domingo, 27 de novembro de 2016

A CAUSA É PÉTREA

Texto de Rubens Mário
  PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

O Brasil vivencia uma das suas piores crises, econômica, financeira, e, sobretudo, moral. Até os estados mais poderosos fincados em regiões privilegiadas - sul e sudeste - Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, estão em situação de falência. Essa semana o governo gaúcho já decretou estado de calamidade financeira. Naquele rincão, que, em épocas passadas cogitou até se separar do resto do país, os salários dos servidores públicos são pagos parcelados, e, os criminosos pobres, algemados em lixeiras no meio da rua, por falta de espaço nas delegacias.  No Rio, a situação é ainda mais grave. Os servidores também estão com salários atrasados, e, dois recentes governadores foram presos por desfalques milionários. Um deles - Sérgio Cabral - está sendo acusado de roubos do dinheiro público, calculados em mais de 200 milhões de reais.  O outro - Garotinho - foi acusado de praticar, crime eleitoral (compra de votos), peculato, e lavagem de dinheiro. Em 2010, a Justiça Federal já o havia condenado a 2 anos de prisão por formação de quadrilha, ficando proibido de exercer cargos públicos e mandato eletivo. Mas, porém, todavia, contudo, o mesmo, “para variar, foi privilegiado com a reversão da pena, em serviços comunitários. Ainda para variar, como a decisão foi proferida em 1ª instância, ele ficou livre para candidatar-se naquele mesmo ano, e, pasmem! Se eleger à câmara federal, com uma votação recorde! Pasmem, mais uma vez! Três anos depois, agora, junto com a sua esposa e comparsa, Rosinha Garotinho, foi novamente denunciado, dessa vez, pelo, então, Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, por suspeita de desviarem R$650.000,00 do estado do Rio de Janeiro.
Tomando como exemplos, apenas os casos envolvendo os três personagens da “cidade maravilhosa”, vejam quantos absurdos envolvidos! Essas aberrações judiciais e sociais, nos dão uma pequena amostra das aviltantes gêneses dessa incoerente crise econômica e financeira que agride a sociedade brasileira. Vamos raciocinar! Primeiro, como poderia ser permitido a um elemento com tantas acusações, e, até, uma condenação, se candidatar à cargos públicos tão importantes? Depois, como a população de um estado que tanto já nos chacoteou em caso semelhante, elege, de forma contundente, um casal de marginais? Nesse episódio, à exemplo de centenas de outros pelo país afora, há algo muito delicado a ser apurado, rigorosamente, pela nossa sociedade organizada! Alguma coisa está, grosseiramente, errada em nossa democracia! Ou, o povo, contrastando as apurações e decisões judiciais, não acredita na nossa justiça, ou, está contaminado pelo vírus da roubalheira e da safadeza! Prefiro acrescentar uma outra opção - a troca da educação básica por favores eleitorais! Não adianta construir pontes mirabolantes, se os rios estão mortos! Visitem os cursos de medicina nas nossas universidades e vejam quantos negros e pobres estão lá! Inclusive, nativos!
Os outros estados da federação, mormente, os das regiões norte e nordeste, também padecem do mesmo mal. O nosso estado, digo, a nossa população, também é vítima e ré inconscientes, dessa terrível epidemia. Por isso, hoje, também, continuamos asfixiados, com inúmeros corruptos processados exercendo altos cargos públicos, com um comércio descontinuado, escolas públicas apenas de portas abertas, o tráfico governando as comunidades mais pauperizadas, e, a violência banalizada, em todos os seus níveis e vertentes, e com todas as suas derivações.
Como consertar tudo isso? Voltar atrás é impossível! O pior é que, os privilégios são pétreos! A pobreza é pétrea! O desvalor da educação básica é pétreo! A corrupção é pétrea! Os poderosos de cada região são pétreos! A PEC 241, também vai ser pétrea! Já os nossos direitos! Serão sempre débeis, inconsistentes e parciais.

sábado, 26 de novembro de 2016

EM FOGO BRANDO

Texto de Myrthes Mazza Masiero


Enquanto escolho os feijões,
Sem querer faço alusões:
Um grão ... dois... e enfim,
Não sobra tempo pra mim! 

Corro pra lavar o arroz,
Deixo a mágoa pra depois.
Enquanto lavo as verduras,
Me frito em conjeturas... 

