sábado, 31 de outubro de 2020

ETAPAS DO NAMORO

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

A "coisa" anda tão esculhambada que o texto abaixo já não reflete mais o comportamento dos namorados (principalmente do homem) nos dias atuais. Quando o recebi, a narrativa do comportamento era mensal; hoje, atualizando para diário, já começa a ficar ultrapassado...
NO PRIMEIRO DIA
Não senta.
Não toma café.
Tudo está bom...
Quando muito, diz “Por favor” e “Obrigado.
NO SEGUNDO DIA
Senta, um pouco à vontade.
Toma café, mas não come bolo.
Faz carinho no cachorro.
E está tudo ótimo.
NO TERCEIRO DIA
Almoça na casa da namorada.
Toma whisky com o sogro, a quem chama respeitosamente de "Seu Fulano".
Abre a geladeira, sozinho.
Repara nas coxas da cunhada.
NO QUARTO DIA
Põe o pé na mesa da sala.
Vai ao banheiro (de porta fechada).
Já arrota na frente da namorada.
Dá palpites no namoro da cunhada.
NO QUINTO DIA
Entra sem ser convidado.
Quando encontra o sogro, diz ”Diga aí, cara”.
Serve-se sozinho na hora das refeições.
Limpa a boca na toalha da mesa.
Come a namorada no sofá da sala.
NO SEXTO DIA
Almoça e janta na casa da namorada.
Pede o carro do sogrão emprestado (prá ir comer a filha dele na beira-mar).
Sem nenhum constrangimento, já peida na frente da namorada.
Mostra a língua para a sogra.
NO SÉTIMO DIA
Dorme com a namorada nos finais de semana.
Toma conta do controle remoto da televisão.
Na hora do jantar, levanta e ajeita a cueca com o dedo e continua a comer.
NO OITAVO DIA
Reclama da sogra.
Mija com a porta do banheiro aberta.
Passa a mão na bunda da cunhada.
NO NONO DIA
Caga e não dá descarga.
Transa na cama da sogra e limpa o pau na cortina.
Chuta o cachorro.
NO DÉCIMO DIA
Passa mais tempo na casa da sogra do que na sua.
Trata a namorada como empregada.
Pede dinheiro emprestado para a sogra.
Chama o sogro de “coroa”.
NO DÉCIMO-PRIMEIRO DIA
Grita com todo mundo da casa.
Xinga a sogra.
Espanca o cunhado mais novo.
E engravida a cunhada.
NO DÉCIMO-SEGUNDO DIA
Chama a cunhada de piranha.
Chama o cunhado de viado.
Chama a sogra de bruxa.
Chama o sogro de “corno véio”.
Diz que a namorada está gorda.
NO DÉCIMO TERCEIRO DIA
Acaba com o namoro e se manda, pois está de saco cheio de todos eles!
NÃO ACHE MUITO ENGRAÇADO: UM DIA A SUA FILHA AINDA VAI NAMORAR...

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

EU SOU HOMEM

 Texto de Aloisio Guimarães

Janjão era um matuto que morava em Maribondo, uma pequena cidade alagoana, que fica entre Belém e Atalaia. Como ele era um sujeito bonitão e tinha namorado quase todas as moiçolas bonitas da cidade, Janjão gozava da fama de ser um legítimo garanhão.
Não tinha matutinha maribondense que Janjão não tentasse namorar.
O que o povo não sabia era que Janjão “nunca chegava aos finalmentes” com as suas namoradas porque, por debaixo dos panos, quando viajava para outras cidades, o que ele gostava mesmo era “queimar a rosquinha”. Era um verdadeiro “viado colírio”: dava tanto, mas dava tanto, que no outro dia tinha que passar colírio no “olho do boga”, de tão ardido que ele ficava!
Contam que em certa ocasião Janjão veio a Palmeira dos Índios, visitar Pedrão, amigo de infância, que, depois de vários anos, estava de volta de São Paulo, para onde tinha ido ganhar a vidaRecordações mil; papo maravilhoso, regado a várias dúzias de cerveja e muito tira-gosto. Em determinado instante da conversa, já meio bêbado, Janjão perguntou:
- Pedrão, cabra véio, estou pocando... Onde é o banheiro?
- É ali... Vamos lá, que eu também vou... - respondeu Pedrão.
Lá no sanitário, quando Janjão viu o tamanho do "instrumento" de Pedrão, endoidou e assumiu de vez:
- Vixe, Pedrão, que coisa linda e maravilhosa! É o meu sonho de consumo! Eu quero ser “sua”, aqui e agora!
Como ”cu de bêbado não tem dono” e cachaça é má conselheira, ali mesmo o Pedrão enrabou o amigo. Apesar do tamanho avantajado da “coisa” de Pedrão, Janjão não deu um pio sequer e nem derramou nenhuma lágrima. Terminado o “serviço”, Janjão, embora feliz da vida, comenta:
- Pedrãozinho, amor, não sei como a sua mulher aguenta... Você é um verdadeiro cavalo batizado!
- Oxênte, menino, ela aguenta da mesma maneira que você aguentou: caladinha da silva!
Então, Janjão respondeu na bucha:
- Mas eu sou homem! 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

