quinta-feira, 31 de maio de 2018

A PIOR AUDIÊNCIA DA MINHA VIDA

Texto de Paulo Rangel
 DESEMBARGADOR DO TJRJ
 
A minha carreira de Promotor de Justiça foi pautada sempre pelo princípio da importância (inventei agora esse princípio), isto é, priorizava aquilo que realmente era significante diante da quantidade de fatos graves que ocorriam na Comarca em que trabalhava. Até porque eu era o único promotor da cidade e só havia um único juiz. Se nós fôssemos nos preocupar com furto de galinha do vizinho; briga no botequim de bêbado sem lesão grave e noivo que largou a noiva na porta da igreja nós não iríamos dar conta de tudo de mais importante que havia para fazer e como havia (crimes violentos, graves, como estupros, homicídios, roubos, etc.). Era simples. Não há outro meio de você conseguir fazer justiça se você não priorizar aquilo que, efetivamente, interessa à sociedade. Talvez esteja aí um dos males do Judiciário quando se trata de “emperramento da máquina judiciária”.
Pois bem. O Procurador Geral de Justiça (Chefe do Ministério Público) da época me ligou e pediu para eu colaborar com uma colega da comarca vizinha que estava enrolada com os processos e audiências dela. Lá fui eu prestar solidariedade à colega. Cheguei, me identifiquei a ela (não a conhecia) e combinamos que eu ficaria com os processos criminais e ela faria as audiências e os processos cíveis. Foi quando ela pediu para, naquele dia, eu fazer as audiências, aproveitando que já estava ali. Tudo bem. Fui à sala de audiências e me sentei no lugar reservado aos membros do Ministério Público: ao lado direito do juiz. E eis que veio a primeira audiência do dia: um crime de ato obsceno cuja lei diz:
 ATO OBSCENO
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
O detalhe era: qual foi o ato obsceno que o cidadão praticou para estar ali, sentado no banco dos réus? Para que o Estado movimentasse toda a sua estrutura burocrática para fazer valer a lei? Para que todo aquele dinheiro gasto com ar condicionado, luz, papel, salário do juiz, do promotor, do defensor, dos policiais que estão de plantão, dos oficiais de justiça e demais funcionários justificasse aquela audiência? Ele, literalmente, cometeu uma ventosidade intestinal em local público, ou em palavras mais populares, soltou um pum, dentro de uma agência bancária e o guarda de segurança que estava lá para tomar conta do patrimônio da empresa, incomodado, deu voz de prisão em flagrante ao cliente “peidão” porque entendeu que ele fez aquilo como forma de deboche da figura do segurança, de sua autoridade, ou seja, lá estava eu, assoberbado de trabalho na minha comarca, trabalhando com o princípio inventado agora da importância, tendo que fazer audiência por causa de um “peidão” e de um guarda que não tinha o que fazer. E mais grave ainda: de uma promotora e um juiz que acharam que isso fosse algo relevante que pudesse autorizar o Poder Judiciário a gastar rios de dinheiro com um processo para que aquele “peidão”, quando muito mal-educado, pudesse ser punido nas “penas da lei”.
Ponderei com o juiz que aquilo não seria um problema do Direito Penal, mas sim, quando muito, de saúde, de educação, de urbanidade, enfim… Ponderei, ponderei, mas bom senso não se compra na esquina, nem na padaria, não é mesmo? Não se aprende na faculdade. Ou você tem, ou não tem. E nem o juiz, nem a promotora tinham ao permitir que um pum se transformasse num litígio a ser resolvido pelo Poder Judiciário. Imagina se todo pum do mundo se transformasse num processo? O cheiro dos fóruns seria insuportável.
O problema é que a audiência foi feita e eu tive que ficar ali ouvindo tudo aquilo que, óbvio, passou a ser engraçado. Já que ali estava, eu iria me divertir. Aprendi a me divertir com as coisas que não tem mais jeito. Aquela era uma delas. Afinal o que não tem remédio, remediado está. 
O réu era um homem simples, humilde, mas do tipo forte, do campo, mas com idade avançada, aproximadamente, uns 70 anos.
Eis a audiência:
