sexta-feira, 28 de setembro de 2012

OPÇÃO DE COMPRA

Texto de Aloisio Guimarães

Com a explosão mundial da internet, aqui em Maceió, como em qualquer cidade do país, diversos sites locais publicam em tempo real as notícias do mundo todo, principalmente as do nosso estado.
Esta modernidade impulsiona a população acessar esses sites constantemente, à procura das novidades da nossa terra.
Como nos demais sites Brasil afora, a cada notícia publicada, o visitante pode deixar o seu comentário. Lamentavelmente, todos estes sites estão se tornando meras "páginas policiais", pelas constantes e crescentes notícias de violência, não mais somente urbana, mas generalizada. Alguns chegam a publicar fotos chocantes, para os leitores e, principalmente, para as famílias das vítimas.
Pois bem...
Meses atrás, aqui em Maceió, numa revendedora de veículos importados, aconteceu um sério desentendimento entre um cliente e um vendedor, terminando com o vendedor atingido por tiros disparados pelo "cliente".
Um leitor, muito engraçadinho, logo abaixo da notícia do triste fato, fez o seguinte comentário, numa clara alusão a uma marca de automóvel concorrente daquela negociada pela revendedora aonde se deu o fato:
- Se tivesse ido comprar uma Ranger, nada disso teria acontecido!
Não pude deixar de rir, apesar da situação. O comentário é uma prova clara que o brasileiro é gozador e criativo! Lamentavelmente, a maioria das pessoas não usa a criatividade e inteligência "para o bem"; utiliza-se delas para denegrir, difamar, caluniar, prejudicar, tirar vantagem...

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CHUVEIRÕES E SANITÁRIOS PÚBLICOS

Texto de Aloisio Guimarães

Na segunda-feira, eu e Evangelina, minha esposa, estávamos assistindo um telejornal local, quando foi apresentada uma reportagem sobre o turismo na nossa cidade, que, por falta de outros assuntos, é sempre um tema recorrente na mídia alagoana. Turistas (apreciando a nossa orla) e "autoridades" do turismo tupiniquim se pronunciaram à respeito e, como sempre, dizendo que aqui em Maceió  "falta isso", "falta aquilo", "faltam chuveirões", "faltam sanitários públicos"...
Diante do que vi e ouvi, confesso que descobri que quase nada sei do Brasil. Excetuando as nossas praias, as poucas que conheço do litoral brasileiro são aquelas de Pernambuco (Pina, Boa Viagem, Prazeres, Piedade), Salvador (Barra, Rio Vermelho, Ondina, Pituba, Piatã, Itapuã), Paraíba (Tambaú, Cabo Branco), Sergipe (Atalaia), Espírito Santo (Camburi), Rio de Janeiro (Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon)...
Ao visitá-las, e muito recentemente, não me lembro de ter visto choveirões e sanitários públicos, com algumas raras exceções, como exigem de nós, os turistas e nativos!
Talvez, o que eles pedem aqui, existam por lá. Neste caso, absorto com "a beleza" das praias dos outros estados, este "matuto da Palmeira" não os tenha notado, Ou, talvez, quem sabe, eles existam e sejam apenas alguns gatos pingados, que passam desapercebidos.
E eu fui ainda muito mais longe no nosso pensamento, porque recentemente estivemos na Europa. Como todo mundo está cansado de saber, Paris é a "meca" do turismo mundial. São milhões e milhões turistas a visitam anualmente. Na torre Eiffel, é "um mar de gente", o dia todo! Estivemos por lá e não vimos sanitários públicos. Muito pelo contrário, passeando na badalada Champs Élysées, paguei 2 euros e minha esposa mais 2 euros, quase R$ 10.00, para darmos uma simples mijadinha. E olhem que isso foi num banheiro de um shopping. A mesma coisa aconteceu no Louvre, nas estações de trens...
Portanto, pelo que vivenciei, até prova em contrário, não admito que nos critiquem, sejam alagoanos ou turistas, por algo que não existe naqueles lugares mais badalados e idolatrados por eles. Peguem a sua língua e enfiem "naquele lugar" e deixem de passar a ideia de que somos os piores em tudo.
Agora, se estou errado, devo estar ficando gagá e não presto muita atenção nos lugares que ando.
Fui. Vou sair agora, vou dar uma mijadinha, de graça... 