Enquanto escorro os legumes
Vou ruminando os queixumes
Enquanto tempero a carne
Sinto ligar meu alarme... 

Enquanto destrincho o frango,
Fervo a raiva em fogo brando
Enquanto aqueço a gordura,
Unto as minhas queimaduras. 

Enquanto o fogo se mantém,
Santo Deus! Sou uma refém...
Enquanto misturo os molhos
Cascas de sonho, recolho. 

Enquanto a salada esfria
Asso a vida em banho-maria
Na hora de pôr a mesa
É que refogo a tristeza 

Mas quando sirvo o cozido...
Ah! Nem tudo está perdido!
 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

POEMA EM LINHA RETA

Texto de Fernando Pessoa

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. 

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, 

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes na vida… 

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ò príncipes, meus irmãos, 

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo? 

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? 

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

SOU UM PROFESSOR...

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Sou um professor que pensa...
...pensa em sair correndo toda vez que é convocado para uma reunião, que certamente o responsabilizará mais uma vez, pelo insucesso do aluno.
Sou um professor que luta...
...luta dentro da sala de aula, com os alunos, para que eles não matem uns aos outros. Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral.
Sou um professor que compreende...
...compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema, ele é sempre o lado mais forte.
Sou um professor que critica...
... critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profissionais como: psicólogo, médico, assistente social, mas não consegue fazer o próprio papel que é o de ensinar.
Sou um professor paciente...
...que tem esperança, e espera que a qualquer momento chegue um "estranho" que nunca entrou em uma sala de aula, impondo o modo de ensinar e avaliar.
Sou um professor que sonha...
... sonha com um aluno interessado... sonha com pais responsáveis... sonha com um salário melhor, um mundo melhor.
Enfim, sou um professor que representa...
...representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é incentivada a trabalhar só pelo amor à profissão. Representa um palhaço para os alunos. Representa o fantoche nas mãos do sistema, concordando com as falsas metodologias de ensino.

sábado, 19 de novembro de 2016

SE MELHORAR, ESTRAGA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

João é o tipo do cara que você gostaria de conhecer. Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer. Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a resposta seria logo:
- Se melhorar, estraga...
Ele era um gerente especial em um restaurante, pois seus garçons o seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes. Ele era um motivador nato. Se um colaborador estava tendo um dia ruim, João estava sempre dizendo como ver o lado positivo da situação. Fiquei tão curioso com seu estilo de vida, que um dia lhe perguntei:
- Você não pode ser uma pessoa positiva todo o tempo. Como faz isso?
 Ele me respondeu:
- A cada manhã, ao acordar, digo para mim mesmo: João, você tem duas escolhas hoje. Pode ficar de bom humor ou de mau humor. Eu escolho ficar de bom humor. Cada vez que algo ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido. Eu escolho aprender algo. Toda vez que alguém reclamar, posso escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida.
- Certo, mas não é fácil - argumentei.
- É fácil sim - disse-me João - a vida é feita de escolhas. Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolha. Você escolhe como reagir às situações. Você escolhe como as pessoas afetarão o seu humor. É sua a escolha de como viver sua vida.
Eu pensei sobre o que o João disse e sempre lembrava dele, quando fazia uma escolha. Anos mais tarde, soube que João cometera um erro, deixando a porta de serviço aberta pela manhã. Foi rendido por assaltantes. Dominado, enquanto tentava abrir o cofre, sua mão tremendo pelo nervosismo, desfez a combinação do segredo. Os ladrões entraram em pânico e atiraram nele. Por sorte foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um hospital. Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo, teve alta ainda com fragmentos de balas alojadas em seu corpo. Encontrei João mais ou menos por acaso. Quando lhe perguntei como estava, respondeu:
- Se melhorar, estraga...
Contou-me o que havia acontecido, perguntando:
- Quer ver minhas cicatrizes?
Recusei ver os seus ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia passado em sua mente na ocasião do assalto.
- A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de trás, respondeu. Então, deitado no chão, ensanguentado, lembrei que tinha duas escolhas: poderia viver ou morrer. Escolhi viver.
- Você não estava com medo? .
- Os paramédicos foram ótimos. Eles me diziam que tudo ia dar certo e que ia ficar bom. Mas quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado. Em seus lábios eu lia: "Esse aí já era". Decidi então que tinha que fazer algo.
- O que fez? .
- Bem. Havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou-me se eu era alérgico a alguma coisa. Eu respondi: "sim". Todos pararam para ouvir a minha resposta. Tomei fôlego e gritei: "Sou alérgico a balas!" Entre risadas lhes disse: "Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como morto”.
João sobreviveu graças à persistência dos médicos, mas também graças à sua atitude. Aprendi que todo dia temos opção de viver plenamente. Afinal de contas, atitude é tudo.
Agora você tem duas opções: ler esta mensagem e guardá-la em alguma pasta ou transmiti-la aos seus amigos para que possam tirar conclusões e repassá-la a outras pessoas. Eu particularmente escolhi lhe enviar no dia de hoje!
Tenha sempre um João no seu coração e Deus em sua vida!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

