafogo surgiu depois de uma falha sua (dele), ao sair mal do gol, tentando cortar um cruzamento.

Parabéns, Vettel!
Parabéns, Rogério!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

SÓ NO BRASIL...

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

César de Medeiros, de 42 anos, morador de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, entendendo que a sua fatura da "Claro TV" era muito alta, ligou para a operadora, pedindo um desconto.
Pois bem, na conta do mês de novembro, ele foi brindado com uma surpresa desagradável: o nome de "Otário Chorão".

Ele ligou para a Claro e reclamou da "brincadeira", que, por sua vez, declarou que esse tipo de comportamento "não está de acordo com os princípios e valores da companhia".
Segundo notícias, ele não pretende processar a Claro.
Agora pergunto:
- Se tudo que ele afirma é verdade, inclusive a foto da fatura, e depois diz que não vai processar a Claro, então ele é o quê?

domingo, 17 de novembro de 2013

PERGUNTAS ÓBVIAS

Texto de Aloisio Guimarães

Depois que um dos maiores brasileiros de todos os tempos, o ministro Joaquim Barbosa, decretou a prisão dos petistas responsáveis pelo maior escândalo de corrupção já vista na história do Brasil, o ex-presidente Lula telefonou para seus "cumpanhêro", dizendo: "Estamos juntos".
Se ele está certo, como sempre julga, pergunto:
- Isso é uma confissão de culpa? Se é verdade o que ele diz, quando e aonde é que ele vai se apresentar para também ser preso?
 

sábado, 9 de novembro de 2013

OLHA TEU JARDIM

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Olha em teu jardim as rosas entreabertas e nunca as pétalas caídas.
Observa em teu caminho a distância percorrida e nunca a que ainda falta.
Guarda em teu olhar os brilhos da alegria e nunca as névoas de tristeza.
Retém da tua voz gargalhadas e canções e nunca os gemidos dolorosos
Conserva em teus ouvidos as palavras de amor e nunca as de ódio.
Grava em tuas pupilas o nascer das auroras e nunca os teus poentes tristonhos,
Conserva em teu rosto as linhas dos sorrisos e nunca os sulcos do teu pranto.
Conta aos homens o azul de tuas primaveras e nunca as tempestades de teus verões.
Guarda em tua face apenas as carícias desfrutadas, esqueça as bofetadas recebidas.
Mantenha de teus pés os passos retos e precisos, esqueça os caminhos tortuosos.
Recorda com prazer as tuas vitórias, esqueça as desilusões e as quedas.
Recorda os dias em que fostes água pura e límpida; esqueça as horas em que te sentistes um pântano
Conta e se orgulhe das medalhas de tuas vitórias. Esqueça as cicatrizes das derrotas.
Olha de frente o sol que existe em tua vida, ignore a sombras que fica atrás...
A flor que se abre é mais importante que mil pétalas caídas e apenas um olhar de amor pode ser suficiente para aquecer muitos invernos...
Sê otimista e nunca te esqueças que na escuridão das noites sem luar, é que brilham muito mais as estrelas.
Que tua vida seja sempre um jardim florido!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