Juiz: - Consta aqui da denúncia oferecida pelo Ministério Público que o senhor no dia x, do mês e ano tal, a tantas horas, no bairro h, dentro da agência bancária Y, o senhor, com vontade livre e consciente de ultrajar o pudor público, praticou ventosidade intestinal, depois de olhar para o guarda de forma debochada, causando odor insuportável a todas as pessoas daquela agência bancária, fato, que, por si só, impediu que pessoas pudessem ficar na fila, passando o senhor a ser o primeiro da fila. Esses fatos são verdadeiros?
Réu: - Não entendi essa parte da ventosidade…. O que mesmo?
Juiz: - Ventosidade intestinal. 
Réu: - Ah sim, ventosidade intestinal. Então, essa parte é que eu queria que o senhor me explicasse direitinho.
Juiz: - Quem tem que me explicar aqui é o senhor que é réu. Não eu. Eu cobro explicações. E então, são verdadeiros ou não os fatos?
O juiz se sentiu ameaçado em sua autoridade. Como se o réu estivesse desafiando o juiz e mandando ele se explicar. Não percebeu que, em verdade, o réu não estava entendendo nada do que ele estava dizendo.
Réu: - O guarda estava lá, eu estava na agência, me lembro que ninguém mais ficou na fila, mas eu não roubei ventosidade de ninguém não senhor. Eu sou um homem honesto e trabalhador, doutor juiz “meretrício”.
Na altura da audiência eu já estava rindo por dentro porque era claro e óbvio que o homem por ser um homem simples ele não sabia o que era ventosidade intestinal e o juiz por pertencer a outra camada da sociedade não entendia algo óbvio: para o povo o que ele chamava de ventosidade intestinal aquele homem simples do povo chama de “peido”. E mais: o juiz se ofendeu de ser chamado de “meretrício”. E continuou a audiência.
Juiz: - Em primeiro lugar, eu não sou “meretrício”, mas sim “meritíssimo”. Em segundo, ninguém está dizendo que o senhor roubou no banco, mas que soltou uma ventosidade intestinal. O senhor está me entendendo?
Réu: - Ah, agora sim. Entendi sim. Pensei que o senhor estivesse me chamando de ladrão. Nunca roubei nada de ninguém. Sou trabalhador.
E puxou do bolso uma carteira de trabalho velha e amassada para fazer prova de trabalho...
Juiz: - E então, são verdadeiros ou não esses fatos?
Réu: - Quais fatos?
O juiz nervoso como que perdendo a paciência e alterando a voz repetiu:
Juiz: - Esses que eu acabei de narrar para o senhor. O senhor não está me ouvindo?
Réu: - Tô ouvindo sim, mas o senhor pode repetir, por favor. Eu não prestei bem atenção...
O juiz, visivelmente irritado, repetiu a leitura da denúncia e insistiu na tal da ventosidade intestinal, mas o réu não alcançava o que ele queria dizer. Resolvi ajudar, embora não devesse, pois não fui eu quem ofereci aquela denúncia estapafúrdia e descabida, típica de quem não tinha o que fazer.
Eu: - Excelência, pela ordem; permite uma observação?
O juiz educado, do tipo que soltou pipa no ventilador de casa e jogou bola de gude no tapete persa do seu apartamento, permitiu, prontamente, minha manifestação.
Juiz: - Pois não, doutor promotor. Pode falar... À vontade...
Eu: - É só para dizer para o réu que “ventosidade intestinal” é um “peido”. Ele não está entendendo o significado da palavra técnica daquilo que todos nós fazemos: “soltar um pum”. É disso que a promotora que fez essa denúncia está acusando o senhor.
O juiz ficou constrangido com minhas palavras diretas e objetivas, mas deu aquele riso de canto de boca e reiterou o que eu disse e perguntou, de novo, ao réu se tudo aquilo era verdade e eis que veio a confissão.
Réu: - Ah, agora sim que eu entendi o que o senhor “meretrício” quer dizer...
O juiz o interrompeu e corrigiu na hora:
Juiz: - “Meretrício” não, “meritíssimo”. Pensei comigo: o cara não sabe o que é um peido vai saber o que é um adjetivo (meritíssimo)? Não dá. É muita falta de sensibilidade, mas vamos fazer a audiência. Vamos ver onde isso vai parar.
E continuou o juiz:
Juiz: - Muito bem. Agora que o doutor Promotor já explicou para o senhor de que o senhor é acusado o que o senhor tem para me dizer sobre esses fatos? São verdadeiros ou não?
Juiz adora esse negócio de verdade real. Ele quer porque quer saber da verdade, sei lá do que.