sábado, 22 de setembro de 2012

TRIBUTO AO FIOFÓ

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Companheiro inseparável de todas as horas, o nosso querido fiofó tem sido ultrajado desde que o homem é homem. Não há no mundo quem não esteja disposto a meter o pau nele, a todo o momento. Por toda parte, sempre querem cutucá-lo com "vara curta" e também, o que é pior, com "vara longa".
Puro preconceito!
Certamente, fazem tudo isso apenas porque o infeliz é escurinho ou porque, de tão antigo, já está todo enrugado, cheio de estrias! Talvez o repreendam porque é humilde, vive escondidinho, quase nunca aparece.
Outros dizem que ele, quando aparece, é para fazer merda...
E há ainda os que alegam que ele só gosta de nos ver pelas costas. Mas não é verdade...
É certo que ele não é dos mais asseados e que não se depila com regularidade... Mas, quem já imaginou a nossa vida sem o fiofó? Quem já se imaginou privado do prazer de sentar na privada, enquanto lê o jornal? Quem alegará, em sã consciência, que jamais se sentiu aliviado ao apertar a descarga, com a sensação de dever cumprido?
Se não fosse o nosso querido fiofó, seríamos como balões, flutuando na atmosfera, com a barriga cheia de pum!
Antes de criticá-lo, é preciso que se saiba que não há no universo quem nos conheça mais a fundo do que o nosso fiofó, esse pequeno e obscuro amigo que está conosco e não abre! E, se abre, a culpa é toda sua, seu dono...
Portanto, basta! Chega de desprezo e de calúnia!
É hora de redimirmos aquele que está sempre por baixo e nunca reclama! É tempo de render uma homenagem àquele furo fraterno, que segura nossa barra, ou melhor, nosso "barro", nos momentos mais difíceis, quando não há um banheiro por perto!
- Viva o fiofó, viva o operário mais reto de todos!
- Viva o nosso grande amigo! Viva esse obreiro incansável, que trabalha por um salário de merda!
- Viva o fiofó, nosso infatigável buraquinho, que está juntinho conosco, há muitos e muitos ânus!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

ENOCH, TU ME AMAS?

Texto de Aloisio Guimarães

Em qualquer empresa, seja ela pública ou privada, quando falta serviço, o trabalho que resta aos seus empregados nada mais é do que “jogar conversa fora”, falando do que mais gostamos. No caso de nós, homens, sobre os mais variados temas: sacanagem, mulher, futebol, política, religião... Quanto às mulheres, os assuntos preferidos são sempre os mesmos: namorado ou marido, marido ou namorado, namorado ou marido, marido ou namorado...
Isto posto, vamos ao causo:
Certa vez, num desses momentos em que faltam trabalhos, estávamos discutindo sobre religião, assunto que ninguém se entende, pois é uma questão de fé.
Nessa roda de amigos, estavam presentes João José e Enoch Pinto.
João José é aquele tipo que "se faz de morto para comer o cu do coveiro". Quem não o conhece, acha que ele é o cara mais santo do mundo. A minha mulher assim pensava, até eu abrir os seus olhos...
Já o Enoch, além de ser aquele religioso praticante, é muito sisudo e radical nas suas colocações, sejam elas quais forem.
Pois bem, no meio da discussão, o Enoch começou a dizer:
- Jesus mandou que nos amássemos uns aos outros...
Aí, João José o interrompeu, com a seguinte pergunta:
- Enoch, tu me amas?
Conhecendo o João José, o Enoch, mais Enoch do que nunca, respondeu, de cara feia e com a sua inconfundível voz grave:
- E eu sou viado, porra?!
Ninguém se conteve...
Ainda hoje, muitos anos depois, na gozação, sempre que encontro o João José, pergunto:
- João, tu me amas?
Sem sombra de dúvidas, João José e Enoch fazem parte do pequeno grupo de homens de bem que eu conheço.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

PIMBA NA GORDUCHINHA!

Texto de Aloisio Guimarães

Antes de tudo, para você que não entende e nunca ouviu a transmissão de um jogo de futebol pelo rádio, "pimba na gorduchinha", juntamente com "Ripa na chulipa", nada mais são do que duas das expressões mais consagradas do mundo do futebol, cunhadas pelo narrador esportivo Osmar Santos, obrigado a encerrar a carreira muito jovem por conta de um acidente automobilístico.
Passemos aos fatos:
Acho que o avanço da idade tirou de vez todo o meu humor, que já era pouco, e azedou por completo o meu senso crítico, que quase não existia. Acredito até que o meu juízo seja pouco, como dizem os meus "amigos", porque certas coisas não entram nessa cabecinha que Deus me deu. A última delas é a seguinte:
A "Mascote Oficial" da Copa do Mundo de Futebol, que será realizada aqui no Brasil, em 2014, é esse bichinho engraçadinho, que representa o nosso Tatu-bola. A ideia inicial para a escolha dele como mascote foi de uma ONG cearense, a Associação Caatinga, como forma de "um grito de alerta" para uma possível e futura extinção desta espécie de animal.
Até aí, tudo bem...
Acontece que a FIFA acaba de abrir, no seu site, http://mascot.fifa.com/, uma votação para escolher um nome para "a mascote da nossa copa".
- E sabe quais são as opções de nome que a FIFA decidiu entre as quais você votar?
São três, "cada um nome mais bonito do que o outro":
1. AMIJUBI: mistura de "amizade" e "júbilo"
2. FULECO: mistura de "futebol" e "ecologia"
3. ZUZECO: mistura de "azul" com "ecologia"
Estão de brincadeira!
Fizeram igualzinho aos nomes das pessoas, inventados com a mistura do nome do pai com o da mãe. Sempre de péssimo resultado.
- Será que não existe nome tipicamente brasileiro?
Certamente será uma votação ao contrário: você vai escolher o menos horrível.
O resultado será divulgado no dia 25 de novembro, no programa "Fantástico", da TV Globo.
Fui votar...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

