sábado, 4 de abril de 2015

ANTRO DE CORRUPÇÃO

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR

A cada dia que nós acessamos algum meio de comunicação, tomamos conhecimento de um novo caso de corrupção ativo e passivo. Infelizmente, esses absurdos já não nos impactam mais! A banalização dos fatos e a falta de punição dos culpados são os motivos do desprezo popular por coisas tão sérias e que a população, mormente os corruptos passivos, ainda não compreenderam serem as gêneses principais da nossa desgraça social e econômica. “Ele rouba, mas faz”! “Se eu tivesse lá faria a mesma coisa”! São algumas frases bastantes repetidas pelos corruptos passivos e pretensos corruptos ativos. Uma coisa é indiscutível: o sujeito só se corrompe, salvo tenha alguma anomalia psíquica, se tiver a certeza da impunidade. É importante que não entendamos a corrupção, apenas, no âmbito político estatal. Por exemplo, uma nota ou presença graciosa dada a um aluno, também é um ato de corrupção ativo e passivo, e bastante grave.

Todos os setores que compõem a nossa gloriosa república já se lambuzaram nesse mar de lamas que forma esse asqueroso oceano de podridão. O último caso noticiado, pelo menos, até a conclusão desse texto, foi a prisão de dois advogados, através da Polícia Federal, acusados de um suposto suborno para a facilitação de um habeas corpus que beneficiaria os assassinos intelectuais de um colega advogado. Pasmem! É importante esclarecermos para os leigos no assunto, que, advogado nenhum tem o poder de soltar qualquer réu. A sua função, restrita, é de construir um argumento objetivo que convença o magistrado a libertar o seu cliente. Entendido isso, e baseado nas notícias divulgadas, esse processo de corrupção ativo e passivo é bem mais sério e preocupante, pois, envolveria, também, gente graúda do nosso judiciário.

Antes desse nosso caso particular, e posterior ao maior dos escândalos da nossa República - o caso da PETROBRAS – tivemos o da Receita Federal - nossa feroz caçadora de receitas. Esse novo escândalo foi investigado pela Polícia Federal que o batizou de “Zelotes” - nome bíblico usado para ironizar o termo zelo. Essa operação que desvirginou, talvez, a instituição ainda incólume nesse mar de corrupção, identificou lavagem de dinheiro, tráfico de influência, associação criminosa e etc. Todas essas patifarias de “colarinho branco” foram praticadas no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Esse tal Carf, é o responsável pelo julgamento dos recursos das pessoas físicas e jurídicas impetrados junto à Receita Federal. A Polícia Federal estima que houve desvios de cerca de 19 bilhões em apenas 70 processos investigados. Pasmem, novamente!

O caso da PETROBRAS, provavelmente, a maior de todas as patifarias nacionais, roubou dos cofres da grande empresa estatal, mais de 10 bilhões de reais. Pasmem, mais uma vez! A sujeira envolveu dirigentes da empresa, componentes de partidos políticos de todas as ideologias, empreiteiras e etc. muita gente dita importante se lambuzou. Alguns, já bastantes sujos, diga-se de passagem.

Se fossemos elencar aqui todos os processos abertos pela nossa Policia Federal, apenas nas nossas prefeituras municipais, teríamos que fazê-lo em um espesso livro.  Pasmem, de novo!

Todas essas impunes patifarias têm transformado o nosso país num terrível caos social e econômico. A redução do crescimento econômico, o aumento do desemprego, aumento do déficit na balança comercial, perda de arrecadação de impostos e aumento da inflação são desastres econômicos que não devemos desatrela-los da corrupção. É importante ressaltarmos que todas essas irregularidades não são obras exclusivas do governo atual; esse “câncer” que, devido à inércia dos seus combatentes, já corroeu todos os órgãos do organismo estatal, e é bastante antigo. Porém, devemos compreender que os maiores escândalos de corrupção da nossa República surgiram nos últimos dez anos de governo e as consequências estão sendo sentidas agora. Os aumentos sucessivos nas contas de energia, absurdos aumentos nos preços dos combustíveis, falta de correção na tabela do Imposto de Renda, cortes de programas importantes nas Universidades públicas, farra de diplomas nas faculdades particulares e etc. São frutos do antro de corrupção em que se transformou a nação brasileira.

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