quarta-feira, 30 de junho de 2021

RELATIVIZANDO A ÉTICA

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

- A ÉTICA é uma coisa relativa!?

O sociólogo Peter Berger escreveu livrinho delicioso: "Introdução à Sociologia", em um de seus capítulos tem um título estranho e delicioso: "Como trapacear e se manter ético ao mesmo tempo". Estranho à primeira vista. Mas logo se percebe que, na política, é de suma importância juntar ética e trapaça. Para explicar vou contar uma historieta:

Havia numa cidade dos Estados Unidos uma igreja batista. Os batistas, como se sabe, são um ramo do cristianismo muito rigoroso nos seus princípios éticos. Havia na mesma cidade uma fábrica de cerveja que, para a igreja batista, era a vanguarda de Satanás. O pastor não poupava a fábrica de cerveja nas suas pregações. Aconteceu, entretanto, que, por razões pouco esclarecidas, a fábrica de cerveja fez uma doação de 500 mil dólares para a dita igreja. Foi um auê. Os membros mais ortodoxos da igreja foram unânimes em denunciar aquela quantia como dinheiro   do Diabo e que não poderia ser aceito. Mas, passada a exaltação dos primeiros dias, acalmados os ânimos, os mais ponderados começaram a analisar os benefícios que aquele dinheiro poderia trazer: uma pintura nova para a igreja, um órgão de tubos, jardins mais bonitos, um salão social para festas. Reuniu-se então a igreja em assembleia para a decisão democrática. Depois de muita discussão registrou-se a seguinte decisão no livro de atas: "A Igreja Batista Betel resolve aceitar a oferta de 500 mil dólares feita pela Cervejaria na firme convicção de que o Diabo ficará furioso quando souber que o seu dinheiro vai ser usado para a glória de Deus. 

 Na luta de classes, todas as armas são boas: pedras, noites e poemas - Paulo Leminski

segunda-feira, 28 de junho de 2021

A LÓGICA DE EINSTEIN

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Duas crianças estavam patinando num lago congelado da Alemanha. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo. Os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido e perguntaram ao menino:

- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!

Nesse instante, o gênio Albert Einstein que passava pelo local, comentou:

- Eu sei como ele conseguiu.

Todos perguntaram:

- Pode nos dizer como?

- É simples - respondeu o Einstein - Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que ele não seria capaz.

domingo, 27 de junho de 2021

EXPERIÊNCIA DE VIDA

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

A declaração de Imposto de Renda de um velhinho cai na “malha fina” da Receita Federal, que o intima a comparecer à sede da Receita, para esclarecimentos. O velhinho compareceu à Receita, mas acompanhado do seu advogado.
Assim que o velhinho sentou-se o auditor lhe perguntou:
 - Bem, o senhor tem um estilo de vida extravagante, de rico, e não tem emprego. Como pode explicar isto?
O velhinho responde que ganha dinheiro no jogo. Como o auditor não acredita muito, o velhinho insiste:
- Eu sou um grande jogador e apostador, e eu posso provar isso... Que tal uma demonstração?
O auditor pensa por um momento e disse:
- Tudo bem, vá em frente...
O vovô diz:
- Eu aposto com você Rr$ 1.000,00 que eu posso morder meus próprios olhos.
O auditor pensa um instante e diz:
- Tá apostado!
Então, o velhinho tira o seu olho de vidro do rosto e morde. O queixo do auditor cai. O velhinho diz:
- Agora, eu aposto R$ 2.000,00 que eu posso morder o meu outro olho.
O auditor, sabendo que o velhinho não é cego, topa a aposta. O velhinho, agora, tira as duas dentaduras e morde seu olho bom. O auditor atordoado agora percebe que ele apostou e perdeu duas vezes e tendo o advogado do velhinho como testemunha. Ele começa a ficar nervoso...
O velhinho fala: 
- Quer ir para o dobro ou nada? Aposto R$ 6.000,00 que eu posso ficar em um lado da sua mesa e fazer xixi naquela lixeira do outro lado e não cair nenhum pingo sobre a sua mesa.
O auditor, cauteloso, olha com atenção e decide não há nenhuma possibilidade do velhinho fazer aquilo, daquela distância, sem respingar sobre a mesa, por isso ele topa apostar de novo... O velhinho fica ao lado da mesa e abre sua calça, mas, apesar de ele forçar o máximo que pode, não consegue fazer o xixi alcançar a lixeira do outro lado. Praticamente ele urina na mesa do auditor.
O auditor dá saltos de alegria, finalmente, ganhara uma aposta do velhinho e ainda por cima a bolada de R$ 3.000,00, limpos! Mas o advogado do velhinho estava aos gemidos colocando sua cabeça entre as mãos. Vendo a cena, o auditor pergunta ao advogado:
- Você está bem?
- Claro que não! Esta manhã, quando meu cliente me disse que tinha sido convocado para uma auditoria da Receita Federal, ele apostou R$ 25.000,00 comigo que viria à Receita e faria xixi na mesa de qualquer auditor babaca e que o idiota ainda ficaria muito feliz com a mijada!