A VERDADE APÓS A ELEIÇÃO

 Adaptação de Aloisio Guimarães


Um eleitor, pobre está andando tranquilamente, quando é atropelado e morre. A alma dele chega ao Paraíso e, na entrada, dá de cara com São Pedro:
- Bem-vindo ao Paraíso! - diz São Pedro - Antes que você entre, há um probleminha: raramente vemos eleitores conscientes por aqui, sabe? Então, não sabemos bem o que fazer com você.
- Não vejo problema, é só me deixar entrar - diz o eleitor.
- Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: Você passa um dia no Paraíso e um dia no Inferno. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.
- Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o eleitor.
- Desculpe, mas temos as nossas regras.
São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno.
A porta se abre e ele se vê no meio de uma balada. Logo ele distingue todos os seus amigos pobres que já haviam morrido e com quem ele havia se divertido. Estavam todos muito felizes... O eleitor é cumprimentado, abraçado pelos amigos e logo começam a falar sobre os bons tempos em que ficavam sem fazer nada, recebendo bolsas do governo, sem fazer nada, à custa do trabalhador. Resolvem jogar uma "pelada", antes de devorarem um gostoso churrasco de picanha argentina, "regado" com cerveja alemã, tudo vistoriado pelo Diabo, um cara amigão, que passa o tempo todo dançando e contando piadas.
Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora.
Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe até o Paraíso, onde São Pedro está esperando por ele:
- Agora é a vez de você visitar o Paraíso.
Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes, que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando.
Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna.
- E aí? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora, escolha a sua casa eterna.
Ele pensa um minuto e responde:
- Olha, eu nunca pensei... O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.
Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo, vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas, catando o entulho e colocando em sacos pretos. Ao lado deles, seus filhos doentes, sem hospital; analfabetos, sem escola... O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do senador.
- Não estou entendendo... - gagueja o eleitor - ontem mesmo eu estive aqui e havia um churrasco, com carne argentina e cerveja alemã, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados!
O diabo olha para ele, sorri ironicamente e diz:
- Ontem estávamos em campanha; agora, já conseguimos o seu voto...

terça-feira, 27 de outubro de 2020

VOTO DE CABRESTO

 Texto de Aloisio Guimarães

Os mais novos não alcançaram, mas as nossas eleições já foram manuais, tanto a votação como a sua apuração. Era uma época do vale-tudo: “voto de cabresto”, “voto camarão”, “voto carbono”, “voto formiguinha”... Eram artimanhas usadas pelos endinheirados e maus políticos para ganhar a eleição.
E como funcionava o processo manual de votação? Na hora de votar, o eleitor recebia a cédula e um envelope, onde era colocado o voto, e depois depositado na urna. Hoje, a eleição é toda informatizada, mas, mesmo assim, muitos safados ainda tentam fraudar a vontade do povo. Agora, além do Bolsa Família, instrumento de dominação da vontade popular, dizem que o voto mais famoso do processo eleitoral é o “voto zap-zap”, onde o eleitor, munido do celular, filma o seu voto, para depois mostrar ao candidato e assim receber o seu “bônus”.
Como acabar com isto? É muito simples: no que se refere ao “Bolsa Família”, deve-se fazer uma triagem rigorosa para eliminar muita gente que está recebendo, sem merecer, e com isso diminuir a sua influência nas eleições. No tocante ao voto “zap-zap", que tal proibir e punir quem entrar na cabine de votação com aparelho celular. É só querer...
Pois bem, vamos ao nosso causo:
Contam que, em décadas passadas, o “Coroné” Tenório, rico fazendeiro de uma conceituada cidade do sertão alagoano, era o “chefe político da região”. Quem quisesse ser eleito tinha que pedir a benção dele, antes de se candidatar, e assumir o compromisso de ser “pau mandado” dele, após eleito.
Nesse tempo, quase que não existia fiscalização eleitoral. Se existia, era uma faz de conta. Ai daquele que se atrevesse a denunciar...
Pois bem, no dia da eleição, o "Coroné" Tenório reuniu a peãozada da sua fazenda, entregou um envelope fechado a cada um deles e avisou:
- Pessoá, cada um de vosmicês, vai receber um envelopi igualzinho a esse qui vosmicês receberam agora. Vão pegar o envelopi que vão receber no locá de votação, guardá no bolso e colocá na urna essi que lhe entreguei agora. Num quero ninguém de cunversa por aí... Cabou de votá, vem direto pra fazenda, entendidu?
Nisso, um peão pergunta:
- Sinhô "Coroné", eu num posso pelo menus abrir o envelopi prumode vê em quem  tô votando?
Ao ouvir a pergunta do caboclo atrevido, o “Coroné” Tenório, esbraveja:
- Oxente! Deixe de besteira seu cabra! Vosmicê nunca ouviu dizê que o voto é secreto?!

