POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

O rato parou e comentou que se sentia compadecido pelo fato
de o caracol ter uma vida tão monótona, tão sem emoções, enquanto ele, rato,
conseguira viver, em apenas um dia, aventuras que o caracol não viveria em toda
existência.
- Emérito rato -
disse o caracol - como tenho bastante
tempo para observar e refletir, permita-me oferecer-lhe alguns dados
comparativos entre nossas espécies, que talvez possam ajudá-lo a rever o seu
ponto de vista: caracóis têm casa própria e ratos são escorraçados de todos os
lugares aonde chegam; caracóis vivem em jardins e ratos, em esgotos. O alimento
dos caracóis está sempre ao alcance, enquanto ratos precisam caminhar horas e
horas para encontrar comida; por isso, caracóis podem passar o dia apreciando a
natureza, ao passo que ratos não podem se descuidar nem por um segundo. E não
por acaso, caracóis vivem cinco anos. Dois a mais que os ratos.
O rato ouviu a tudo atentamente. Ponderou que o caracol
tinha razão em tudo o que havia dito e, com uma violenta pisada, esmagou o
caracol contra o chão. Felizmente o solo era fofo o suficiente para que o
caracol sobrevivesse, mas ele aprendeu uma pequena lição que lhe seria útil
pelo resto da carreira: por mais razão que você tenha, nunca tente provar a
alguém que se acha o máximo, que ele não é nada daquilo, porque não há negócio
pior do que oferecer sabedoria a quem só pode pagar com ignorância.
FONTE: MAX GEHRINGER
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