domingo, 31 de julho de 2016

SOU NORDESTINA

Texto de Sheila Raposo

Cultivado entre os cascalhos do chão seco e as cercas de aveloz que se perdem no horizonte, cresceu, forte e robusto, o meu orgulho de pertencer a esse pedaço de terra chamado Nordeste.
Sou nordestina. Nasci e me criei no coração do Cariri Paraibano, correndo de boi brabo, brincando com boneca de pano, comendo goiaba do pé e despertando com o primeiro canto do galo para; ainda com os olhos tapados de remela, desabar pro curral e esperar pacientemente, o vaqueiro encher o meu copo de leite, morninho e espumante, direto das tetas da vaca para o meu bucho.
Sou nordestina. Falo "ôxente", "vôte", "danou-se", "vige", "credo, Jesus-Maria-José!" Proseio minha língua ligeira, que engole silabas e atropela a ortoépia das palavras. O meu falar é o mais fiel retrato. Os amigos acham até engraçado e dizem sempre que eu “saí do mato, mas o mato não saiu de mim”. Não saiu mesmo! E olhe: "acho que não vai sair é nunca”!
Sou nordestina. Lambo os beiços quando me deparo com uma mesa farta, atarracada de comida. Pirão, arroz-de-festa, galinha de capoeira, feijão de arranca com toucinho, buchada, carne de sol… E mais uma ruma de comida boa, daquela que quando a gente termina de engolir o suor já está pingando nos quatro cantos. E depois ainda me sirvo de um bom pedaço de rapadura ou uma cumbuca de doce de mamão, que é pra adoçar a língua. E no outro dia, de manhãzinha, me esbaldo na coalhada, no cuscuz, na tapioca, no queijo de coalho, no bolo de mandioca, na tigela de umbuzada, na orêa de pau com café torrado em casa!
Sou nordestina. Choro quando escuto a voz de Luiz Gonzaga ecoar no teatro de minhas memórias. De suas músicas guardo as mais belas recordações. As paisagens, os bichos, os personagens, a fé e a indignação com que ele costurava as suas cantigas e que também são minhas. Também estavam (e estão) presentes em todos os meus momentos, pois foi em sua obra que se firmou a minha identidade cultural.
Sou nordestina. Me emociono quando assisto a uma procissão e observo aqueles rostos sofridos, curtidos de sol do meu povo. Tudo é belo neste ritual. A ladainha, o cheiro de incenso. Os pés descalços, o véu sobre a cabeça, o terço entre os dedos. O som dos sinos repicando na torre da igreja. A grandeza de uma fé que não se abala.
Sou nordestina. Gosto de me lascar numa farra boa, ao som de xote ou do baião. Sacolejo e me pergunto: pra quê mais instrumento nesse grupo além da sanfona, do triangulo e da zabumba? No máximo, um pandeiro ou uma rabeca. Mas dançar ao som desse trio é bom demais. E fico nesse relabucho até o dia amanhecer, sem ver o tempo passar e tampouco sentir os quartos se arriando, as canelas se tremelicando, o espinhaço se quebrando e os pés se queimando em brasa. Ô negocio bom!
Sou nordestina. Admiro e me emociono com a minha arte, com o improviso do poeta popular, com a beleza da banda de pífanos, com o colorido do pastoril, com a pegada forte do côco-de-roda, com a alegria da quadrilha junina. O artista nordestino é um herói, e nos cordéis do tempo se registra a sua história.
Sou nordestina. E não existe música mais bonita para meus ouvidos do que a tocada por São Pedro, quando ele se invoca e mete a mãozona nas zabumbas lá do céu, fazendo uma trovoada bonita que se alastra pelo Sertão, clareando o mundo e inundando de esperança o coração do matuto. A chuva é bendita.
Sou nordestina. Sou apaixonada pela minha terra, pela minha cultura, pelos meus costumes, pela minha arte, pela minha gente. Sou não sou apaixonada por uma pequena parcela dessa mesma gente que se enche de poderes e promete resolver os problemas de seu povo, mentindo, enganando, ludribiando, apostando no analfabetismo de quem lhe pôs no poder, tirando proveito da seca e da miséria para continuar enchendo os próprios bolsos de dinheiro.
Mas, apesar de tudo, eu ainda sou nordestina, e tenho orgulho disso. Não me envergonho da minha história, não disfarço o meu sotaque, não escondo as minhas origens. Eu sou tudo o que escrevi, sou a dor e a alegria dessa terra.
E tenho pena, muita pena, dos tantos nordestinos que vejo por aí, imitando chiados e fechando vogais, envergonhados de sua nordestinidade. Para eles, ofereço estas linhas.