Réu: - Ué, só porque eu soltei um pum o senhor quer me condenar? Vai dizer que o “meretrício” nunca peidou? Que o Promotor nunca soltou um pum? Que a dona moça aí do seu lado nunca peidou? (Ele se referia a secretária do juiz que naquela altura já estava peidando de tanto rir como todos os presentes à audiência).
O juiz, constrangido, pediu a ele que o respeitasse e as pessoas que ali estavam, mas ele insistiu em confessar seu crime:
Réu: - Quando eu tentei entrar no banco o segurança pediu para eu abrir minha bolsa quando a porta giratória travou, eu abri. A porta continuou travada e ele pediu para eu levantar a minha blusa, eu levantei. A porta continuou travada. Ele pediu para eu tirar os sapatos eu tirei, mas a porta continuou travada. Aí ele pediu para eu tirar o cinto da calça, eu tirei, mas a porta não abriu. Por último, ele pediu para eu tirar todos os metais que tinha no bolso e a porta continuou não abrindo. O gerente veio e disse que ele podia abrir a porta, mas que ele me revistasse. Eu não sou bandido. Protestei e eles disseram que eu só entraria na agência se fosse revistado e aí eu fingi que deixaria só para poder entrar. Quando ele veio botar a mão em cima de mim me revistando, passando a mão pelo meu corpo, eu fiquei nervoso e, sem querer, soltei um pum na cara dele e ele ficou possesso de raiva e me prendeu. Por isso que estou aqui, mas não fiz de propósito e sim de nervoso. Passei mal com todo aquele constrangimento das pessoas ficarem me olhando como seu eu fosse um bandido e eu não sou. Sou um trabalhador. Peidão sim, mas trabalhador e honesto.
O réu prestou o depoimento constrangido e emocionado e o juiz encerrou o interrogatório.
Olhei para o defensor público e percebi que o réu foi muito bem orientado. Tipo: “assume o que fez e joga o peido no ventilador. Conta toda a verdade”. O juiz quis passar a oitiva das testemunhas de acusação e eu alertei que estava satisfeito com a prova produzida até então. Em outras palavras: eu não iria ficar ali sentado ouvindo testemunhas falando sobre um cara “peidão” e um segurança maluco que não tinha o que fazer junto com um gerente despreparado que gosta de constranger os clientes e um juiz que gosta de ouvir sobre o peido alheio. Eu tinha mais o que fazer. Aliás, eu estava até com vontade de soltar um pum, mas precisava ir ao banheiro porque meu pum as vezes pesa e aí já viu, né? No fundo eu já estava me solidarizando com o pum do réu, tamanho foi o abuso do segurança e do gerente e pior: por colocarem no banco dos réus um homem simples porque praticou uma ventosidade intestinal.
É o cúmulo da falta do que fazer e da burocracia forense, além da distorção do Direito Penal sendo usado como instrumento de coação moral. Nunca imaginei fazer uma audiência por causa de uma, como disse a denúncia, ventosidade intestinal. Até “pum” neste País está sendo tratado como crime com tanto bandido, corrupto, ladrão andando pelas ruas o judiciário parou para julgar um pum. Resultado: pedi a absolvição do réu alegando que o fato não era crime, sob pena de termos que ser todos, processados, criminalmente, neste País, inclusive, o juiz que recebeu a denúncia e a promotora que a fez.
O juiz, constrangido, absolveu o réu, mas ainda quis fazer discurso chamando a atenção dele, dizendo que não fazia aquilo em público, ou seja, ele é o único ser humano que está nas ruas e quando quer peidar vai em casa rápido, peida e volta para audiência, por exemplo. É um cara politicamente correto. É o tipo do “peidão” covarde, ou seja, o que tem medo de peidar. Só peida no banheiro e se não tem banheiro ele se contorce, engole o peido, cruza as perninhas e continua a fazer o que estava fazendo como se nada tivesse acontecido. Afinal, juiz é juiz.
Moral da história: perdemos 3 horas do dia com um processo por causa de um peido. Se contar isso na Inglaterra, com certeza, a Rainha jamais irá acreditar porque ela também, mesmo sendo Rainha, você sabe...
Rio de Janeiro, 10 de maio de 2012.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