quinta-feira, 24 de junho de 2021

A TURISTA

 Texto de Aloisio Guimarães

Para quem não conhece, em Palmeira dos Índios, a minha querida terra natal, existe um bairro chamado "Palmeira de Fora". Acredito que o nome do bairro surgiu porque, antigamente, não havia continuidade de casas entre o bairro e a sede do município. Cerca de 500 metros do trecho da BR 316, que ligam a sede do município ao bairro de Palmeira de Fora, eram desabitados. Ainda hoje, a situação de descontinuidade persiste, mas em menor escala. Neste trecho desabitado, a única coisa que existia era uma velha pedreira, hoje desativada, de onde foram extraídos os paralelepípedos que pavimentaram as ruas da cidade. Lembro-me muito bem que, em alguns momentos, o tráfego de veículos e pessoas era paralisado para a detonação de dinamites no local.
Antigamente, a BR 316 passava por dentro da cidade e pelo bairro de Palmeira de Fora. Por conta disso, o restaurante “O Cruzador”, em Palmeira dos Índios, era bastante conhecido e tinha um intenso movimento de clientes até que, após a construção do trevo (onde atualmente está localizada a Estação Rodoviária), o traçado da rodovia foi mudado e o renomado restaurante caiu em desgraça.
Nessa época, quem morava em Palmeira de Fora, era chamado pela população da cidade de “tabaqueiro”. Tanto é verdade que, hoje, os saudosistas moradores do bairro fundaram "Os Tabaqueiros", um bloco carnavalesco de grande sucesso no "período momesco". Ah, não precisa dizer que os “tabaqueiros” odiavam o apelido e, por favor, não vão confundir “tabaqueiro” com “tabacudo” - que é outro "departamento"...
Chega de conversa fiada e vamos ao causo:
Nos anos 90, Alaíde, uma conhecida “tabaqueira”, cansada de do trabalho árduo da roça, resolveu realizar "o seu sonho de consumo" e se mudou para o Rio de Janeiro, tentar uma melhor  sorte. Copacabana, Ipanema, Pão de Açúcar, Cristo Redentor... Mas uma coisa ela desconhecia: os assaltos já eram comuns na "Cidade Maravilhosa", coisas que nem se ouvia falar no seu torrão natal.
Assim que chegou ao Rio de Janeiro, matuta de marca maior, Alaíde tratou de logo de se arrumar: colocou o seu melhor vestido de "chita", laquê nos cabelos, brincos enormes, batom vermelho, perfume "Lancaster", sapato alto e, no pescoço, um imenso colar, folheado a ouro. E foi assim com este visual, toda "emperiquitada", que ela se mandou para conhecer a renomado Praia de Copacabana.
Maravilhada com a mais famosa praia do país, em dado momento, a única coisa que sentiu foi um enorme puxão no seu pescoço: um ladrão tinha arrancado o seu colar. Ela não teve nem tempo se refazer do susto, quando o ladrão jogou o colar na sua cara e gritou:
- Tenha vergonha, use ouro!
Pronto, um santo e amargo remédio: Alaíde veio embora no dia seguinte e nunca mais voltou ao Rio de Janeiro; talvez por medo de assaltos ou pela vergonha de saberem que ela não usa ouro.
Hoje, ela se dá muito bem satisfeita visitando o Cristo... O Cristo do Goiti, monumento que fica na serra do mesmo nome e abençoa a nossa velha e querida Palmeira!