PEDRO CAÇOLA

Texto de Aloisio Guimarães

No final da década de 70 e início de 80, eu morava na pensão da Dona Severina, localizada na Rua da Praia.
Para quem não sabe, a pensão da Dona Severina era muito conceituada e conhecida em todo Estado de Alagoas. Foi nela que moraram várias "figurinhas" importantes do nosso estado, quando ainda eram simples e desconhecidos estudantes.
O filho da Dona Severina, o Beto, era uma das poucas pessoas que trabalhavam com serigrafia em Maceió. Ele competente no ramo, ganhava "uma nota preta" nos períodos eleitorais, imprimindo retratos de candidatos em camisetas.
Com a inauguração da Ponte Divaldo Suruagy, ficou mais fácil chegar, de carro, às cidades de Barra de São Miguel e Marechal Deodoro, pois, anteriormente, era necessário fazer um “arrudeio” muito grande, pela BR 101.
A facilidade de chegar a estas cidades, antes distantes, desenvolveu a região, fez com que o turismo rapidamente crescesse e com ele, a especulação imobiliária, que "disparou" ainda mais com a duplicação da AL-101 Sul - Maceió/Barra de São Miguel.
De repente, a desconhecida Praia do Francês virou “point” do turismo local e nacional.
E, com o objetivo de fomentar este boom turístico, foi criado, em Marechal Deodoro, o "Festival de Verão". Não era lá grande coisa, comparado com os eventos atuais, mas atraía uma verdadeira multidão de alagoanos e turistas.
Foi neste festival que eu e o Marcelo (colega da pensão) ganhamos alguns trocados, vendendo as camisetas que mandamos o Beto imprimir, com a estampa da Igreja de Marechal Deodoro. Só não ganhamos um bom dinheiro porque éramos uns "lisos" e não tínhamos como comprar muitas camisetas para a impressão.
Infelizmente, acabaram com o evento, fonte de renda para o município. Talvez o Carlito Lima, "deodorense, indo e voltando", saiba e nos diga o porquê.
Some-se a isso tudo que, nesta época, a sacanagem existia, mas não tão explícita como hoje.
Armado o cenário, vamos aos fatos:
Neste período, na empresa em que labuto, também trabalhava o Pedro Maurício de Sá, motorista, já falecido. O Pedro era uma figura singular: baixinho, gorduchinho, bigodinho de escovar penico, bonachão, espirituoso... Um figuraço, querido por todos!
Como muita gente, o Pedro também foi ao I Festival de Verão de Marechal Deodoro...
Na segunda-feira, dia seguinte ao encerramento da festa, estávamos reunidos no pátio da empresa, jogando conversa fora, quando chegou o Pedro. Logo, perguntamos:
- E aí, Pedro, gostou do Festival de Verão de Marechal Deodoro?
No que ele respondeu:
- Claro que gostei! Agora, vou dizer uma coisa: no sábado, à noite, fui passear na Praia do Francês e o que tinha de gente fodendo na areia da praia não tava no gibi! Ontem, logo cedo, saí pela praia, com um cabo de vassoura, e juntei 34 “caçola”!
Era calçola demais e a turma não ia perdoar!
Assim, exagero ou não da parte dele, desse dia em diante e até a sua morte, muitos anos depois, ninguém mais o conhecia por outro nome a não ser por "Pedro Caçola"!
Que Deus o tenha, Pedro!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O MANUAL DA PROMOÇÃO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Você é um daqueles funcionários que querem crescer na empresa que trabalha e pretende chegar um dia à presidencia da mesma?
Se você respondeu afirmativamente, seus problemas acabaram! Basta seguir à risca o Manual da Promoção abaixo e boa sorte:
01. BIRÔ DESARRUMADO 
Se você tiver um birô arrumado, vai parecer que não estás trabalhando o suficiente. Amontoe enormes pilhas de documentos no seu espaço de trabalho.
Para um observador, o trabalho do ano passado não parece a mesma coisa que o trabalho deste ano; é o volume que conta.
Se souber que alguém vem lhe visitar, enterre o documento de que vai precisar no meio de um monte de papeis e comece a escavá-lo quando essa pessoa chegar.
