José Maria Barreto Galvão Filho, o nosso estimado amigo "Zé Maria", é uma
daquelas pessoas diferenciadas porque, além de ser engenheiro (e dos bons),
profissão voltada para números, é um excelente dominador da língua
portuguesa, coisa rara para quem milita na área
das ciências exatas. O seu vasto conhecimento do nosso idioma foi
adquirido durante os anos em que ele trabalhou no Diário Oficial do Estado
de Alagoas, virando noites, na função
de Revisor.
Uma curiosidade engraçada no Zé Maria é que ele é a única
pessoa que eu conheço que é capaz de assoviar, sem abrir a boca e nem fazer “bico” com os lábios. Contam que durante
as aulas de Desenho na Escola de Engenharia, assoviando assim, ele costumava infernizar a
vida do saudoso professor “Ploc”.
Outro fato que pouca gente sabe é que, quando jovem, Zé
Maria foi jogador de futebol das categorias de base do CRB, apesar de ser
“azulino doente”,
ou seja, torcedor do CSA - clube rival do CRB. Sempre que lembramos esta
contradição, ele faz questão de explicar:
- Fui bicampeão pelo CRB e nos três anos que joguei lá, com muito
orgulho, fui o capitão do time, mesmo eles sabendo do meu
coração azulino porque tinham certeza de que, lá dentro das
quatro linhas, comigo, não tinha disso não: era pau para comer sabão e pau para saber que sabão não se come!
O Zé Maria jogava na zaga e diziam que ele “dava pro gasto”, ou seja,
jogava razoavelmente, coisa que ele contesta veementemente, dizendo que ele era bom, mas tão bom que jogou
pela Seleção Alagoana Juvenil, em torneios nos estados de Pernambuco e São Paulo.
E foi graças a sua habilidade futebolística que, quando era
estudante, ele foi titular da equipe de futebol de campo do curso de
Engenharia durante os Jogos Universitários. Naquela época, ao contrário de
hoje, os Jogos Universitários eram movimentados, concorridos e disputados, como
se fossem uma Copa do
Mundo. Era gostoso ver a rivalidade, sadia, entre os alunos
dos cursos de Engenharia e Medicina, coisa do tipo jogo CSA x CRB (antes das
torcidas organizadas - ou seriam marginais organizados?).
Além da inteligência privilegiada e o seu dom no trato com a pelota, Zé Maria tem um atributo
incomum: o cara tem uma cabeça enorme. Uma cabeça "de impor respeito"; uma cabeça tão grande, daquelas
que diziam, antigamente, “uma
cabeça de
arrombar navio”!
E foi por conta “desse
presentinho que Deus lhe deu” que o engenheiro Nilton
Mesquita, mais conhecido como “Siri-mole”,
amigo comum, já falecido, não cansava de relatar o causo a
seguir:
Durante os Jogos Universitários, todas as vezes que a zaga
do time de futebol de Engenharia cometia uma falta nas proximidades da
área, o juiz perguntava:
- Quer barreira, goleiro?
Ao ouvir a pergunta, o goleiro respondia que sim e
estendia a mão espalmada. Ao ver o gesto do goleiro o juiz perguntava:
- Cinco jogadores na
barreira, é isso?
Então o goleiro respondia:
- Não, seu juiz! É somente
o número 5 e mais ninguém...
- O número 5? Somente ele?
- Sim, é somente o número 5
mesmo! Ele é o Zé Maria, seu juiz; com a “cabecinha” que ele tem, duvido que
alguém faça gol de falta em mim!
E foi assim, graças à “cabecinha”
do Zé Maria, que a turma de futebol de campo da engenharia papava os títulos.
Ah, ele que não se meta a besta e queira revisar o texto...
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