terça-feira, 31 de janeiro de 2017

HAJA CONFEITO!

Texto de Aloisio Guimarães

Esse causo aconteceu na década de 70 - século passado, com o meu cunhado Jorge Borges, quando ele era gerente da agência do hoje extinto Banco do Estado de Alagoas - PRODUBAN, na cidade de Arapiraca, a mais progressista cidade do nosso estado.
Vamos a ele:
Em Arapiraca morava um cidadão de nome Alonso de Abreu. Dono de uma voz alta e inconfundível, “seu” Alonso era um homem de bem, um sujeito prestativo, um político com “P” maiúsculo, fazendo da política a arte de servir e não a de se servir. Pela sua conduta bonachão e prestativa, ele era um homem conhecido e querido pela população arapiraquense. Ninguém, em Alagoas, é capaz de apontar um desvio de conduta de “seu” Alonso, por menor que seja. Em que pese a seu prestígio político, “seu” Alonso era um homem de classe média, de poucos recursos.
Certo dia, precisando pagar algumas dívidas, já vencidas, o "seu" Alonso se dirigiu à agência do banco, com o intuito de tirar um empréstimo. Após analisar a Ficha Cadastral de Alonso de Abreu, o Jorge, dentro das limitações impostas pelo cadastro bancário e meio sem graça, falou:
- "Seu" Alonso, analisando o seu cadastro, só dá para o banco lhe emprestar dez mil cruzados (moeda da época). É o máximo que posso fazer.
Ouvindo a resposta do banco, por meio do meu cunhado, o velho Alonso, ferido no seu prestígio, gritou, para que todos dentro do banco ouvissem:
- Jorge, dez mil cruzados é o que meu filho Jarbas chupa de bombons por mês!
Dito isto, saiu, de cabeça erguida e nunca mais voltou ao banco.
Talvez, se “seu” Alonso fosse um político corrupto ou o meu cunhado um gerente trambiqueiro, tivesse ele conseguido um empréstimo vultoso a ser pago em modestas prestações mensais.

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