terça-feira, 26 de julho de 2016

A "MEDALHA DE LATÃO" JÁ É NOSSA

Texto de Aloisio Guimarães


Vão começar, na cidade do Rio de Janeiro, os Jogos Olímpicos (ou Olimpíadas), com o pomposo nome de "XXXI Jogos Olímpicos da Era Moderna".
Quem acompanha, como eu, essa manifestação máxima do esporte amador (?) mundial, sabe muito bem que o Lema das Olimpíadas é “O importante é competir”, frase atribuída a Pierre de Frédy - o Barão de Coubertin - considerado o idealizador dos tais Jogos Olímpicos da Era Moderna, criados com a finalidade de promover a união entre os povos e raças e promover a paz entre as nações.
A intenção de promover a paz entre os povos é louvável e digna de ser perseguida a todo custo, mas sabemos que eventos do porte das Olimpíadas são grande atrativos para aqueles que querem promover a discórdia ou se manifestar politicamente de modo incorreto. Quem não se lembra da chacina de atletas israelenses, ocorrida durante as Olimpíadas de Munique, em 1972? Quem não se lembra dos boicotes aos jogos, principalmente como ocorreu nas Olimpíadas de Moscou, em 1980, que só não teve o seu brilho apagado totalmente graças ao emocionante choro do ursinho Misha, mascote daqueles jogos?
Contrariando a interpretação quase que unânime do significado do Lema das Olimpíadas, Martina Navratilova, talvez a maior tenista que já existiu, declarou que:
- Quem diz que o importante é competir, é um derrotado!
Na mesma linha de opinião, disse o saudoso Ayrton Senna:
- O importante é ganhar, tudo e sempre. Essa história de que o importante é competir não passa de pura demagogia.
Concordo plenamente com eles dois. É evidente que, quem entra numa competição, deve entrar para ganhar e não com o pensamento na base do “tanto faz como tanto fez, o importante é estar aqui”.
Só ficam para a História aqueles que ganham. O mundo se lembra de Muhammad Ali (Cassius Clay), George Foreman, Nádia Comaneci, Mark Spitz, Carl Lewis... Mas ninguém sabe e ninguém se lembra de quem perdeu para eles; de quem chegou em segundo lugar.
O Lema “O importante é competir” deve ser interpretado como “Perder com dignidade, com o espírito esportivo, aceitando a derrota e reconhecendo que o seu adversário foi superior” e não do modo como pensam ou como ensinam.
Quem vai para as Olimpíadas sem o tesão de querer ganhar, vai apenas para fazer turismo às nossas custas e não é o comportamento esperado para um atleta. Quem entra numa briga, seja ela qual for, sem a gana de sair vitorioso é um derrotado na vida, sempre. Eu só entro para ganhar. Não ganho sempre, mas tento...
Que venham as medalhas de ouro, prata e/ou bronze porque a de “latão” o Brasil já conquistou, dada pela Austrália, ao denunciar a precariedade das instalações da nossa”Vila Olímpica. Uma vergonha.
Ah, quanto às "medalhas de cadeia”, as futuras operações da polícia federal, sobre propina e superfaturamento nas obras de ginásios esportivos para os jogos, apontarão os seus ganhadores.