domingo, 25 de outubro de 2020

O CHINÊS E O ADVOGADO

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

 
Um médico chinês não consegue encontrar um emprego em hospitais no Brasil, então ele abre uma clínica e coloca uma placa com os dizeres: "TENHA TRATAMENTO POR R$ 20. SE NÃO FICAR CURADO, DEVOLVO R$ 100."
Um advogado vê a placa, pensa que é uma grande oportunidade de ganhar R$ 100 e entra na clínica.
- Eu perdi o meu sentido do paladar.
O chinês chama a enfermeira e diz:
- Enfermeira, traga o remédio da caixinha 22 e pingue 3 gotas na boca do paciente.
Ao sentir o remédio na boca, o advogado exclama:
- Credo, isso é querosene!
Ao ouvir isto, o chinês avisa:
- Parabéns, o seu paladar foi restaurado. Me dê R$ 20...
O advogado irritado paga a consulta, mas volta depois de alguns dias para recuperar o seu dinheiro:
- Eu perdi minha memória não me lembro de nada...
- Enfermeira, traga o remédio da caixinha 22 e pingue 3 gotas na boca do paciente.
- Mas é querosene; você me deu isso da última vez para restaurar o meu paladar.
- Parabéns, você recuperou sua memória. Me dê R$ 20...
O advogado já fumegante paga o chinês, mas volta uma semana mais tarde determinado a ganhar os R$ 100.
- A minha visão está muito fraca e eu não consigo ver nada.
O chinês retira uma nota do bolsa, entrega ao advogado e avisa:
- Bem, eu não tenho nenhum remédio para isso, sendo assim tome este R$ 100.
- Mas isso aqui é uma nota de R$ 20!
Ao ouvir a reclamação, chinês dispara:
- Parabéns, a sua visão foi restaurada. Me dê R$ 20...

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O CHURRASCO

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES


O Ministro da Educação de determinado país foi convidado para participar de uma recepção em sua homenagem, oferecido pelos alunos que concluíram o ensino superior pelo regime de cotas.
Quando ele chegou ao local, estranhou ver um monte enorme de sacos cheios de um pó branco. Dirigiu-se ao rapaz que estava preparando o churrasco e perguntou:
- O que é que está dentro daqueles sacos?
- É cal, senhor, Ministro.
- Cal? Mas para quê?
- Eu também não sei... Mas as ordens que recebi foram de comprar 102 sacos de cal!
Intrigado, a Ministro dirigiu-se ao responsável pela recepção (um ex-aluno seu, beneficiado pelo sistema de cotas criado pelo próprio Ministro) e perguntou-lhe o que é que pretendia fazer com tanta cal. O ex-aluno, espantadíssimo, comentou que não tinha encomendado cal nenhuma. Então resolveram esclarecer tudo com o rapaz encarregado de comprar tudo que era necessário para o churrasco, para esclarecerem o assunto.
- Quem foi que te mandou comprar tantos sacos de cal?
- Foi você - respondeu o encarregado.
- Eu?! - exclamou o dono da festa.
- Sim, você não se lembra? Veja, ainda tenho aqui a lista do que você escreveu...
E exibiu uma lista enorme de compras que lhe tinha sido dada. O ex-aluno do Ministro, cotista e organizador da festa, disparou:
- Ôxente, mas tu és mesmo burro! Não vê que me esqueci de pôr a cedilha? O que eu queria dizer era çal e não era 102 sacos, mas sim “1 ô 2”!

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O QUE DISSE O MESSIAS?

