sexta-feira, 18 de maio de 2018

O GRANDE FILÓSOFO

Texto de Aloisio Guimarães

Nos anos 70, tempo da ditadura militar, ainda estudante jovem no saudoso Colégio Estadual Humberto Mendes de Palmeira dos Índios, gostava de Filosofia.
Nesta época era comum que jovens estudantes, influenciados pela "onda vermelha" que começa a tomar corpo, além de querer passar a imagem de "politizados", acharem chique a demonstração pública de conhecerem o pensamento dos grandes filósofos: Max, Sócrates, Platão, Tomás de Aquino, Voltaire, Rousseau, Marx, Nietzsche...
O meu pai, que Deus o tenha, era um verdadeiro “casca grossa”. E, como todo pai queria ter um filho "doutor", ele não gostou nada da minha "admiração filosófica", tanto que, certo dia, ele me acordou dos meus sonhos, com um argumento curto e grosso:
- Meu filho, se você quer morrer de fome, se forme em Filosofia. A única coisa "boa" que vai acontecer é que você vai passar o resto da sua vida tentando descobrir se "penico de barro enferruja ou não". Garanto-lhe que você "vai ganhar um dinheirão" quando encontrar a resposta para este grande enigma da humanidade!
Tendo ouvido tal argumento, desisti no ato. Fui ser engenheiro...
Hoje, dou a mão à palmatória, pois, mesmo "filosofando" bastante "ainda não descobri se penico de barro enferruja ou não".

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