domingo, 24 de julho de 2016

O REINO DO IMPERADOR

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
Certa ocasião, um Imperador alemão realizou uma visita a uma das mais afastadas províncias dos seus domínios.
Passando por uma pequena escola, situada à beira da estrada, resolveu interromper a viagem e visitar os alunos. Professores e crianças o receberam com emoção, respeito e acatamento.
No meio de tanto entusiasmo, houve quem improvisasse um discurso para saudar a ilustre personagem. O Imperador ficou surpreso e feliz com a recepção. Percebendo que a classe era viva, inteligente e desinibida, sentiu-se muito à vontade entre os alunos.
Depois de ouvi-los cantar, declamar, discursar, ele resolveu se divertir um pouco com eles.
Pediu a seu secretário que lhe trouxesse uma laranja e, mostrando-a aos meninos e meninas, perguntou:
- Qual de vocês é capaz de me responder a que reino pertence esta fruta que tenho na mão?
- Ao reino vegetal - respondeu, de imediato, uma garota risonha, de olhos brilhantes e muito comunicativa.
- Surpreendente! - disse o Imperador - Já que você respondeu com tanta precisão, vou lhe fazer duas outras perguntas. Espero que você responda correta e imediatamente. Se me responder sem hesitar, eu lhe dou uma medalha como prêmio. Aceita o desafio?
- Aceito, sim senhor - falou prontamente a garota.
Então, colocando a mão no bolso de sua farda, tirou uma moeda e a mostrou à menina, indagando:
- E esta moeda, a que reino pertence?
- Ao reino mineral - disse ela.
Novamente o Imperador voltou a perguntar:
- E eu, a que reino pertenço?
Houve um rápido momento de silêncio.
Os colegas se entreolharam...
A garota ficou séria e constrangida, preocupada em não ofender o Imperador, dizendo que ele pertencia ao reino animal, além de perder a medalha, seria repreendida. Então, de repente, uma resposta lhe veio à mente. Seus olhos voltaram a brilhar, um sorriso iluminou a sua face e ela respondeu, alto e claro:
- O senhor pertence ao reino de Deus!
A resposta da menina causou admiração entre os colegas, professora e toda a comitiva que acompanhava o Imperador.
Foi, no entanto, o próprio Imperador que mais se sentiu tocado pela afirmativa da garota. Com voz embargada, ele entregou a medalha prometida e, emocionado, falou:
- Espero que eu seja digno desse reino, minha filha...
- E VOCÊ, QUAL É O SEU REINO?

sábado, 23 de julho de 2016

SECRETÁRIA ELETRÔNICA DA VOVÓ

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

- Bom dia! No momento, eu não estou em casa, mas, por favor, deixe a sua mensagem depois de ouvir o sinal:
· Se é um de meus filhos, disque 1;
· Se precisa que eu fique com as crianças, disque 2;
· Se quer o carro emprestado, disque 3;
· Se quer que eu lave e passe a roupa, disque 4;
· Se quer que as crianças durmam aqui em casa, disque 5;
· Se quer que busque na escola, disque 6;
· Se quer que eu prepare uns bolinhos para domingo, disque 7;
· Se querem vir comer aqui em casa, disque 8;
· Se precisa de dinheiro, disque 9;
· Se é um das minhas amigas, pode falar...

sexta-feira, 22 de julho de 2016

NÃO ESQUEÇA DE TROCAR O ÓLEO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

O casamento de um idoso, com 83 anos, com uma rapariga de 20 anos, foi o motivo de todas as conversas na cidade.
Um ano depois do casamento, o casal apresenta-se no hospital para o nascimento do seu primeiro filho. A parteira sai da sala de partos para felicitar o velhote e diz-lhe:
- É espantoso! Como é que o senhor consegue, na sua idade?!
O velho sorri e diz:
- Tem de se manter o motor a trabalhar…
No ano seguinte, o casal aparece de novo no hospital para o nascimento do segundo filho. A mesma enfermeira acompanha o parto e sai para felicitar o nosso velhote, dizendo-lhe:
- O senhor é incrível! Como é que consegue?!
O velho sorri e diz:
- Tem de se manter o motor a trabalhar…
Mais um ano e o casal aparece no mesmo hospital, para o nascimento do terceiro filho. A mesma enfermeira acompanha uma vez mais o parto e, após o nascimento, vai de novo ter com o velhote, sorri-lhe e diz:
- O senhor é mesmo incrível! Como é que consegue?!
O velho sorri e diz:
- É como já lhe disse, tem de se manter o motor a trabalhar…
A enfermeira continua a sorrir, dá-lhe uma pancadinha nas costas e diz-lhe:
- É bom trocar o óleo, este já saiu bem queimado!