terça-feira, 22 de junho de 2021

A EXPERIÊNCIA É TUDO

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um homem sofria de dor de cabeça crônica infernal. Foi ao médico que, depois dos exames de praxe, disse: 
- Meu caro, tenho uma boa e uma má notícia. A boa, é que posso curá-lo dessa dor de cabeça para sempre. A má notícia é que para fazer isso eu preciso castrá-lo! Seus testículos estão pressionando a espinha, e essa pressão provoca uma dor de cabeça infernal. Para aliviar o sofrimento preciso removê-los. 
O homem levou um choque e caiu em depressão... 
Passou dias meditando. Indagava se havia alguma coisa pela qual valesse a pena viver.  Não teve outra escolha a não ser submeter-se à vontade do bisturi. Quando deixou o hospital, pela primeira vez, depois de 20 anos, não sentia mais dor de cabeça. No entanto, percebeu que uma parte importante de si estava faltando. Enquanto caminhava pelas ruas notava que era um homem diferente, mas que poderia ter um novo começo. Avistou uma loja de roupas masculinas de grife.
 - É disto que eu preciso - disse para si mesmo.
Entrou na alfaiataria e pediu:
 - Quero um terno novo!
  O alfaiate, de idade avançada, deu uma olhadela, e falou:
 - Vejamos... É um 44 longo.
 O cara riu:
- É isso mesmo, como é que o senhor soube?
 - Estou no ramo há mais de 60 anos - respondeu o alfaiate.
Experimentou o terno, que lhe caiu muito bem. Enquanto se admirava no espelho, o alfaiate perguntou:
- Que tal uma camisa nova?
Ele pensou por alguns instantes:
 - Claro!
O alfaiate olhou e disse:
 - 34 de manga, e 16 de pescoço.
 E ele, pasmo:
 - Mas, é isso mesmo, como pôde adivinhar?
 - Estou no ramo há mais de sessenta anos...
 Experimentou a camisa e ficou satisfeito.
 Enquanto andava pela loja, o alfaiate sugeriu-lhe:
 - Que tal uma cueca nova?
 - Claro.
 O alfaiate olhou seus quadris, e lascou:
 - Vejamos... Acho que é 36.
  O cara soltou uma gargalhada:
 - Desta vez, te peguei. Uso o tamanho 34 desde os 18 anos de idade.
  O alfaiate sacudiu a cabeça negativamente:
 - Você não pode usar 34. O tamanho 34 pressiona os testículos contra a espinha, e essa pressão deve provocar em você uma dor de cabeça infernal.

sábado, 19 de junho de 2021

A LÂMPADA MÁGICA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um português e um brasileiro andam pela rua, quando, de repente, acham uma lâmpada mágica. 
O português esfrega a lâmpada e de dentro dela sai um gênio, e com cara preocupada, o gênio diz:
- Tenho uma reunião com todos os gênios do planeta, e estou atrasado, vou dar três ovos para cada um e, quando quiserem, podem fazer os  pedidos. É só quebrar o ovo e fazer o pedido.
O brasileiro vai pra casa, quebra um ovo e diz:
- Dinheiro!
E aparece dinheiro no sofá, na mesa, na pia, em todo canto da casa. Ele quebra o segundo e pede mulheres... Surgem mulheres maravilhosas para todos os gostos na cama, no sofá, na mesa, em todo canto da casa. Por último, ele pede carro, e aparece uma Ferrari, uma Porche e um Lamborghini na garagem.
Depois de um tempo e de aproveitar bastante, o brasileiro lembra do português e vai visitá-lo.... Vê que o português está triste da vida.
- O que aconteceu, Manuel? - pergunta o brasileiro.
E  Manuel responde:
- Cheguei em casa, abri a porta com os ovos na mão e tropecei. Caiu um ovo no chão e eu disse "Caralho!"... Aí, apareceu caralho em todos os cantos da casa. Então, tive que pedir que sumissem todos os caralhos e todos os caralhos sumiram.
- E o seu último pedido?
- Pedi para que voltasse o meu!
 

