quinta-feira, 28 de julho de 2022

APRENDA A CONTRATAR

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Coloque 400 tijolos em uma sala, completamente fechada,  junto com todos os candidatos e feche a porta.
Deixe-os sozinhos por seis horas. Depois, abra a porta e analise a situação:
 Se eles estiverem contando os tijolos, contrate-os para o Departamento de Contabilidade.
 Se eles estiverem recontando os tijolos, contrate-os para o Departamento de Auditoria.
 Se eles tiverem bagunçado tudo e espalhado os tijolos, são Engenheiros.
 Se eles tiverem arrumado os tijolos de maneira bem estranha coloque-os no Planejamento.
 Se eles tiverem jogando tijolos uns nos outros, coloque-os em Operações.
 Se eles estiverem dormindo, coloque-os na Segurança.
 Se eles estiverem quebrando os tijolos em pedacinhos, coloque-os no Departamento de Tecnologia da Informação.
 Se eles estiverem sentados sem fazer nada, coloque-os em Recursos Humanos.
 Se eles disserem que já tentaram várias combinações e estão ainda tentando outras mais e nenhum dos tijolos tiver saído do lugar, coloque-os em Vendas.
 Se eles já tiverem saído, coloque-os na Gerência.
 Se eles estiverem olhando para a janela, coloque-os em Planejamento Estratégico.
 Se eles estiverem conversando entre si e nenhum dos tijolos tiver saído do lugar, cumprimente-os e coloque-os na Diretoria.
 Se eles tiverem criado um muro de tal forma que eles não podem ser vistos ou ouvidos, então os coloque no Congresso.
 Se eles afirmarem que não estão vendo nenhum tijolo ali na sala, coloque no Jurídico.
 Se eles reclamarem que os tijolos “estão uma merda”, não tem identificação, falta operação, medidas erradas, coloque na Qualidade.
 Se começarem a chamar de "companheiro", uns aos outros, nem contrate mande embora logo antes que eles criem um Sindicato.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

A VINGANÇA DE TUPÃ

Texto de Aloisio Guimarães

Na nossa juventude, anos 60/70, era muito comum que a Formatura de Conclusão do Curso Ginasial (Ensino Fundamental), Curso Pedagógico (Professora) ou do Curso Científico (Ensino Médio) fosse comemorada com muita pompa, inclusive, com um baile.
Era um tempo em que a mulher não bebia e não fumava. Por isso, se não tivesse uma aparência de um galã de cinema, o "bafo de cana" de um rapaz, após tomar uns drinks, tornava quase impossível ele conseguir dançar com alguma garota.
Nesse tempo, morava em Palmeira dos Índios um rapaz chamado Sebastião Tupã, bastante conhecido da população local porque era filho de uma tradicional família palmeirense. O seu pai, "seu" Caetano, era um próspero comerciante, dono da melhor mercearia da cidade, até a chegada dos supermercados, motivo de quebradeira dele e de outros pequenos comerciantes.
De constituição forte, Sebastião Tupã era um sujeito moreno, espirituoso, solteirão convicto e fazia parte daquele grupo de rapazes que bebia para criar coragem para falar com as moças nas festas e bailes da cidade.
Contam que, num determinado sábado, era realizado no Aero Clube (o principal clube social de Palmeira dos Índios) o tradicional "Baile da Primavera", com a finalidade de arrecadar fundos para as despesas da formatura do Curso Científico da meninada do Colégio Pio XII.
Pois bem, começa o baile e lá estava presente o Sebastião Tupã, como sempre, tomando seu "Cuba Libre" (Montilla, Coca-cola, gelo e limão) e louco para dançar. Lá pelas tantas, ele se engraçou de uma garota que estava sentada à mesa em frente e foi convidá-la para dançar, lembrando que, antigamente, ninguém dançava sozinho no meio do salão; nem mesmo homem com homem e mulher com mulher, soltos, como hoje. Homem dançava com mulher e agarradinhos.
- A senhorita que me dar o prazer desta dança? - Perguntou Tupã à jovem.
- Estou cansada... - respondeu a jovem donzela, com a clássica desculpa, mesmo não tendo dançado ainda.
Contrariado, Tupã retornou para a sua mesa e voltou a bebericar. Depois de certo tempo, ele voltou a convidá-la, tendo recebido a mesma resposta:
- Estou cansada...
Depois da décima tentativa do Tupã, a moça, querendo se livrar dele, de uma vez por todas, resolveu aceitar, mas disse-lhe que seria apenas uma única música.
- Tudo bem... - concordou o Tupã, já maquinando a sua desforra.
Após instantes no meio do salão, o Tupã abanou a mão na frente do nariz e falou para a moça, bem alto, para que todos o ouvissem:
- Você peidou! Peidona!
Dito isto, deixou a garota sozinha no meio do salão e saiu. Não precisa dizer mais nada sobre a vergonha que ela passou.
Com certeza, desse dia em diante, ela nunca mais negou dança a homem nenhum, com ou sem "fedor de cachaça".