MEDO

Texto de Nelson Mandela

"Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além de qualquer medida. É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos apavora. Nós nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser Brilhante, Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?' Na realidade, quem é você para não ser? Você é filho do Universo. Se fazer pequeno não ajuda o mundo. Não há iluminação em se encolher, para que os outros não se sintam inseguros quando estão perto de você. Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós. Não está apenas em um de nós: está em todos nós. E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,  inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo. E conforme nos libertamos do nosso medo, nossa presença, automaticamente, libera os outros."

domingo, 6 de novembro de 2016

A BORBOLETA E O CAVALINHO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
 
Esta é a história de duas criaturas que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás. Eram elas, um cavalinho e uma borboleta.
Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.
A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada. A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.
Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando, levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.
O cavalinho sempre insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.
E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela. Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou. Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.
- Eu sou o cavalinho do cabresto e estou à procura de uma borboleta que sumiu.
- Ah, é você então o famoso cavalinho?
- Famoso, eu?
- É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você.
- Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?
- É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.
- Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando.
- Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso?
 - Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento, o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
- E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?
- Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte: "Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais para ele vir até aqui."
Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas. Quanto ao cabresto que tiver que carregar durante sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

PESSOAS SEM NOME

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

- Por que o café ainda não foi servido até essa hora? - pergunta, um tanto irritado, o empresário, sentado em sua confortável poltrona, às nove horas da manhã.
A secretária responde meio assustada:
- Então o senhor não sabe? A dona Margarida morreu ontem à noite...
- E quem é a dona margarida? - Perguntou o patrão.
- A dona Margarida era a copeira que lhe servia o café todos os dias, fazia quase oito anos...
- Ah, e ela se chamava Margarida?
- Sim - responde prontamente a secretária - mas o senhor não se preocupe que logo seu café será servido, pois outra copeira já está sendo providenciada.
O que aconteceu com esse empresário, acontece com boa parte dos homens de negócio com relação a essas pessoas "sem nome" que lhes servem com dedicação diariamente.
Elas chegam antes de todo mundo. Tomam as primeiras providências para que, ao chegar o patrão, tudo esteja em ordem e elas possam atender com rapidez. São criaturas anônimas que cumprem a sua tarefa humilde e, além do salário no final do mês, recebem apenas ordens e broncas. Mães que, por vezes, carregam grande amargura em seus corações dilacerados pelos filhos-problema, sem que ninguém se interesse por sua triste sina. Outras vezes, levam a dor de suportar um marido alcoólatra, sem receber, sequer, uma palavra de esperança daqueles a quem servem com dedicação.
Assim como a copeira, há outros tantos "sem nome" dos quais depende boa parte dos serviços realizados no dia-a-dia. É o porteiro que sempre está no seu posto antes de todo mundo; o ascensorista que desce e sobe horas a fio, tantas vezes mergulhado em suas dores íntimas sem que nenhuma das centenas de pessoas que ele leva e traz lhe pergunte, com interesse, sobre a sua família; é o office-boy, quase sempre jovem ou adolescente que trabalha de sol a sol para ajudar no sustento da família e que, nos seus verdes anos, aprende a conviver com a indiferença daqueles a quem serve; a faxineira, que mantém tudo limpo, ganha bronca daqueles que não querem ser incomodados durante o expediente, e muitas vezes adentra a noite para fazer seu serviço sem perturbar ninguém; é o jardineiro, que quase é confundido com a própria paisagem, tantas vezes com terra até nos cabelos.Essas criaturas, são pessoas sensíveis à dor e às boas emoções.
Um "olá", um "bom dia" ou "boa tarde", acompanhados de um sorriso sincero, pode fazê-las muito felizes e ajudar a mudar a sua paisagem íntima.
São seres humanos lutando com dificuldade para prover o sustento com honradez. Uma gentileza não custa nada e ajuda muito, a qualquer pessoa. Saber seu nome, interessar-se pela sua situação, amenizar as suas dores se for possível, não maculará a nossa posição, pelo contrário, nos eleva diante de Deus, criador de todos nós. Talvez alguns pensem que fazendo isso perdem a autoridade, mas é bom lembrar que a verdadeira autoridade não se expressa com a indiferença.
Abraham Lincoln se importava tanto com seus soldados a ponto de estar junto deles sempre que possível, e foi um dos presidentes mais respeitados de que se tem notícia.
Pense nisso!
As pessoas que estão à sua volta, não estão aí por ordem do acaso. Há, perante as leis divinas, uma razão muito especial para elas estarem sob os seus cuidados e sob a sua autoridade. Por essa razão, preste atenção em todas e verá que elas o observam e lhe seguem o exemplo, mesmo que, para você, elas sejam apenas pessoas "sem nome".
Pense nisso, mas pense agora!