 Texto de Aloisio Guimarães


O causo abaixo quem me contou foi o engenheiro Ederaldo Barros.
Para quem não o conhece, o Ederaldo, além de ser um excelente profissional e fazer parte do meu grupo seleto e reduzido de amigos, ele é uma das pessoas mais meticulosas e organizadas que possa existir na face da terra. Em termos de organização, ele é “O Cara”! 
Evidentemente que os nomes serão trocados, para evitar transtornos, não para mim, mas para Ederaldo, oráculo do causo.
Vamos a ele...
Durante muito tempo, em Pariconha, existia apenas uma pequena mercearia, de propriedade de um cidadão de nome Messias, considerado "o alto comerciante" da cidade e por isso mesmo era "o maior pagador de impostos" do município.
Pariconha é uma dessas pequeninas cidades, localizadas no alto sertão alagoano, entre Delmiro Gouveia e Água Branca. Ela é o que podemos chamar de "uma cidade longe demais", ou então, como diz o ditado, "só vai lá quem tem negócio"!
Como é uma cidade pequena (só recentemente foi que se emancipou de Água Branca), em Pariconha, todo mundo se conhecia e era muito fácil comprar mercadorias fiado na bodega (mercearia) do senhor Messias, tudo na base da "caderneta".
Para quem nunca ouviu falar, “A CADERNETA" era um bloco de papel, aonde o comerciante anotava as vendas fiado, para cobrança/pagamento no final do mês, quando o devedor recebesse o salário. Era tudo na base da confiança, não necessitando de fiador ou qualquer outro tipo de garantia. Era uma época completamente diferente da atual, quando lhe pedem Avalista, Caução, CPF, RG. SERASA, SPC, Atestado de Residência, Referencia Bancária, Referência Pessoal... É tanta exigência que, um dia, ainda vão terminar pedindo até o "exame da goma"!
Pois bem, entre os clientes que tinham crédito na venda do senhor Messias, estava o Padre Carlos, pároco local.
Certa manhã de domingo, estava faltando massa para a tradicional macarronada do almoço do vigário. Para não deixar de comer o seu prato predileto, o padre Carlos chamou Miguelzinho, o sacristão, e ordenou:
- Miguelzinho, vá lá, na venda do "seu" Messias, peça um pacote de macarrão e diga a ele que "anote na caderneta", que no fim do mês eu acerto. Vai e não demore muito  porque a missa já vai começar...
O sacristão, depois de ouvir a ordem do padre, foi direto à mercearia, buscar o pacote de macarrão.
Acontece que o senhor Messias, o dono da mercearia, tinha brigado com a mulher e estava puto da vida, de mal com Deus e com o diabo. Por isso, ao ouvir o pedido/recado que o padre mandou, "soltando fogo pelas narinas", disparou:
- Miguelzinho, diga ao "seu" Padre Carlos que não vou mandar macarrão nenhum, porque ele é um velhaco e não paga nada a ninguém!
Recebido o recado, o sacristão voltou, cabisbaixo, para a igreja...
Acontece que, quando ele entrou na igreja, a missa já tinha começado e estava bem na hora do sermão, no momento exato em que o padre Carlos indagava aos fiéis:
- E então, o que foi que disse O Messias? Respondam: o que disse O Messias?!
O sacristão, mais "sacristão" do que nunca, pensando que era com ele que o padre falava e que O Messias a quem o padre se referia era o dono da venda, gritou bem alto:
- Padre Carlos, o "seu" Messias mandou dizer que não ia mandar mais porra nenhuma porque o senhor é um velhaco!
Foi beata desmaiando para tudo que é lado!

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

INIMIGOS

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Quase no final da missa dominical, o sacerdote perguntou:
- Quantos de vocês conseguiram perdoar seus inimigos?
A maioria levantou a mão...
Em seguida, o sacerdote voltou a repetir a mesma pergunta e, então, todos levantaram a mão, menos uma pequena e frágil velhinha.
- Dona Mariazinha, a senhora não está disposta a perdoar as suas inimigas?
- Eu não tenho inimigos! – respondeu a velhinha, docemente.
- Dona Mariazinha, isto é muito raro! E quantos anos a senhora tem?
- Eu tenho 98 anos – respondeu a velhinha.
O público presente levantou e aplaudiu a senhora, entusiasticamente.
- Conte para todos nós como se vive 98 anos e não tem um só inimigo...
Então, a doce velhinha se dirigiu ao altar e, olhando para a emocionada plateia, disse, em tom solene:
- Porque todos os filhos das putas já morreram!
QUE DEUS TOME CONTA DOS MEUS INIMIGOS!