quarta-feira, 13 de julho de 2022

EU TE AMO

  POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES 

Dois irmãozinhos brincavam em frente de casa, jogando bolinhas de gude, quando Júlio, o menino mais novo, disse ao irmão Ricardo:
- Meu querido irmão, eu te amo muito e não quero me separar de você! 
Ricardo, sem dar muita importância ao que Júlio disse, pergunta:
- O que deu em você moleque? Que conversa besta é essa de amar? Quer calar a boca e continuar jogando?
E os dois continuaram jogando a tarde inteira, até anoitecer.
À noite, o senhor Jacó, pai dos garotos, chegou do trabalho. Estava exausto e muito mal humorado, pois não havia conseguido fechar um negócio importante. Ao entrar em casa, Jacó olhou para Júlio, que sorriu para o pai e disse:
- Olá Papai, eu te amo muito e não quero nunca me separar do senhor!
Jacó, no auge de seu mau humor e stress, falou:
- Júlio estou exausto e nervoso. Então, por favor, não me venha com besteiras!
Com as palavras ásperas do pai, Júlio ficou magoado e foi chorar no cantinho do quarto. Dona Joana, mãe dos garotos, sentindo a falta do filho foi procurá-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho do quarto com os olhinhos cheios de lágrimas. Dona Joana, espantada, começou a enxugar as lágrimas do filho e perguntou:
- O que foi Júlio? Por que choras?
Júlio olhou para a mãe, com uma expressão triste e lhe disse:
- Mamãe, eu te amo muito e não quero nunca me separar da senhora!
Dona Joana sorriu para o filho:
- Meu amado filho, ficaremos sempre juntos!
Júlio sorriu, deu um beijo na mãe e foi deitar-se.
No quarto do casal, ambos se preparando para se deitar, Dona Joana pergunta para seu marido Jacó:
- Jacó, o Júlio está muito estranho hoje, não acha?
Jacó, muito estressado com o trabalho, disse à esposa:
- Esse moleque só está querendo chamar a atenção... Deita e dorme mulher!
Então, todos se recolheram e todos dormiam sossegados. Às duas horas da manhã, Júlio se levanta e vai ao quarto de seu irmão Ricardo e fica observando-o dormir... Ricardo, incomodado com a claridade, acorda e grita com Júlio:
- Seu louco apaga essa luz e me deixa dormir!
Júlio, em silêncio, obedeceu ao irmão, apagou a luz e se dirigiu ao quarto dos pais. Chegando lá, acendeu a luz e ficou observando seu pai e sua mãe dormirem. O senhor Jacó acordou e perguntou ao filho:
- O que aconteceu Júlio?
Júlio, em silêncio, só balançou a cabeça em sinal negativo, respondendo ao pai que nada havia ocorrido. Daí o senhor Jacó, irritado, perguntou ao Júlio:
- Então, o que foi moleque?
Júlio continuou em silêncio. Jacó, já muito irritado, berrou com Júlio:
- Então vai dormir seu doente!
Júlio apagou a luz do quarto, dirigiu-se ao seu quarto e se deitou. Na manhã seguinte todos se levantaram cedo. O senhor Jacó iria trabalhar, a dona Joana levaria as crianças à escola. Mas Júlio não se levantou... Então, o senhor Jacó, que já estava muito irritado com Júlio, entra bufando no quarto do garoto e grita:
- Levanta seu moleque vagabundo!
Júlio nem se mexeu...
Então, Jacó avança sobre o garoto e puxa com força o cobertor do menino com o braço direito levantado, pronto para lhe dar uma tapa, quando percebe que Júlio estava com os olhos fechados e que estava pálido. Jacó, assustado, colocou a mão sobre o rosto de Júlio e pôde notar que seu filho estava gelado. Desesperado, gritou, chamando a esposa e o filho Ricardo, para verem o que havia acontecido com Júlio. Infelizmente o pior: Júlio estava morto... E sem qualquer motivo aparente.
Dona Joana, desesperada, abraçou o filho morto e não conseguia nem respirar de tanto chorar. Ricardo, desconsolado, segurou firme a mão do irmão e só tinha forças para chorar também. Jacó, em desespero, soluçando e com os olhos cheios de lágrimas, percebeu que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos de Júlio. Ele pegou o pequeno pedaço de papel, onde havia algo escrito com a letra do filho:
- Outra noite Deus veio falar comigo através de um sonho. Disse a mim que, apesar de amar minha família e de ela me amar, teríamos que nos separar. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer, mas estou com muito medo. Gostaria que ficasse claro apenas uma coisa: Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão; Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo; Papai, o senhor de tanto trabalhar se esqueceu de viver... Eu amo todos vocês!
DÊ PARTE DO SEU TEMPO A QUE VOCÊ AMA.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