sexta-feira, 18 de junho de 2021

A MULA

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um agricultor tinha uma esposa que lhe incomodava sem piedade. De manhã até noite, ela estava sempre reclamando de alguma coisa. O único momento de alívio era quando ele estava arando com sua mula velha. Ele arava muito, e adorava sua mula.
Um dia, quando arava, sua esposa trouxe-lhe um almoço no campo. Ele levou a velha mula para a sombra, sentou-se em um toco, e começou almoçar. Imediatamente, sua esposa começou a importuná-lo novamente, reclamando, reclamando, criticando sem parar. De repente, a velha mula deu um coice na mulher acertando-a na nuca. Morte instantânea!
No outro dia, no funeral, o padre notou algo bastante estranho: Quando uma mulher enlutada aproximava-se do velho fazendeiro, ele ouvia uns minutos, em seguida, acenava com a cabeça concordando. Entretanto, quando um homem se aproximava dele, ele ouvia por uns minutos, em seguida, balançava a cabeça negativamente. Isto ocorreu diversas vezes até que o padre decidiu perguntar sobre isso. Assim, após o funeral, o padre perguntou ao velho fazendeiro.
 - Por que você acenou com a cabeça e concordou com as mulheres, mas sempre negou com a cabeça e discordou de todos os homens.
O velho fazendeiro disse:
- Bem, as mulheres vinham e diziam algo de bom sobre a falecida, ou como as flores estavam bonitas, então eu acenava com a cabeça concordando.
- E os homens? - perguntou o padre.
- Eles queriam saber se a mula estava à venda...

terça-feira, 15 de junho de 2021

COMPUTADORA?

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Perguntei por que computador em espanhol é feminino, ou seja, "computadora"?

Me responderam sabiamente:

- Porque está comprovado que os computadores são do sexo feminino mesmo; fêmeas, sem qualquer sombra de dúvida.

- Cite uma razão... - perguntei curioso.

Me deram várias:

· Assim que se arranja um aparece outro melhor na esquina.

· Ninguém além do criador é capaz de entender sua lógica.

· Mesmo os menores errinhos que você comete são guardados na memória para futura referência.

· A linguagem nativa utilizada na comunicação entre computadores é incompreensível para qualquer outra espécie.

· A mensagem "bad command or file name" é tão informativa quanto, digamos, "se você não sabe porque estou com raiva, não sou eu quem vai explicar!"

· Assim que você opta por um computador, qualquer que seja, logo vai star gastando tudo que ganha com acessórios para ele.

· O computador processa informações com muita rapidez, mas não pensa.

· O computador do seu amigo é sempre melhor do que o que você tem em casa.

· O computador não faz absolutamente nada sozinho, a não ser que você dê o comando.

