quarta-feira, 19 de julho de 2017

O AÇÚCAR E A CACHAÇA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES


Contam que, certo dia, Jesus Cristo estava passeando pelo nordeste alagoano, lá pras banda de União dos Palmares, município da zona da mata alagoana, região dominada pela plantação de cana de açúcar, num dia de sol muito quente, tudo seco, terra rachada... O trocadilho é inevitável: um calorão dos diabos!
O “filho do Homem” estava morrendo de fome e sede... De repente, Ele avistou um canavial, todo verdinho... Uma coisa divina!
Jesus Cristo, então, se sentou debaixo de uma sombra, entre as palhas das canas, refrescando-se do calor e descansando. Ele pegou uma das canas, descascou, chupou os gomos, matando a sua sede e fome.
Antes de seguir o seu caminho, Ele abençoou as canas, prometendo que delas o homem haveria de tirar um alimento bom e doce.
No dia seguinte, o diabo saiu das profundezas do inferno, com os chifres e o rabo queimados pelo fogo, e resolveu galopar pelas estradas nordestinas... Quis o destino que ele fosse passar pelo mesmo canavial por onde Jesus tinha passado no dia anterior. Mas, desta vez, as canas soltaram pelos. Ao chupar uma cana, o caldo estava tão azedo que queimou a garganta do satanás. O diabo ficou furioso e prometeu que da cana o homem tiraria uma bebida tão ardente como as caldeiras do inferno.
E assim é que, da cana, se tira o açúcar, bênção de Nosso Senhor, e a cachaça, maldição do Cão.

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