segunda-feira, 23 de maio de 2016

PRO CEMITÉRIO!

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Contam que, certa vez, numa pequena cidade do interior do Brasil vivia um homem chamado “Zé Muxoxo”, figura folclórica, conhecido por todos pelo seu desânimo, suas reclamações constantes, seu pessimismo e, principalmente, por sua enorme preguiça.
O cara vivia descontente com a vida. Para ele tudo era difícil, muito, muito difícil. Por isso mesmo. Ele tomou uma atitude radical: decidiu que era melhor e mais fácil morrer do que continuar vivendo. Com este pensamento, ele entrou comprou um caixão de defunto, entrou e pediu aos seus amigos que o levassem para o cemitério.
Foi atendido...
Pense num burburinho... A cidade toda parou para assistir a enterro de um “defunto vivo”!  Á medida que passava, o cortejo ganhava acompanhantes; uns, penalizados; outros, revoltados e outros, curiosos.
Ao se aproximarem do cemitério, “Pedrinho da Rosa”, o maior amigo de "Zé Muxoxo", abriu o caixão e fez um último apelo:  
- Zé, não faça isso! Tanta gente querendo viver, esforçando-se para isso, e você desistindo da vida? Tire essa ideia louca da cabeça, meu amigo!
O homem abriu a tampa do caixão e retrucou:
- Não adianta. Não quero mais viver. Estou cansado de ter de lutar para sustentar a minha casa, ter de trabalhar para ganhar a minha comida. Eu desisto!
O amigo, querendo demovê-lo da ideia, avisou:
- Não seja por isso, Zé. Olhe, eu dou duzentos quilos de arroz para você, de graça. Tão cedo você não vai precisar trabalhar para se manter.
Zé Muxoxo revirou os olhos, coçou o queixo, pensou, refletiu e depois perguntou:
- Esse arroz seria em “palha” ou “beneficiado”?
No que seu amigo respondeu:
- Em “palha”, Zé...
Ao ouvir a resposta, o preguiçoso do "Zé Muxoxo" fechou a tampa do caixão e gritou para os outros amigos que o carregavam:
- Rapaziada, pro cemitério! 

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