sábado, 17 de outubro de 2020

O MOTEL

 Texto de Luiz F Veríssimo

Mirtes não se aguentou e contou para a Lurdes:
- Viram teu marido entrando num motel.
A Lurdes abriu a boca e arregalou os olhos... Ficou assim, uma estátua de espanto, durante um minuto, um minuto e meio. Depois pediu detalhes.
- Quando? Onde? Com quem?
- Ontem, no Discretíssimu's.
- Com quem? Com quem?
- Isso eu não sei...
- Mas como? Era alta? Magra? Loira? Puxava de uma perna?
- Não sei, Lu.
- Carlos Alberto me paga. Ah, me paga!
Quando o Carlos Alberto chegou em casa, a Lurdes anunciou que iria deixá-lo e contou por quê.
- Mas que história é essa, Lurdes? Você sabe quem era a mulher que estava comigo no motel. Era você!
- Pois é. Maldita a hora em que eu aceitei ir. Discretíssimu's! Toda a cidade ficou sabendo. Ainda bem que não me identificaram.
- Pois então?
- Pois então, que eu tenho que deixar você. Não vê? É o que todas as minhas amigas esperam que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não reagir.
- Mas, você não foi enganada. Quem estava comigo era você!
- Mas elas não sabem disso!
- Eu não acredito, Lurdes! Você vai desmanchar nosso casamento por isso? Por uma convenção?  
- Vou!
Mais tarde, quando a Lurdes estava saindo de casa, com as malas, o Carlos Alberto a interceptou. Estava sombrio:
- Acabo de receber um telefonema - disse...
 - Era o Dico.
- O que ele queria?
- Fez mil rodeios, mas acabou me contando. Disse que, como meu amigo, tinha que contar.
- O quê?
- Você foi vista saindo do motel Discretíssimu's ontem, com um homem.
- Mas o homem era você!
- Eu sei, mas eu não fui identificado.
- Você não disse que era você?
- O quê? Para que os meus amigos pensem que eu vou a motel com a minha própria mulher?
- E então?
- Desculpe, Lurdes, mas...
- Mas o quê?
- Vou ter que te dar uma surra...
MORAL DA HISTÓRIA:
Cuide da sua saúde, pois, da sua vida, todo mundo cuida.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

A MULHER QUE EU AMO

 Texto de Aloisio Guimarães


 
A mulher que eu amo...

Nem tem os lábios carnudos,
Não é morena,
Não é loira,
Nem mulata,
Nem negra,
Não é alta,
Nem baixinha,
Mas é a mulher que eu amo.
A mulher que eu amo
Não é princesa,
Nem é bruxa.
Não é bonita,
Não é feia.
Com certeza, é uma mulher comum
(com exceção do seu nome),
Mas é a mulher que eu amo.
A mulher que eu amo
Não é superdotada,
Nem é burra,
É de inteligência acima da média,
Por isso é a mulher que eu amo.
A mulher que eu amo
Dirige,
Cozinha,
Lava,
Passa...
Por isso é a mulher que eu amo.
A mulher que eu amo
Pode não ser mais jovem,
A pele enrugada,
Os cabelos brancos...
Pouco importa
Porque é a mulher que eu amo.
A mulher que eu amo
Pode não ter mais a saúde perfeita...
Bico de papagaio,
Hérnias de discos,
Circulação,
Varizes,
Pressão alta...
Mas é a mulher que amo.
A mulher que eu amo
Não tem vícios
(a não ser academia).
Não bebe,
Não fuma,
Não cheira...
Por isso é a mulher que eu amo.
A mulher que eu amo
Não trai
Nunca traiu!
Por isso é a mulher que eu amo.
A mulher que eu amo
É esposa,
Amante,
Enfermeira,
Companheira,
Confidente,
Amiga,
Colega...
Por isso é a mulher que eu amo.
A mulher que eu amo
É a mãe da minha filha,
Por isso é a mulher que amo.
A mulher que eu amo
É a mulher que já fiz sofrer,
Sorrir,
Chorar,
Sonhar...
Por isso é a mulher que amo.
A mulher que eu amo
É a mulher que me ama,
Que me atura.
Que diz que eu sou o seu "mô",
Seu amante
Seu macho,
Seu marido,
Seu homem,
E que me faz feliz.
Por isso é que eu te amo. 

Evangelina,

Neste tempo de pandemia, reafirmo todo sentimento que tenho por ti. Que Deus te abençoe, com muita saúde, paz e muitos anos de vida.
Feliz aniversário.
Um beijo.

Maceió, 16.10.2020