ENVELHECER

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um desses dias, uma jovem me perguntou como eu me sinto envelhecendo. Levei um susto, porque eu não me vejo como uma velha. Ao notar minha reação, a garota ficou embaraçada, mas eu expliquei que era uma pergunta interessante, que pensaria a respeito disso e depois voltaria a falar com ela.
Pensei e concluí: a velhice é um presente. Eu sou agora, provavelmente pela primeira vez na vida, a pessoa que sempre quis ser.
Oh, não meu corpo! Fico incrédula muitas vezes ao me examinar, ver as rugas, a flacidez da pele, os pneus rodeando o meu abdômen, o traseiro rotundo e os seios já caídos. E constantemente examino essa pessoa velha que vive em meu espelho (e que se parece demais com minha mãe), mas não sofro com isso. Não trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, e o carinho de minha família por menos cabelos brancos e uma barriga mais esguia.
Tornei-me amiga de mim mesma. Não fico me censurando se quero comer um docinho a mais, se tenho preguiça de arrumar minha cama, ou se compro um sapato que não necessito, mas que ficou tão lindo no meu pé. Conquistei o direito de matar minhas vontades, de ser bagunceira, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogando paciência no computador até as tantas da madrugada e depois só acordar ao meio-dia?
Andarei pela praia em um maiô esticado sobre um corpo decadente, mergulharei nas ondas, darei pulinhos se quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros. Eles, também, se conseguirem, envelhecerão.
Sei que ando esquecendo muita coisa, o que é bom para poder ser perdoada. Mas, pensando bem, há muitos fatos na vida que merecem ser esquecidos. E das coisas importantes, eu me recordo frequentemente.
É certo que ao longo dos anos meu coração já sofreu muito. Mas um coração partido é que nos dá a força, a compreensão e nos ensina a compaixão. Um coração que nunca sofreu, é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser forte, apesar de imperfeito.
Sou abençoada por Deus, por ter vivido o suficiente para ter o riso da juventude e da maturidade gravados para sempre, em sulcos profundos, no meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes que seus cabelos pudessem ficar prateados.
Conforme envelhecemos, fica mais fácil ser positivo e ligar menos para o que os outros pensam. Eu não me questiono mais. Conquistei o direito de estar errada e não ter que dar explicações.
Assim, respondendo à pergunta daquela jovem graciosa, posso afirmar:
- Eu gosto de ser velha. Libertei-me! Gosto da pessoa que me tornei. Não vou viver para sempre, mas enquanto estiver por aqui, não desperdiçarei meu tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupando com o que virá. O futuro pertence a Deus! Penso que nunca me sentirei só. Sou receptiva e carinhosa, e se amizades antigas teimam em partir antes de mim, outras novas, assim como você, me procuram buscando o que terei sempre para dar, enquanto viver: experiência e muito amor.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