DICAS DE PORTUGUÊS

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

“Custas” só é usado na linguagem jurídica, para designar despesas feitas no processo. Portanto, devemos dizer, no singular: O filho vive à custa do pai.
• O certo é "a meu ver" e não “ao meu ver”.
Não existe a expressão "à medida em que". Ou se usa “à medida que” correspondente a “à proporção que”, ou se usa “na medida em que” equivalente “a tendo em vista que”.
"A princípio" significa inicialmente,antes de mais nada". Exemplo: A princípio, gostaria de dizer que estou bem.
• "Em princípio" quer dizer "em tese". Exemplo: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.
"À-toa"(com hífen), é um adjetivo e significa "inútil", "desprezível". Exemplo: Esse rapaz é um sujeito à-toa.
"À toa", (sem hífen), é uma locução adverbial e quer dizer "a esmo", "inutilmente". Exemplo: Andava à toa na vida.
• Com a conjunção “se”, deve-se utilizar “acaso”, e nunca “caso”. O certo: Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe... Mas podemos dizer: Caso o veja por aí...
• “Acerca de” quer dizer “a respeito de”. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático.
• “Há cerca de” é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz: Há cerca de um mês que não a vejo.
• Não esqueça: “Alface” é substantivo feminino: A Alface está bem verdinha.
Além pede sempre o hífen: além-mar”, “'além-fronteiras”, etc.
• “Algures” é um advérbio de lugar e quer dizer em algum lugar”; já “alhures” significa “em outro lugar”.
• Mantenha sempre fechado o timbre do “o” na pronúncia do plural das seguintes palavras: “almoços”, “bolsos”, “'estojos”, “esposos”, “sogros”, “polvos”, etc.
• O certo é “alto-falante”, e não “auto-falante”.
• O certo é “alugam-se casas”, e não “aluga-se casas”. Mas devemos dizer “precisa-se de empregados”, “trata-se de problemas”. Observe a presença da preposição “de” após o verbo. É a dica pra não errar.
• Depois de um ditongo, geralmente, deve ser empregado a letra “x”. Por exemplo: “afrouxar”, “encaixe”, “feixe”, “baixa”, “faixa”, “frouxo”, “rouxinol”, “trouxa”, “peixe”, etc.
• “Ancião” tem três plurais: “anciãos”, “anciães”, “anciões”.
• “Cidadão” só tem um plural: “cidadãos”.
• Só use ao “invés de” para significar “ao contrário de”, ou seja, com ideia de oposição. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu.
• “Em vez de” quer dizer “em lugar de”. Não tem necessariamente a ideia de oposição. Veja: “Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas” (Estudar não é antônimo de brincar).
• Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois “s”. Escreva sempre com o s dobrado.
Não existe preço barato ou preço caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.
• Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão “bem vindo” (sem hífen) e até “benvindo”. As duas estão erradas. Deve-se escrever “bem-vindo”, sempre com hífen.
• Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc. O nome fica sempre coladinho: O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962.
• Veja bem: uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias. A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses. Percebeu a diferença?
• Hoje, tanto se diz “boêmia” como “boemia”. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonicidade no “mia’.
• Cuidado: “Eu caibo” dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.
• Preste atenção: O senador Luiz Estêvão foi cassado. Mas o leão foi caçado e nunca foi achado. Portanto, “cassar” (com dois “s”) quer dizer tornar nulo, sem efeito.
• Existem palavras que só devem ser empregadas no plural: “os óculos”, “as núpcias”, “as olheiras”, “os parabéns”, “os pêsames”, “as primícias”, “os víveres”, “os afazeres”, “os anais”, “os arredores”, “os escombros”, “as hemorroidas”, “as fezes”, etc.
• Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de “caráter” é “caracteres”. Então: Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.
• “Cartão de crédito” e “Cartão de visita” não pedem hífen. Já “Cartão-postal” exige o tracinho.
• “Catequese” se escreve com “s”, mas “catequizar” é com “z”. Esse português...
• O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc.
• “Censo” é de recenseamento; “senso” refere-se a juízo: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.
• Você não bebe a champanhe; bebe o champanheÉ, portanto, palavra masculina.
• “Cincoenta” não existe.  Escreva sempre “cinquenta”.
Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao “i”, como de fosse “gratuíto”; todavia, a pronúncia correta é “gratuito”, da mesma forma que pronunciamos “intuito”, “circuito”, “fortuito”, etc.
• E ainda tem gente que teima em dizer “rubrica”, em vez de rubrica, com a sílaba “bri” mais forte que as outras. Escreva e diga sempre “rubrica”.
Ninguém diz “eu coloro esse desenho”. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo “abolir”. Ninguém é doido de dizer “eu abulo”. Para dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito.
Outro verbo danado é “computar”. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: “eu computo”, “tu computas”, “ele computa”. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam no plural: “computamos”, “computais”, “computam”.
• Outra vez atenção: os verbos terminados em “-uar” fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em “-e” e não em “-i”. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava.
• A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em “-uir” devem ser escritos naqueles tempos com “-i”, e não “-e”. Veja: Ele possui muitos bens.  Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso.
• “Coser” significa “costurar”. “Cozer” significa “cozinhar”.
• O correto é dizer “deputado por São Paulo”, “senador por Pernambuco”, e não “deputado de São Paulo” e “senador de Pernambuco”.
• “Descriminar” é absolver de crime, inocentar“Discriminar” é distinguir, separar. Então: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres.
• “Dia a dia” (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia após dia. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que “dia-a-dia” (com hífen) é um substantivo que significa “cotidiano” e admite o artigoO dia-a-dia dessa gente rica deve ser um tédio.