segunda-feira, 18 de julho de 2016

ENGENHEIROS X ADVOGADOS

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

O texto (piada) abaixo, apesar de bastante conhecido, reflete, com uma fidelidade espantosa, a "rixa" que existia entre os estudantes de Engenharia e Direito, nos anos 70/80.
Neste período, os estudantes de Direito diziam que os futuros engenheiros "só sabiam fazer contas e não sabiam escrever nada, sendo, portanto, péssimos em Português". Por sua vez, os futuros engenheiros diziam que todo advogado era "um engenheiro frustrado e que somente tinha feito Direito porque não sabia Matemática". Talvez seja por isso mesmo é que hoje em dia tem muito engenheiro, daquela época, se formando em Direito, como que diz aos seus antigos desafetos: "Quero ver agora é vocês se formarem em Engenharia...".
Agora, vamos ao causo:
Certo dia, três advogados e três engenheiros iam viajar de trem para uma conferência. Na estação, os três engenheiros compraram um bilhete cada um, mas viram que os três advogados compraram um só bilhete.
- Como é que os três vão viajar só com um bilhete? - perguntou um dos engenheiros.
- Espere e verás... - respondeu um dos advogados.
Então, todos embarcaram.
Os engenheiros foram para suas poltronas, mas os três advogados se trancaram juntos no banheiro.
Logo que o trem partiu, o fiscal veio recolher os bilhetes. Ele bateu na porta do banheiro e disse:
- O bilhete, por favor...
A porta abriu só um a frestinha e apenas uma mão entregou o bilhete. O fiscal pegou a passagem e foi embora. Os engenheiros viram tudo e acharam a ideia genial.
Então, depois da conferência, os engenheiros resolveram imitar os advogados na viagem de volta e, assim, economizar um dinheirinho -  reconheceram a boa ideia dos advogados - porém, com a criatividade que é peculiar da própria profissão, resolveram melhorar...
Quando chegaram na estação, a história se repetiu, ou seja, os advogados compraram só um bilhete, mas, para espanto deles, os engenheiros não compraram nenhum.
- Mas, como é que vocês vão viajar, sem nenhuma passagem? - perguntou, perplexo, um dos advogados.
- Espere e verás... - respondeu um dos engenheiros.
Todos embarcaram e os advogados, como das outras vezes, se espremeram dentro de um banheiro e os engenheiros em outro banheiro ao lado.
O trem partiu... Minutos depois, um dos engenheiros saiu, foi até a porta do banheiro dos advogados, bateu e disse:
- A passagem, por favor...

domingo, 17 de julho de 2016

PARA VIVER MELHOR

Texto de Bruno Pitanga
PROFESSOR E NEUROCIENTISTA

Para viver melhor.
Não se preocupe, “se ocupe”. Ocupe seu tempo, ocupe seu espaço, ocupe sua mente.
Não se desespere, “espere”. Espere a poeira baixar, espere o tempo passar, espere a raiva desmanchar.
Não se indisponha, “disponha”. Disponha boas palavras, disponha boas vibrações, disponha sempre.
Não se canse, ”descanse”. Descanse sua mente, descanse suas pernas, descanse de tudo.
Não menospreze, ”preze”. Preze por qualidade, preze por valores, preze por virtudes.
Não se incomode, ”acomode”. Acomode seu corpo, acomode seu espirito, acomode sua vida.
Não desconfie, ”confie”. Confie no seu sexto sentido, confie em você, confie em Deus.
Não se torture, ”ature”. Ature com paciência, ature com resignação, ature com tolerância.
Não pressione, ”impressione”. Impressione pela humildade, impressione pela simplicidade, impressione pela elegância.
Não crie discórdia, ”crie concórdia”. Concórdia entre nações, concórdia entre pessoas, concórdia pessoal.
Não maltrate, ”trate bem”. Trate bem as pessoas, trate bem os animais, trate bem o planeta.
Não se sobrecarregue, ”recarregue”. Recarregue suas forças, recarregue sua coragem, recarregue sua esperança.
Não atrapalhe, ”trabalhe”. Trabalhe sua humanidade, trabalhe suas frustrações, trabalhe suas virtudes.
Não conspire, ”inspire”. Inspire pessoas, inspire talentos, inspire saúde.
Não se apavore, ”ore”. Ore a Deus.
Somente assim viveremos dias melhores.

