terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

AJUDANDO O VELHO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Vitorina morava no Angu, em Nazaré da Mata. Já descambava no sem jeito, quando apareceu um casamento imprevisto: um velho. Foi conselho daqui, conselho d’acolá, e com o estômago na frente do amor, ela topou, porque o velho tinha umas casas...
Casaram-se, e como o velho não era tão velho assim, tiveram três filhos. Depois, o velhinho ficou doente e não deu mais nada. Vitorina, que provara do fruto proibido, ficou assanhada. O velhinho cada vez mais fraco e Vitorina cada vez mais fogosa.
Um negociante de madeira, freguês do velho, a quem vendia material para conserto de suas casas, entrou na jogada. Foi visto com Vitorina em lugares distantes e inexplicados. O falatório começou.
Morto o velho, Vitorina herdou suas casas, e o “homem dos paus” entrou no espólio, casando-se com Vitorina. Vieram mais três filhos e Vitorina continuava fogosa como nunca. Acostumara-se com fugas, negaças, tapeações e o gosto do amor parecia mais picante com esses pequenos riscos. O segundo marido não aguentou o “peso da cabeça” e pediu o desquite. Na partilha dos meninos houve um impasse. O terceiro filho do primeiro casamento era reclamado pelo marido do segundo casamento, mas a mulher sustentava que era filho do velho...
Na audiência, o juiz perguntou ao querelante:
- Que provas tem o senhor para afirmar que o filho é seu, se na época da concepção sua mulher era casada com outro homem?
– É que nesse tempo, doutor, o velhinho já estava cansado e eu vinha “ajudando” ele!
Foi quando ponderou o magistrado:
- Muito bem! Com os precedentes de sua mulher, o senhor agora me deixa em dificuldades para entregar-lhe seus próprios filhos, porque não sei se alguém andou “ajudando” o senhor também!

Nenhum comentário:

Postar um comentário