• A pronúncia certa é “disenteria”, e não “desinteria”.
• A palavra “dó” (pena) é masculina. Portanto: Sentimos muito dó daquela moça.
Nas expressões “é muito”, “é pouco”, “é suficiente”, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Exemplo: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente.
• Há duas formas de dizer: “é proibido entrada” e “é proibida a entrada”. Observe a presença do artigo “a” na segunda locução.
• Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: “televisão em cores”, e não a cores.
• Cuidado: “emergir” é vir à tona, vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lagoMas “imergir" é o contrário: é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar.
• A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: “enfarte”, “enfarto”, “infarto”.
• Outra dúvida: nunca devemos dizer “estadia” em lugar de “estada”. Portanto: A minha estada em São Paulo durou dois dias. estadia do navio em Santos só demorou um dia. Portanto, “estada” para permanência de pessoas, e “estadia” para navios ou veículos.
• E não esqueça: “exceção” é com “ç”, mas “excesso” é com dois “ss”.
• Lembra-se dos verbos defectivos. Lá vai mais um: “falir”. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: “nós falimos”, “vós falis”. Já pensou em conjugá-lo assim: “eu falo”, “tu fales”... Horrível, não?
 • Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase: “frente a frente”, “cara a cara”, “gota a gota”, “face a face”, etc.
• Outra vez tome muito cuidado: quando for ao supermercado, peça “duzentos ou trezentos gramas de presunto”, e não “duzentas ou trezentas”. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: Não pise na grama; a grama está bem crescida.
• É frequente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: “Há muitos anos atrás...” Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, “há” já dá ideia de passado. Ou se diz simplesmente “há muito anos...” ou “muitos anos atrás...”. Escolha, mas não junte o “há” com “atrás”.
• Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em “-n” recebem acento gráfico, mas as palavras terminadas em “-ns” não recebem: “hífen”“hifens”“pólen”, “polens”.
• Atenção: “Ele interveio” na discórdia, e não “interviu”. Afinal, o verbo é “intervir”, derivado de “vir”.
• “Item” não leva acento. Nem o seu plural itens.
O certo é “a libido”, feminino. Devo dizer: “Minha libido” hoje não tá legal.
• Todo mundo gosta de dizer “magérrima”, “magríssima”, mas o superlativo de magro é “macérrimo”.
• Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior. Portanto, devemos dizer: “Os alunos mais bem preparados são os do 2º grau.”. E nunca: “Os alunos melhor preparados..”.
• Essa história de “mal com l”, e “mau com u”, até já cansou: É só decorar: “Mal” é antônimo de “bem”, e “mau” é antônimo de “bom”. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.
• Pronuncie “máximo”, como se houvesse dois “sãs” no lugar do “x” (mássimo).
• Toda vez que disser “É meio-dia e meio você estará errando”.  O certo é “Meio-dia e meia”, ou seja, meio-dia e meia hora.
• Não tenho “nada a ver” com isso, e “não haver” com isso.
• “Nem um nem outro” leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu.
• Toda vez que usar o verbo “gostar” tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição “de”. Exemplo: A coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é minha mãe.
• Fique atento: nunca diga, nem escreva “1 de abril”, “1 de maio”... Mas sempre: “primeiro de abril”, “primeiro de maio”... Prevalece o ordinal.
• É chato, pedante ou parece ser errado dizer “Quando eu vir Maria, darei o recado a ela.”. Mas esse é o emprego correto do verbo “ver” no futuro do subjuntivo.  Mas quando é o verbo “vir” que está na jogada, a coisa muda: “Quando eu vier”, “Se eu vier.”.
• Só use “quantia” para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar “quantidade”. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista.
• O prefixo “recém” sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: Recém-chegado de Londres.
• Não esqueça: “retificar” é “corrigir”, e “ratificar” é “comprovar, reafirmar”: Eu ratifico o que disse e retifico meus erros.
• Quando disser “ruim”, diga como se a sílaba mais forte fosse “-im”. Não tem cabimento outra pronúncia.
• Fique atento: só empregamos “São” antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João, São Tomé, etc. Se o nome começa por “vogal ou h”, empregamos “Santo”Santo AntônioSanto Henrique, etc.
• E lembre-se: “seção”, com “ç”, quer dizer “parte de um todo, departamento”: A seção eleitoral, A seção de esportes... Já “‘sessão”, com dois “ss”, significa “intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembleia, um acontecimento qualquer”: A sessão do cinema demorou muito tempo
• Não confunda: “senão”, (juntinho), quer dizer “caso contrário" e “se não” (separado), equivale a "se por acaso não". Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?
• Tire esta dúvida: quando “só” é adjetivo, equivale a “sozinho” e varia em número, ou seja, pode ir para o plural. Mas “só” como advérbio, quer dizer “somente”. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os trará de volta.
• É comum vermos no rádio e na tv o entrevistado dizer: O que nos falta são “subzídios”. Quer dizer, fala com a pronúncia do “z”, mas não é; pronuncia-se “'ss”. Portanto, escreva  “subsídio” e pronuncie “subsídio”.
• “Taxar” quer dizer “tributar, fixar preço”. “Tachar” é “'atribuir defeito, acusar”.
• E nunca diga: “Eu torço para o Flamengo”. Quem torce de verdade, “torce pelo Flamengo”.
• Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.
• “Um dos que” deixa dúvidas, mas, pela norma culta, devemos pluralizar. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio.
• “Veado” se escreve com “e”, e não com “i”.
• Esse português da gente tem cada uma: tem “viagem” com “g” e “viajem” com “j”. Tire a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo.
O prefixo “vice” sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.
• Geralmente, se usa o “x” depois da sílaba inicial em: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc. Mas cuidado com as exceções: “encher” e seus derivados: enchimento, enchente, enchido, preencher, etc. E quando “-em” se junta a um radical “-in”. 