PALAVRAS

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
 
Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto.
As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do léxico. Estão para as outras palavras assim como os mamíferos para os artrópodes.
As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas. Das mais lânguidas às mais lúgubres, das anônimas às célebres. Se o idioma fosse um espetáculo, permaneceriam longe do público, fingindo que fogem dos fotógrafos e se achando o máximo. Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto e, despóticas, ainda exigem acento na sílaba tônica! 
Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito. É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo. O inclinado e o íngreme. O irregular e o áspero. O grosso e o ríspido. O brejo e o pântano. O quieto e o tímido.
Uma coisa é estar na ponta; outra, no vértice. Uma coisa é estar no topo; outra, no ápice. Uma coisa é ser fedido; outra é ser fétido. É fácil ser valente, mas é árduo ser intrépido. Ser artesão não é nada, perto de ser artífice. Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice.
Este último parágrafo contém algo raríssimo: proparoxítonas que rimam, porque elas se acham únicas, exóticas, esdrúxulas. São as figuras mais antipáticas da gramática.
Quer causar um impacto insólito? Elogie com proparoxítonas. É como se o elogio tivesse mais mérito, tocasse no mais íntimo. O sujeito pode ser bom, competente, talentoso, inventivo, mas não há nada como ser considerado ótimo, magnífico, esplêndido. Da mesma forma, errar é humano; épico mesmo é cometer um equívoco. Escapar sem maiores traumas é escapar ileso, mas tem que ter classe para escapar incólume. O que você não conhece é só desconhecido; o que você não tem a mínima ideia do que seja, aí já é uma incógnita. Ao centro, qualquer um chega; poucos chegam ao âmago.
O desejo de ser proparoxítona é tão atávico que mesmo os vocábulos mais ordinários têm o privilégio (efêmero) de pertencer a essa família, mas são chamados de oxítonas e paroxítonas.
Finalmente, numa demonstração de ego extremo, proparoxítona é proparoxítona em si mesma! Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto.

domingo, 27 de maio de 2018

CONCLUSÃO LÓGICA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

 A GORDURA
No Japão, são consumidas poucas gorduras e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA. Em compensação, na França se consome muitas gorduras e, ainda assim, o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA.
 O VINHO
Na Índia, se bebe pouco vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA. Em compensação, na Espanha se bebe muito vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA.
 O SEXO
Na Argélia, se transa muito pouco e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA. Em compensação, no Brasil se transa muito e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA.
DIAGNÓSTICOBeba, coma e transe bastante, pois o que mata é falar inglês!
- Eu já cancelei o meu curso de línguas!

sábado, 26 de maio de 2018

AS TRÊS PANELA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Uma filha queixou-se ao pai sobre sua vida. Reclamava sobre como as coisas estavam difíceis para ela. Já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar. Parecia que assim que um problema estava resolvido, Outro surgia.
Seu pai, bom cozinheiro, resolveu ajudá-la. Levou sua filha até a sua cozinha, encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo as águas nas panelas começaram a ferver.
Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e na, última, pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.
A filha esperou imaginando o que ele estaria fazendo...
Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás, pescou as cenouras e colocou-as numa tigela, retirou os ovos e colocou-os em outra tigela e pegou o café, com uma concha, e colocou-o, coado, numa terceira tigela. Virando-se para sua filha, perguntou:
- Querida, o que você está vendo?
- Cenouras, ovos e café - ela respondeu.
Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias. Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca, verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu sabor delicioso.
Então perguntou:
- O que isto significa, pai?
- Cada um desses ingredientes enfrentou a mesma adversidade, água fervendo, mas cada um reagiu de maneira diferente. A cenoura entrou forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amoleceu e tornou-se frágil. Os ovos eram frágeis. Apenas uma casca fina protegia o líquido interior. Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior tornou-se mais rijo. O pó de café, contudo, é incomparável. Depois de colocado na água fervente, mudou a água. Qual dos ingredientes é você, minha filha? A escolha é sua. Quando a adversidade bate a sua porta, como você reage? Como cenoura, como ovo ou como pó de café?
Pense nisso!

sexta-feira, 25 de maio de 2018

PROJETO CARACU

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES


sábado, 19 de maio de 2018

NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

O ano de 2009 foi o ano da nova reforma ortográfica:

Em casos, como AUTOESTIMA, o hífen cai; mas a sua é que não pode cair.