· O computador sempre trava na melhor hora, mas a sua ausência faz uma falta...

domingo, 13 de junho de 2021

BEBUMLOGIA

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um dos maiores erros cometidos pelos leigos em "assuntos etílicos" é posicionar inadequadamente o cidadão alcoolizado na "hierarquia bebunística". 
Por desconhecerem os critérios técnicos regulados pelo INCOPO, costumam chamar, às vezes, um simples BIRITEIRO de PAU D’ÁGUA ou um PINGUÇO de PÉ DE CANA. Quanta ignorância!
BEBUM, PINGUÇO e BIRITEIRO são apenas "estágios" ou "posições hierárquicas", que são alcançadas, de forma meritória, com muito denodo e competência. Tomar um porre todo mundo toma, porém, ter "status etílico" é outra coisa.
Deste modo, para que o amigo não erre mais (ou tomar conhecimento em qual categoria se enquadra), leia o Manual da Bebumlogia abaixo e aprenda a metodologia correta de classificação da "turma do copo". Garanto-lhe que mesmo cheio de cana, você vai se passar por um cara culto.
Então, vamos lá...
 • BÊBADO 
É o "pé de chinelo" da escala, ou seja, é a patente mais insignificante, mesmo porque, ele não chega a ser um profissional.
Ele é definido pelo verbo de ligação: normalmente o sujeito está bêbado; ele não é bêbado. É como um Ministro: o sujeito não é Ministro, ele está Ministro! Apesar disso, nada impede que o Ministro seja ou esteja bêbado. Logo, o Bêbado não é o Ministro, é claro!
• BIRITEIRO
É o cara que, depois de alguns porres, acaba se interessando pela carreira e começa a praticar a bebunagem com regularidade.
Como o fígado ainda está tinindo e a família achando que aquilo é só uma "fase passageira", ele vai metendo os cornos devagarzinho. Toma três hoje, duas amanhã, para no domingo, recomeça na terça, vomita na quinta, toma boldo na sexta, e vai indo...
Como ainda não tem certo domínio sobre o álcool, acaba fazendo merda. E depois da primeira, é uma atrás da outra, para alegria dos cunhados canalhas.
• BEBUM
É uma patente acima do BIRITEIRO. Esse tipo é mais constante e mais previsível quanto às cagadas que costuma aprontar. É aquele cara que vive pagando mico, para a vergonha da esposa e felicidade geral da sogra.
Ele pode ser de 2 tipos: o “Sistemático” (é aquele que faz merda todo dia) e o “Assistemático” (aquele que não faz mais merda porque já tem o suficiente em estoque).
• PINGUÇO
Aquilo que faz com que um BEBUM seja elevado à categoria de PINGUÇO é o horário em ele que passa a adentrar no recinto “cachacístico”.
O BEBUM é um “notívago” por excelência, o quer dizer que ele só costuma molhar o chifre à noite ao passo que o PINGUÇO é um “tardívago”, o que significa dizer que ele começa a encher a cara na hora que seria a hora do almoço. Seria, mas não é: almoço, para PINGUÇO, é perda de tempo; só pode ter sido invenção de crente.
• PAU D’ÁGUA
É o PINGUÇO que já perdeu o respeito da vizinhança.
Embora seja uma patente alcoólica de grande carisma, a expressão PAU D'ÁGUA é usada por muitos abstêmios como adjetivo pejorativo. E isso é sacanagem. Se o PAU D'ÁGUA fosse da família deles, seria “uma vítima" do alcoolismo. Agora, como não é... É o mesmo preconceito que muita gente tem contra a viadagem: se for da família dele, é "homossexual"; mas se for da família do vizinho, é "um viado", "uma bichona sem-vergonha"...
• PÉ DE CANA
É o PAU D'ÁGUA pobre.
Como diz o povão: "O cara rico, de porre, é extravagante; o pobre é impertinente. Se for rico, fica eufórico; se for pobre, faz vergonha. Rico fica alegre, pobre enche o saco. Rico agita a madrugada; pobre enche os colhões.".
Não tem como escapar: só enchendo os cornos para esquecer o preconceito...
• PAPUDINHO
É a maior patente da escala, o último e derradeiro degrau:
Ele atinge o grau máximo da hierarquia quando a cara dele incha de vez, os olhos empapuçam, o passo fica curto, os pés engordam, as mãos vacilam, a voz se arrasta e até o seu anjo da guarda dá no pé.
Geralmente ele é um solitário: bebe sozinho; cai sozinho; mija nas calças sozinho e fica babando no sereno até que uma alma caridosa, normalmente um outro PAPUDINHO, se ofereça para ajudar. Muitas vezes, o outro papudinho está mais mamado do que ele e acaba caindo também. Então, só de revolta, resolvem formar mais uma dupla sertaneja ou um grupo de pagode, só para torrar de vez com o saco dos brasileiros.
• ESCLARECIMENTO FINAL
Figuras como o ÉBRIO, não são mais reconhecidas como patente. O ÉBRIO, para quem não sabe, é o BEBUM que caiu em desuso.
Ainda é possível encontrar alguns ébrios remanescentes no mercado, mas as suas famílias os prendem em casa para evitar que façam merda na rua. Os que ainda existem, funcionam à válvula, já perderam o contraste e têm sérios problemas com a vertical.
O CACHACEIRO é a definição que você dá a qualquer um deles  a partir do momento que ele passa a ser seu inimigo ou, então, é aquele colega de trabalho que você pretende dar uma rasteira...
- Saúde!