sábado, 16 de julho de 2016

ELES SE DEFENDEM

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS


Na semana passada a classe trabalhadora alagoana foi mais uma vez, democraticamente, ultrajada por um novo aumento nas contas das tarifas obrigatórias para a sua sobrevivência. O carrasco da vez foi a CASAL (Companhia de Água e Saneamento de Alagoas); o absurdo percentual foi de 16.5%, pasmem! A referida companhia que já presta um serviço de péssima qualidade para os seus usuários, já explora uma parcela “privilegiada” da população que tem direito ao saneamento básico, quando obriga essas pessoas a pagarem as suas contas, duplicadas, quando esse serviço deveria ser uma obrigação do Estado brasileiro. Outro absurdo cometido por essa estatal é a cobrança da chamada taxa mínima estabelecida em 10 metros. Vou citar um exemplo de um pequeno comerciante que consumiu nesse mês apenas 1 metro de água, e, por seu negócio está localizado numa área saneada, muitas das vezes sem a água chegar, sequer, às torneiras, foi obrigado a pagar 10 metros, que, duplicados, totalizaram 20 metros, recebendo dessa forma, o microempreendedor, uma conta de R$180,00. Esse pequeno exemplo é uma das vergonhosas explicações para o fechamento de centenas de pequenos negócios na nossa região. Francamente, não conseguimos compreender qual a praticidade do apelo mundial para que as pessoas economizem a água! No caso do comerciante referido, ele está, em detrimento da sua responsabilidade social e ambiental, sendo furtado pela companhia, em, pasmem! 19 metros de água, já que ele consumiu apenas 1 e pagou 20 metros! Será que o comportamento dessa companhia não está assemelhado ao de um cidadão desesperado que, sem condições de pagar as contas, instala um “gato” em seu sistema hidráulico? A diferença está que o mais fraco quando pego é taxado como ladrão, fica desmoralizado, e recebe severas punições.
Com relação ao reajuste de 16.5%, esse foi autorizado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do estado de Alagoas (Arsal) baseado num futuro aumento nas contas de energia previsto para o mês de agosto, de 8.48%, bem como na variação cambial que, segundo eles, aumentará os custos dos produtos usados para o tratamento da água. Observem que já fomos condenados a pagar, com antecipação, por fatos que ainda não se concretizaram, ademais, essa variação cambial não é fixa, pois, irá depender das variações mercadológicas. O “interessante” é que não tomei conhecimento de nenhuma manifestação, em nosso auxilio, por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Anteriormente à esses reajustes tarifários citados acima, já sofremos com 13.47% determinados pela ANS (Agência Nacional de Saúde) para os planos de saúde. Hospitais e clinicas também têm suas integridades financeiras protegidas por leis baseadas no nosso fluxo econômico. Logo, é explicável e entendível todas essas defesas econômicas atendem plenamente ao viés capitalista ao qual estamos submetidos. Só não conseguimos compreender a exclusão do trabalhador desse contexto econômico que justifica todos esses reajustes tarifários, afinal, ele é o caixa que permite a sobrevivência de todas essas instituições, sendo que, no caso das estatais, sobrecarregado por más administrações e reiterados casos de corrupção.
É impressionante a ausência do Estado, mesmo quando dirigido por pseudos socialistas, na busca por uma equalização entre o social e o econômico.
Quem poderá nos defender?