Em algumas palavras, o acento desaparece, como em FEIURA. Aliás, poderia desaparecer a palavra toda. O acento também cai em IDEIA, só que dela a gente precisa, e muito!
O trema sumiu em todas as palavras, como em INCONSEQUÊNCIA, que também, poderia sumir do mapa; assim, a gente ia viver com mais TRANQUILIDADE.
Mas nem tudo vai mudar:
ABRAÇO continua igual e, quanto mais apertado, melhor; AMIZADE ainda é com "z", como vizinho, futebolzinho, barzinho... Expressões como "EU TE AMO" continuam precisando de ponto, se for de exclamação. "PAIXÃO" continua com "x", como ABACAXI, que, gostando ou não, a gente vai ter alguns para descascar. SOLITÁRIO ainda tem acento, como SOLIDÁRIO, que somente muda uma letra, todavia faz uma enorme diferença. CONSCIÊNCIA ainda é com "sc", como SANTA CATARINA, que precisa tocar a vida pra frente.
E por falar em VIDA, bem, essa muda o tempo todo, e é por isso que emociona tanto.
Um ABRAÇO.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

O GRANDE FILÓSOFO

Texto de Aloisio Guimarães

Nos anos 70, tempo da ditadura militar, ainda estudante jovem no saudoso Colégio Estadual Humberto Mendes de Palmeira dos Índios, gostava de Filosofia.
Nesta época era comum que jovens estudantes, influenciados pela "onda vermelha" que começa a tomar corpo, além de querer passar a imagem de "politizados", acharem chique a demonstração pública de conhecerem o pensamento dos grandes filósofos: Max, Sócrates, Platão, Tomás de Aquino, Voltaire, Rousseau, Marx, Nietzsche...
O meu pai, que Deus o tenha, era um verdadeiro “casca grossa”. E, como todo pai queria ter um filho "doutor", ele não gostou nada da minha "admiração filosófica", tanto que, certo dia, ele me acordou dos meus sonhos, com um argumento curto e grosso:
- Meu filho, se você quer morrer de fome, se forme em Filosofia. A única coisa "boa" que vai acontecer é que você vai passar o resto da sua vida tentando descobrir se "penico de barro enferruja ou não". Garanto-lhe que você "vai ganhar um dinheirão" quando encontrar a resposta para este grande enigma da humanidade!
Tendo ouvido tal argumento, desisti no ato. Fui ser engenheiro...
Hoje, dou a mão à palmatória, pois, mesmo "filosofando" bastante "ainda não descobri se penico de barro enferruja ou não".

quarta-feira, 16 de maio de 2018

O CAMINHO PARA A FELICIDADE

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Texto encontrado na porta do Consultório de um médico homeopata:
A “enfermidade“ é um conflito entre a personalidade e a alma. 
O “resfriado“ escorre quando o corpo não chora.
A “dor de garganta“ quando não é possível comunicar as aflições.
O “estômago“ arde quando as raivas não conseguem sair.
O “diabetes“ invade quando a solidão dói.
O “corpo engorda“ quando a insatisfação aperta.
A “dor de cabeça“ deprime quando as dúvidas aumentam.
O “coração“ desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A “alergia“ aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As “unhas“ quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O “peito aperta“ quando o orgulho escraviza.
A “pressão“ sobe quando o medo aprisiona.
As “neuroses“ paralisam quando a "criança interna" tiraniza.
A “febre“ esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Os “joelhos“ doem quando o orgulho não se dobra.
O “câncer“ mata quando não se perdoa.
E as “dores caladas“? Como falam em nosso corpo!
A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção. O “caminho“ para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas “Equívocos“, existem semáforos chamados “Amigos“, luzes de precaução chamadas “Família“. Ajudará muito ter no caminho uma peça de reposição chamada “Decisão“, um potente motor chamado “Amor“, um bom seguro chamado ““, abundante combustível chamado “Paciência“, mas há um maravilhoso “Condutor“ e solucionador chamado “Deus“!

