Na semana passada a classe trabalhadora alagoana foi mais uma vez,
democraticamente, ultrajada por um novo aumento nas contas das tarifas
obrigatórias para a sua sobrevivência. O carrasco da vez foi a CASAL (Companhia
de Água e Saneamento de Alagoas); o absurdo percentual foi de 16.5%, pasmem! A
referida companhia que já presta um serviço de péssima qualidade para os seus
usuários, já explora uma parcela “privilegiada” da população que tem direito ao
saneamento básico, quando obriga essas pessoas a pagarem as suas contas,
duplicadas, quando esse serviço deveria ser uma obrigação do Estado brasileiro.
Outro absurdo cometido por essa estatal é a cobrança da chamada taxa mínima
estabelecida em 10 metros. Vou citar um exemplo de um pequeno comerciante que
consumiu nesse mês apenas 1 metro de água, e, por seu negócio está localizado
numa área saneada, muitas das vezes sem a água chegar, sequer, às torneiras,
foi obrigado a pagar 10 metros, que, duplicados, totalizaram 20 metros,
recebendo dessa forma, o microempreendedor, uma conta de R$180,00. Esse pequeno
exemplo é uma das vergonhosas explicações para o fechamento de centenas de
pequenos negócios na nossa região. Francamente, não conseguimos compreender
qual a praticidade do apelo mundial para que as pessoas economizem a água! No
caso do comerciante referido, ele está, em detrimento da sua responsabilidade
social e ambiental, sendo furtado pela companhia, em, pasmem! 19 metros de
água, já que ele consumiu apenas 1 e pagou 20 metros! Será que o comportamento
dessa companhia não está assemelhado ao de um cidadão desesperado que, sem
condições de pagar as contas, instala um “gato” em seu sistema hidráulico? A
diferença está que o mais fraco quando pego é taxado como ladrão, fica
desmoralizado, e recebe severas punições.
Com relação ao reajuste de 16.5%, esse foi autorizado pela Agência
Reguladora de Serviços Públicos do estado de Alagoas (Arsal) baseado num futuro
aumento nas contas de energia previsto para o mês de agosto, de 8.48%, bem como
na variação cambial que, segundo eles, aumentará os custos dos produtos usados
para o tratamento da água. Observem que já fomos condenados a pagar, com antecipação,
por fatos que ainda não se concretizaram, ademais, essa variação cambial não é
fixa, pois, irá depender das variações mercadológicas. O “interessante” é que
não tomei conhecimento de nenhuma manifestação, em nosso auxilio, por parte dos
órgãos de defesa do consumidor.
Anteriormente à esses reajustes tarifários citados acima, já sofremos com
13.47% determinados pela ANS (Agência Nacional de Saúde) para os planos de
saúde. Hospitais e clinicas também têm suas integridades financeiras protegidas
por leis baseadas no nosso fluxo econômico. Logo, é explicável e entendível
todas essas defesas econômicas atendem plenamente ao viés capitalista ao qual
estamos submetidos. Só não conseguimos compreender a exclusão do trabalhador
desse contexto econômico que justifica todos esses reajustes tarifários,
afinal, ele é o caixa que permite a sobrevivência de todas essas instituições,
sendo que, no caso das estatais, sobrecarregado por más administrações e
reiterados casos de corrupção.
É impressionante a ausência do Estado, mesmo quando dirigido por pseudos
socialistas, na busca por uma equalização entre o social e o econômico.
Quem poderá nos defender?
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