quinta-feira, 10 de junho de 2021

JUSTIÇA GRATUITA

 Texto de Nei Lopes

Felicidade passou no vestibular,
E agora tá ruim de aturar.
Mudou-se pra Faculdade de Direito
E só fala com a gente de um jeito
Cheio de preliminar (é de amargar).
Casal abriu, ela diz que é divórcio,
Parceria é litisconsórcio,
Sacanagem é libidinagem e atentado ao pudor.
Só fala cheia de subterfúgios,
Nego morreu, ela diz que é “de cujus”,
Não aguento mais essa Felicidade, doutor Defensor
(só mesmo um desembargador).
Amigação pra ela é concubinato,
Vigarice é estelionato,
Caduquice de esclerosado é demência senil.
Sumiu na poeira, ela chama ausente,
Não pagou a conta é inadimplente,
Ela diz, consultando o Código Civil.
Me pediu uma grana dizendo que era um contrato de mútuo,
Comeu e bebeu, disse que era usufruto,
E levou para casa o meu violão.
Meses depois que fez esse agravo ao meu instrumento
Ela então me disse, cheia de argumento,
Que o adquiriu por usucapião
(Seu Defensor, não é mole não!)
Taí minha procuração
E o documento que atesta minha humilde condição!
Requeira prontamente meu divórcio e uma pensão!
E se ela não pagar,
Vai cantar samba na prisão!

quarta-feira, 9 de junho de 2021

VOCÊ AGUENTA BRINCADEIRA?

Texto de Aloisio Guimarães

- Você aguenta brincadeira?
Durante muitos anos, mulheres e homens que moravam na região de Palmeira dos Índios, Quebrangulo e Paulo Jacinto, se esquivaram de responder a esta simples pergunta tal qual o diabo foge da cruz.
Explico:
Como sabemos, o jumento, como a própria espécie insinua, é um animal “agraciado pela natureza”. Aconteceu que, nos anos 60, existia na cidade de Quebrangulo um jumento que, além dos requisitos que a natureza lhe deu, ainda por cima, era “superdotado”. Pense num tamanho... Pensou? Era maior ainda!
Naquela época não existiam tantos carros e motos como nos dias atuais, sendo comum, nas cidades pequenas, os animais andarem vagando pelas ruas da cidade. Como Quebrangulo era uma cidade pequena (e ainda é), o nosso jumento, pouco a pouco, foi tendo a sua "presença" notada pelo povo, principalmente pela "turma da cachaça" que, sem nada melhor que fazer, fica fofocando e zoando com a cara de todo mundo. Então, quando o jumento passava, os biriteiros diziam, na sacanagem, que o “instrumento” do jumento não era de "brincadeira”. Devagarzinho, tais comentários sobre a anatomia privilegiada do animal foi se alastrando pela cidade de modo que, naturalmente, ele ficou conhecido como “Brincadeira”, de forma que, quando o jumento apontava no começo da rua, logo avisavam:
- “Brincadeira” vem aí...
Em pouco tempo, quando os amigos se reuniam para “jogar conversa fora” e também "molhar as palavras", quando alguém se metia a engraçadinho, diziam-lhe:
- Bicho, já que você está “tirando onda” com a cara de todo mundo, você aguenta “brincadeira”?...
E assim, devido à proximidade da cidade de Quebrangulo com Palmeira dos Índios e Paulo Jacinto, a fama do animal logo se espalhou pela região, trazendo consigo esta perguntinha marota...
Agora, que você já sabe de tudo, cá para nós...
- Você também aguenta “brincadeira”?
  