O EXEMPLO DA GALINHA

  POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

A galinha convida seus vizinhos para plantar trigo e diz outros animais:
- Se plantarmos trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar?
- Eu não - disse a vaca.
- Nem eu - emendou o pato.
- Eu também não - falou o porco.
- Eu muito menos eu - disse o ganso - faço parte de outro sindicato.
Então eu mesma planto - falou a galinha.
E plantou. O trigo cresceu e amadureceu em grãos dourados.
- Quem vai me ajudar a colher o trigo? - perguntou a galinha.
- Eu não - disse o pato.
- Não faz parte de minhas funções - disse o porco.
- Não - exclamou a vaca - é trabalho análogo a escravo.
Não ajudo porque perderei o seguro desemprego - disse o ganso.
- Então, eu mesmo colho - falou a galinha.
E colheu. E, com isso, chegou a hora de preparar o pão.
- Quem vai me ajudar a assar o pão? - indagou a galinha.
- Só se me pagarem hora extra - falou a vaca.
O pato disse não poder ajudar por que tinha auxílio-doença. O ganso disse:
- Se só eu ajudar, será discriminação.
O porco disse enraivecido:
- Ô, galinha! Pare com essa insistência! Isso é assédio moral.
- Então eu mesma asso - disse a galinha.
E assou cinco pães. De repente, todo mundo queria pão. E a galinha disse:
- Não, agora eu vou comer os cinco pães sozinha.
- Lucros excessivos - gritou a vaca.
- Sanguessuga capitalista - exclamou o pato.
- Eu exijo direitos iguais - bradou o ganso.
E o porco partiu logo para a organização de um movimento com milhares de cartazes com dizeres "injustiça", "discriminação", "assédio". Para a galinha, os mais ofensivos impropérios.
Instalada a confusão, chegou um agente do governo. Dele, a galinha ouviu o seguinte:
- Você não pode ser assim egoísta.
- Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor - defendeu-se a galinha.
- Exatamente - disse o funcionário - essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um neste país pode ganhar o quanto quiser, mas os mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada. Essa é a base dos nossos direitos humanos. País rico é país sem pobreza!
A galinha engoliu seco e calou. Calou de uma vez. E os vizinhos perguntam até hoje por que, desde então, ela nunca mais fez absolutamente nada...
Não é para menos. Destruíram a iniciativa, a criatividade e os empregos. Assim chegamos ao ano de 2022. Precisamos reanimar a galinha...