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

VIVER COMO AS FLORES

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
 
- Mestre, queria lhe perguntar algo: como faço para não me aborrecer com as pessoas? Algumas falam demais, outras são maldosas e invejosas. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas e sofro com as que caluniam.
- Viva como as flores -  advertiu o mestre.
- Mas como? Como é viver como as flores? - perguntou a jovem.
- Repare nestas flores - continuou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas. Não é sábio permitir que os erros e defeitos dos outros a impeçam de ser aquilo que Deus espera de você. Precisamos entender que os defeitos deles, são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimentos. Exercitar a virtude é rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores. Você não precisa focar nos erros alheios, justificando assim sua insatisfação com a vida e as circunstâncias. Tire a boa parte do adubo que chega até você! Seja uma flor cujo aroma é agradável aos que estão ao seu redor. Exale esse aroma. Não deixe que o seu foco esteja no adubo!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

SABEDORIA E EXPERIÊNCIA SÓ COM A IDADE

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Uma velha senhora foi para um safári na África e levou seu velho cachorro vira-lata com ela.
Um dia, ela estava caçando borboletas e o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido. Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o cachorro percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço... O cachorro velho pensa:
 - Oh, não! Estou mesmo enrascado!
Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador, quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto:
- Cara, este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí?
Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.
- Caramba - pensa o leopardo - essa foi por pouco, o velho vira-lata quase me pega!
Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum.
E assim foi, rápido, em direção ao leopardo. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:
- Aí tem coisa!
O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo. O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:
- Aí, macaco, suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!
Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:
- E agora, o que é que eu posso fazer?
Mas, em vez de correr (sabe que suas pernas doloridas não o levariam longe) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão diz:
- Cadê o filha da puta daquele macaco? Tô morrendo de fome; ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca!
Imediatamente, o leopardo se esquiva, sai para longe do cachorro e devora o macaco.
MORAL DA HISTÓRIA:
Não mexa com cachorro velho; idade e habilidade se sobrepõem à juventude e à intriga. A Sabedoria só vem com a Idade e a Experiência.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

O CUNHADO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
 
Um homem passou mal no meio da rua e foi levado para a emergência de um hospital particular, pertencente à Universidade Católica e administrado totalmente por freiras, onde foi constatado que teria que ser urgentemente operado no coração, o que foi feito com êxito.
Quando acordou, a seu lado estava a freira responsável pela tesouraria do hospital e que lhe disse prontamente:
- Caro senhor, sua operação foi um sucesso e o senhor está salvo. Entretanto, um assunto precisa sua urgente atenção: como o senhor pretende pagar a conta do hospital? O senhor tem seguro-saúde?  
- Não, Irmã.
- Tem cartão de crédito?
- Não, Irmã.
- Pode pagar em dinheiro?
- Não tenho dinheiro, Irmã.
- Em cheque, então?
- Também não, Irmã.
- Bem, o senhor tem algum parente que possa pagar a conta?
- Ah, Irmã, eu tenho somente uma irmã solteirona, que é freira, mas não tem um tostão.
A freira, corrigindo-o:
- Desculpe que lhe corrija, mas as freiras não são solteironas, como o senhor disse. Elas são casadas com Deus!
- Magnífico! Então, por favor, mande a conta para o meu cunhado!
Assim nasceu a expressão: "Deus lhe pague!"