domingo, 3 de novembro de 2013

OS DEZ ANOS DO BOLSA FAMÍLIA

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

O governo federal e seus aliados políticos estão comemorando o aniversário de dez anos do seu mais importante programa social - o bolsa família. O referido abono monetário pago mensalmente às famílias brasileiras que sobrevivem abaixo da linha de pobreza, surgiu de forma mais contundente, no governo do então presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva, já que fora iniciado, efetivamente, no governo Fernando Henrique Cardoso.
As cifras gastas com o programa e o número de pessoas cadastradas são impressionantes, e denunciam o calamitoso abandono social das pessoas mais pobres que continuam sendo geradas de forma fortuita nos milhares de grotões formados nas periferias das grandes cidades, essencialmente, no nordeste brasileiro. Em detrimento à esses bilhões de reais retirados dos impostos pagos pela população e doados às pessoas mais pobres, às próprias vítimas, supostas, beneficiárias da esmola, são negados direitos inalienáveis, tais quais, educação e saúde de qualidade.
Durante as comemorações foram pronunciados curiosos e abomináveis discursos pelos políticos governistas, mesmo diante da miséria escarnada e do, consequente, caos social, vivido pela população brasileira. Eles afirmam, dando publicidade política, que houve uma redução da pobreza, com uma quebra do ciclo geracional da mesma e uma ampliação do acesso à educação.
Analisando com bastante cautela e racionalidade as declarações dos entes governistas, podemos afirmar, inicialmente, que é bastante claro e evidente que, após se deixar proliferar, criminosamente, uma população de mais de 50 milhões de pessoas sobrevivendo abaixo da linha da pobreza, que qualquer dinheiro dado como esmola, reduzirá essa pauperização! Mas, será que isso é o suficiente para erradicar a miséria? Claro e evidente que não! A miséria deve ser entendida dentro de um contexto mais social e abrangente, onde, obrigatoriamente, deveremos incluir a educação e a saúde publica como objetos prioritários. Além de tudo não é humano analisarmos a vida de pessoas carentes de tudo, através de simples injeções monetárias, fora de um sistema global, ou, dentro de um mundo isolado, abandonado, insano e cruel, que só é visitado pelos falsos tutores em períodos eleitorais, quando eles vão buscar ali o retorno das parcas esmolas.
Quando afirmam que estão quebrando o ciclo geracional da pobreza, não precisamos de muito saber para nos indignarmos, pois, temos plenas convicções imparciais e apartidárias políticas, que miséria em qualquer país do mundo é gerada com a falta de educação básica, e, sabemos in loco, e, eles também deveriam saber, que a escola na qual os abonados são obrigados a matricular seus filhos, é de péssima qualidade, muitas até, indignas para abrigar qualquer ser humano, por poucos minutos.
Quando falam em ampliação do acesso à educação, mais uma vez estão faltando com a verdade, pois, é bastante comum observarmos crianças fora das salas de aula por falta de transporte, merenda, professores, ou escolas fechadas por risco de desabamento ou, até mesmo pela violência reproduzida nesse mundo paralelo.
Será que de 2003 para cá, tivemos algum avanço social? Ou será que a violência, resposta da pobreza e da miséria, diminuiu nesse intervalo temporal? É evidente que não.
A verdade é que, infelizmente, ainda não aprendemos a entender que crescimento econômico e desenvolvimento humano, não podem caminhar separados, sobretudo, quando esse, suposto, crescimento monetário advém do assistencialismo, marca registrada dos programas sociais do governo, que, apenas alimenta a política mesquinha, destrói a dignidade humana e aniquila a sua capacidade ideológica. É importante entendermos que a gênese principal da violência é a desigualdade social e que essa só será combatida com mudanças radicais, e essa transformação tem que começar pela educação pública básica.
Sonho com o dia em que nossos governantes esqueçam a perpetuação no poder e transfiram os R$ 20.5 bilhões investidos no bolsa família, para uma escola inclusiva, em tempo integral, com um turno na sala de aula, e outro, em um ginásio poli esportivo, regida por profissionais capacitados e bem remunerados, e, a noite, com cursos profissionalizantes para os pais. Somente dessa forma combateríamos a pobreza extrema e aniquilaríamos o ciclo geracional da mesma.