02. NUNCA CIRCULE SEM UM DOCUMENTO NAS MÃOS
Pessoas, com documentos nas mãos, parecem trabalhadores atarefados que vão a uma reunião importante. Pessoas sem nada nas mãos, parecem que vão tomar um cafezinho e pessoas com um jornal nas mãos, parecem aquelas que vão ao wc.
Acima de tudo, tenha sempre a certeza de sempre ser visto, pelo seu chefe, levando carradas de documentos e pastas para casa, no final do expediente. Fazendo isso você cria nele a impressão que você trabalha mais que os seus colegas.
03. USE O COMPUTADOR PARA PARECER OCUPADO
Sempre que usar o computador, demonstre, para um eventual observador, que “você está trabalhando”. Assim, você pode mandar e receber os seus e-mail pessoal, entrar no msn, orkut... Enfim, fazer coisas que nada têm a ver com o trabalho.
Quando for apanhado pelo chefe - e não se engane, um dia será apanhado - a sua melhor defesa é afirmar que estava estudando o uso de um novo programa (software), visando a diminuição dos custos operacionais da empresa.
04. CORREIO DE VOZ
Nunca atenda o telefone pelo "correio de voz". As pessoas não lhe telefonam porque lhe querem dar alguma coisa de boa; elas telefonam porque querem que "você" trabalhe para elas. Isto não é modo de vida!
Filtre todas as chamadas recebidas através do correio voz.
Se alguém lhe deixar uma mensagem no correio voz e se lhe cheirar a trabalho, só responda na hora do almoço. Assim, ela pensará que você, mesmo cheio de trabalho, é atencioso, embora você esteja mesmo é se esquivando dela.
05. PAREÇA SEMPRE IMPACIENTE E ABORRECIDO
Tente parecer sempre impaciente e aborrecido, para dar aos seus chefes a impressão que está super ocupado.
06. HORÁRIO DA SAÍDA
Saia sempre tarde, especialmente quando o chefe ainda estiver na empresa.
Até a hora da saída, você poderá “ficar fazendo cêra”, lendo as revistas e livros que sempre quis ler, mas que nunca teve tempo.
Assegure-se de passar pelo chefe antes de sair.
Deixe para mandar os e-mails importantes para o chefe nas horas mais disparatadas como, por exemplo, às 3:00 h da madrugada ou nos dias feriados. Ele vai ficar com a impressão de que, para você, a empresa é mais importante do que o seu lazer!
07. SUSPIROS CRIATIVOS
Suspire profundamente, quando tiver pessoas à sua volta. Agindo assim, você passará a idéia que está sobre enorme pressão.
08. ESTRATÉGIA DO EMPILHAMENTO
Além de empilhar montes de papéis em cima do seu birô, também coloque montes de livros, do tipo, Manual de Informática (daqueles bem grossos)...
09. CONSTRUA VOCABULÁRIO
Leia revistas, para aprender os novos termos, e fique por dentro dos novos produtos.
Utilize constantemente esta parafernália de novas palavras, quando conversar com os chefes.
Lembre-se: Não é preciso que eles entendam o que você diz; o importante é que você vai parecer um grande entendido no assunto.
10. TENHA SEMPRE 2 CASACOS OU PALETÓS
Tenha sempre disponível dois casacos ou dois paletós. Um é para ficar pendurado nas costas da sua cadeira. Isto dará a idéia que você “ainda está por ai”.
O outro é para ser usado quando você estiver “voando”. Afinal, você não vai querer pegar um resfriado.
11. CONVITE
Nunca esqueça de convidar o seu chefe para qualquer festa íntima que você vai promover para sua família (batizado de boneca, noivado do papagaio, aniversário do filho da babá, casamento do cachorro...).
12. ANIVERSÁRIO DO CHEFE
Se você quiser ser promovido, NUNCA ESQUEÇA O ANIVERSÁRIO DO SEU CHEFE!
Organize a comemoração do aniversário de seu chefe, recolhendo dinheiro para o presente e gastos da festa com os babacas de seus colegas.
Para o seu chefe, você foi quem fez a festa e, tenha certeza, que você será a única pessoa que “sairá ganhando” com isso.
13. BALANÇADINHA BÁSICA
Jamais deixe de balançar o saco de seu chefe.
Quem não puxa o saco, do chefe, jamais será promovido!