terça-feira, 8 de junho de 2021

CONVIDANDO UMA MULHER PARA JANTAR

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em nossas vidas. O que venho contar aqui hoje é mais dedicado aos homens do que às mulheres. Acho importante que eles saibam o que se passa nos bastidores. 
Você, mulher, está flertando um "Zé Ruela" qualquer... Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor, um jantar. Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo: "Vamos jantar amanhã?". Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples do mundo: "Claro, vamos sim".
Começou o inferno na Terra. Foi dada a largada. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para estar apresentável até lá. Cancela todos os seus compromissos canceláveis e começa a odisseia. Evidentemente, você também para de comer, afinal, quer estar em forma no dia do jantar e mulher sempre se acha gorda. Daqui pra frente, você começa a fazer a dieta do queijo: fica sem comer nada o dia inteiro e quando sente que vai desmaiar come uma fatia de queijo. Muito saudável.
Primeira coisa: fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e você provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés tem que estar feitos - e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês (homens) devem estar se perguntando "Mão tudo bem, mas porque pé, se ela vai de botas?" Lei de Murphy. Sempre dá merda. Uma vez pensei assim e o infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames. Tomei no cu bonito! Tive que tirar o sapato com aquela sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon! Vai que ele te coloca em alguma outra situação impossível de prever que te obriga a tirar o sapato? Para nossa paz de espírito, melhor fazer mão é pé, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino. Isso me emputece. Passo horas na academia malhando minha bunda e o desgraçado vai reparar justamente onde? Na porra do pé! Isso é coisa de... Melhor mudar de assunto...
As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura, retoque de raiz, etc. Eu não faço, mas conheço quem faça.
Ah sim, já ia esquecendo. Tem a depilação. Essa os homens não podem nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna, axila, virilha, sobrancelha, etc, etc... Tem mulher que depila até o âus! Mulher sofre! E lá se vai mais uma hora do seu dia. E uma hora bem dolorida, diga-se de passagem.
Dia seguinte:
É hoje seu grande dia. Quando vou sair com alguém, faço questão da dar uma passada na academia no dia, para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão. Não, não é para emagrecer, é para deixar minha bunda e minhas pernas enormes e durinhas (elas ficam inchadas depois de malhar).
Geralmente, o "Zé Ruela" não comunica onde vai levar a gente. Surge aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher se quer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele não vai perceber. Alias, ele não vai perceber nada. Você pode aparecer de Armani ou enrolada em um saco de batatas, tanto faz. Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê). Mas, é como dizia Angie Dickinson: "Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens". Não tem como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem.
Escolhida a roupa, com a resignação que você vai errar, para mais ou para menos, vem a etapa do banho. Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Nessa etapa eu perco muito tempo. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel.
Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte... Leitoa! Não sei o que é (provavelmente nossa imaginação), mas eu juro que acontece. Muitas vezes você compra uma roupa para um evento, na loja fica linda e na hora de sair fica uma merda. Se for um desses dias em que seu corpo está uma merda e o espelho está de sacanagem com a sua cara, é provável que você acabe com uma pilha de roupas recusadas em cima da cama, chorando, com um armário cheio de roupa gritando: "Eu não tenho roooouuuupaaaa". O chato é ter que refazer a maquiagem. E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo; se espirrar, a calça perfura o pâncreas!
Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da lingerie. Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é bonita ou é confortável. Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa: "Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se foooda". Você veste a calcinha. Aí bate a culpa. Eu sinto culpa se ando com roupa confortável, meu inconsciente já associou estar bem vestida a sofrimento. Aí você começa a pensar: "E se mesmo sem dar para ele, ele pode acabar vendo a minha calcinha? Vai que no restaurante tem uma escada e eu tenho que subir na frente dele? Se ele olhar para essa calcinha, broxará para todo o sempre comigo...". Muito "p" da vida, você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas porras mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite toda. Melhor prevenir.