terça-feira, 12 de julho de 2016

CHORO DE MULHER

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um garotinho perguntou à sua mãe:
- Mãe, por que estás a chorar?
E ela respondeu:
- Porque sou mulher...
- Mas, eu não entendo...
A mãe inclinou-se para ele, abraçou-o e disse:
- Meu amor, jamais irás entender...
Mais tarde o menino pergunta ao pai:
- Pai, por que é que a mãe às vezes chora, sem motivo?
O homem respondeu:
- Todas as mulheres sempre choram sem nenhum motivo...
Era tudo o que o pai era capaz de responder…
O garotinho cresceu e tornou-se num homem. E, de vez em quando, fazia a mesma pergunta: “Por que será que as mulheres choram, sem ter motivo para isso?"
Certo dia ajoelhou e perguntou a Deus:
- Senhor, diga-me: por que as mulheres choram com tanta facilidade?
E Deus disse:
- Quando eu criei a mulher, tinha de fazer algo muito especial. Fiz os ombros suficientemente fortes, capazes de suportar o peso do mundo inteiro, porém suficientemente suaves para te confortar. Dei-lhe uma imensa força interior, para que pudesse suportar as dores da maternidade e também o desprezo que muitas vezes recebem dos próprios filhos. Dei-lhe a fortaleza que lhe permite continuar sempre a cuidar da sua família, sem se queixar, apesar das enfermidades e do cansaço, até mesmo quando outros já estão à beira de desistir. Dei-lhe sensibilidade para amar os filhos, em qualquer circunstância, mesmo quando estes a tenham magoado; essa sensibilidade permite-lhe afugentar qualquer tristeza, choro ou sofrimento da criança, e partilhar as dúvidas e medos da adolescência. Porém, para que possa suportar tudo isso, meu filho, eu dei-lhe lágrimas, e são exclusivamente suas, para usá-las quando precisar. Ao derramá-las, a mulher verte em cada lágrima um pouquinho de amor. Essas gotas de amor desvanecem no ar e salvam a humanidade.
O homem respondeu com um profundo suspiro:
- Agora compreendo o sentimento da minha mãe, da minha irmã e da minha companheira. Obrigado, Meu Deus, por teres criado a mulher!

domingo, 10 de julho de 2016

EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO DE JANEIRO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

O texto abaixo é antigo (será?) e a sua autoria é atribuída a Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, que critica o "cinismo" dos jornalistas, artistas e intelectuais cariocas, ao defenderem o fim do poder paralelo dos chefes do tráfico de drogas.
Leia:
É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro. Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.
Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente. Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon. Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias.
Quanto mais glamouroso o ambiente, quanto mais supostamente intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco. Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca - e brasileira, por extensão. Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato.
Festa sem cocaína era festa careta. As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés de chinelos das favelas viraram barões das drogas.
Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastaquera, que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade.
Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é, digamos assim, tolerado. São doentes os que consomem. Não sabem o que fazem. Não têm controle sobre seus atos. Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais, que tanto se drogaram nas três últimas décadas, venham a público assumir:
- EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO DE JANEIRO.
Façam um adesivo e preguem no vidro de sua Audis, BMW's e Mercedes.
Bando de hipócritas!

sábado, 9 de julho de 2016

IDOSO E VELHO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Idoso é quem tem o privilégio de viver uma longa vida; velho é quem perdeu a jovialidade. Você é idoso quando sonha; você é velho quando apenas dorme. Você é idoso quando ainda aprende; você é velho quando já nem ensina. Você é idoso quando tem planos; você é velho quando só tem saudades. Para o idoso, a vida se renova a cada dia que começa; para o velho, a vida se acaba a cada noite que termina. Que você, quando idoso, viva uma vida longa, mas que nunca fique velho.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

PRATICANDO UMA BOA AÇÃO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Vinha pela estrada uma caravana de motociclistas fortes, bigodudos, em suas poderosas motos, quando, de repente eles avistam uma garota a ponto de saltar de uma ponte em um rio. Eles param e o líder deles, corpulento e de aspecto rude, salta, se dirige a ela e pergunta:
- Que diabos você está fazendo?
- Vou me suicidar - responde suavemente a delicada garota com a voz cadenciada e ameaçando pular.
O motociclista pensa por alguns segundos e finalmente diz:
- Bom, antes de saltar, por que não me dá um beijo?
Ela acena com a cabeça, bota de lado os cabelos compridos encaracolados e dá um beijo longo e apaixonado na boca do motociclista parrudão.
Depois desta intensa experiência, a gangue de motoqueiros aplaude o líder que depois de recuperar o fôlego, alisa a barba e admite:
- Este foi o melhor beijo que me deram na vida. É um talento que se perderá caso você se suicide. Por que quer morrer?
- Meus pais não gostam que eu me vista de mulher...