domingo, 13 de maio de 2018

COISAS QUE APRENDI COM A MINHA MÃE

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Muitas coisas que as mães diziam, hoje são condenadas pelos "educadores" e "psicólogos". A educação mudou. Para os "entendidos", aplicar um corretivo no seu filho, poderá deixá-lo traumatizado...
Obrigado, mamãe, pela minha infância "traumática" porque, só assim, me tornei uma pessoa decente, honesta, respeitadora, amiga, sincera e sem vícios.
Graças a você, eu aprendi...
• A valorizar o Sorriso:
- Me responde de novo e eu te arrebento os dentes!
• o que é Retidão:
- Eu te ajeito, nem que seja no cacete!
• A dar valor ao trabalho dos outros:
- Se você e seu irmão querem se matar, vão lá para fora que acabei de limpar a casa!
• O que é Lógica e Hierarquia:
- Porque eu digo que é assim e ponto final! Quem é que manda aqui?
• O que é Motivação:
- Continue chorando que eu vou te dar uma razão verdadeira para você chorar!
• Tudo sobre a Contradição:
- Feche a boca e come!
• Sobre o que é Antecipação:
- Espere só até o seu pai chegar em casa!
• Como ter Paciência:
- Calma! Quando chegar em casa você vai ver só...
• A enfrentar os Desafios:
- Olhe para mim e me responda quando eu lhe fizer uma pergunta!
• O que é Raciocínio Lógico:
- Se você cair dessa árvore vai quebrar o pescoço e eu vou te dar uma surra!
• O que é a Medicina:
- Pare de ficar vesgo, menino! Pode bater um vento e você vai ficar assim pro resto da vida!
• Muita coisa sobre o Reino Animal:
- Se você não comer essas verduras, os bichos da sua barriga vão comer você!
• Sobre o Sexo:
- E como acha que você nasceu?
• O que é Genética:
- Você é igualzinho ao seu pai!
• Sobre as minhas Raízes:
- Tá pensando que nasceu de família rica, é?
• Que a idade traz Sabedoria:
- Quando você tiver a minha idade, você vai entender...
• O que é Justiça:
- Um dia você terá filhos e eu espero que eles façam para você o mesmo que você faz para mim! Aí você vai ver o que é bom!
• A ter uma Religião:
- É melhor você rezar para essa mancha sair do sofá...
• Sobre o famoso e esquisito Beijo de Esquimó:
- Se rabiscar de novo, eu esfrego o seu nariz na parede!
• O que é Contorcionismo:
- Olha só que orelha! Que nojo!
• O que é Determinação:
- Vai ficar sentado aí, até come toda a comida!
• Que tinha Habilidades de Ventríloquo:
- Não resmungue! Cale essa boca e me diga por que é que você fez isso!
• O que é ser Objetivo:
- Eu te ajeito de uma pancada só...
• A aprender a Escutar:
- Se você não abaixar o volume, eu vou aí e quebro esse rádio na usa cabeça!
• A ter Gosto pelos Estudos:
- Se eu for aí e você não tiver terminado a lição, você já sabe...
• O significado de Coordenação Motora:
- Junte agora mesmo esses brinquedos, um por um!
• A importância da Matemática:
- Vou contar até dez... Se esse vaso não aparecer, você vai levar uma pisa!
• O que é Assombração:
- Se você não dormir, o Bicho Papão vem lhe pegar!