Os sapatos. Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito ou é confortável. Geralmente, quando tenho um encontro importante, opto por uma peça de roupa bem bonita e desconfortável, e o resto menos bonito, mas confortável. Fato: a Lei de Murphy impera. Com certeza me vai ser exigido esforço da parte comprometida pelo desconforto. Exemplo: vou com roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite o animal vai soltar um "Sei que você adora dançar, vamos sair para dançar". Eu tento fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Uma vez, um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar! Porque eu não dei o sapato? Porra, me custou muito caro! Posso não usá-lo, mas quero tê-lo. Eu sei, eu sei, materialista do caralho. Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação e comer muito cocô para ver se evoluo espiritualmente! Mas por hora, o sapato fica.
Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo "Será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar..." Começa a bater a ansiedade. Cada uma lida de um jeito.
Tenho um faniquito e começo a dizer que não quero ir. Não para ele, ligo para a infeliz da minha melhor amiga e digo que não quero mais ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um dia eu tiver um AVC é culpa dessa tensão toda que eu passei na vida toda em todos os primeiros encontros e que quero voltar tartaruga na próxima encarnação. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta me acalmar.
Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o filho da puta liga e cancela o encontro? "Surgiu um imprevisto, podemos deixar para semana que vem?". Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível uma coisa dessas, a menos que seja algo muito grave! Eu fico "p" da vida... Claro! Na cabecinha deles não custa nada mesmo. Eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o tempo perdido... Nunca ousariam remarcar nada. Se dane aí! Venha me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo! Até porque, a essas alturas, a dieta radical do queijo está quase te fazendo desmaiar de fome, é questão de vida ou morte o jantar:
Não cancelem encontros a menos que tenha acontecido algo muito, muito grave, do tipo morrer a mãe ou o pai ter um AVC no trânsito.
Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um eufemismo na lata "Hummm... tá cheirosa!" (tecla SAP: "Passou muito perfume, porra"). Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele acha que você é assim ao natural. Eu não ligo, porque acho que homem que repara muito é meio viado, mas isso frustra algumas mulheres. Quando é comigo, passo tanto estresse que chego no jantar com um pouco de raiva do cidadão. 
No meio da noite, já não sinto mais meus dedos dos pés, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino. Quando ele conta piadas e ri eu penso: "É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intrauterina raspando no colo do meu útero". A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira. (E se após vários encontros com o , ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver). 
Pois é, minha amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro) para nada. 
Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem rasgar!
Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro nos provoca. Nem sequer entrei no mérito do "dinheiro". Pois é, tudo isso custa caro. Vou fazer uma estimativa, por baixo, muito por baixo, porque geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratamentos estéticos:
Roupa: R$ 500,00
Lingerie: R$ 300,00
Maquiagem: R$ 150,00
Sapato: R$ 250,00 (no mínimo)
Depilação: R$ 50,00
Mão e pé: R$ 80,00 (em média)
Perfume: R$ 120,00(dependendo pode chegar a R$ 400,00 (fácil)
Pílula anticoncepcional: R$ 50,00
Ou seja, jogando o valor bem para baixo, gastamos, no barato, R$ 1.500,00 para sair com um "Zé Ruela". Entendem porque eu bato o pé e digo que homem tem que pagar o jantar? A gente gasta muito mais para sair com eles do que eles com a gente! 
Por isto amigos, valorizem seu próximo encontro e aprendam um pouco mais, sobre este ser fantástico, chamado mulher.