domingo, 31 de maio de 2020

O VALOR DO TEMPO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Conta-se que um jovem de uma aldeia no interior da China não dava nenhuma importância para o tempo. Sempre deixava tudo para depois, sempre se julgava novo demais para fazer qualquer coisa naquele momento, sempre alegava que o que mais tinha era tempo. E exatamente por ter muito, não o valorizava.
Certo dia, porém, esse jovem se encontrou com um velho sábio que dizia ser uma pessoa feliz, pois soube muito bem aproveitar o seu tempo e, mesmo no fim de sua vida, o que ele mais fazia era valorizar o pouco tempo que ainda lhe restava.
Curioso com tamanho disparate, o jovem perguntou:
- Senhor, por que você valoriza tanto o tempo? Poderia me dizer qual é o real valor dele?
O sábio, percebendo o interesse, respondeu:
- Para você entender o valor do tempo, vamos transformá-lo em dinheiro. Imagine que você tenha uma conta corrente e, a cada manhã, você acorde com um saldo de 86.400 moedas. Só que não é permitido transferir esse saldo do dia para o dia seguinte. Todas as noites, sua conta é zerada, mesmo que você não tenha conseguido gastar durante o dia. O que você faz?
– Eu gastaria cada centavo todos os dias, é claro! – respondeu convicto o jovem.
– Sim, gastaríamos cada centavo. Pois bem, todos nós somos clientes desse banco, que se chama Tempo. Todas as manhãs, são creditados para cada um de nós 86.400 segundos. Todas as noites, o saldo é debitado como perda. Não é permitido acumular esse saldo para o dia seguinte. Todas as manhãs, a sua conta é reiniciada, e todas as noites, as sobras do dia se evaporam. Não há volta. Você precisa gastar vivendo no presente o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor: na saúde, na felicidade e no sucesso. O relógio está correndo... Faça o melhor para o seu dia-a-dia. Para perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para dar valor a um mês, pergunte a uma mãe que teve o bebê prematuramente. Para perceber o valor de uma semana, pergunte ao editor de um jornal semanal. Para conhecer o valor de uma hora, pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar. Para você encontrar o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu um trem. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente. Para você aprender o valor de um milissegundo, pergunte a alguém que recebeu a medalha de prata na Olimpíada. Valorize cada momento que tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém especial o suficiente para gastar o seu tempo junto com você. Lembre-se de que o tempo não espera por ninguém. Ontem é história. O amanhã, um mistério. O hoje é uma dádiva. Por isso, é chamado presente!
PENSE NISSO!

sábado, 30 de maio de 2020

A IDADE

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Em certa ocasião, perguntaram a Galileu Galilei:
- Quantos anos tens?
Caindo em contradição com os seus cabelos e barbas totalmente brancos, ele respondeu:
- Oito ou dez...
Diante do olhar interrogativo que foi alvo, logo explicou:
- Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida porque os já vividos não os tenho mais da mesma forma que não tenho mais as moedas que já gastei.
PENSE NISSO!

domingo, 24 de maio de 2020

O ESTATUTO DO HOMEM

Texto de Thiago de Mello 

A
Carlos Heitor Cony

• ARTIGO I
Fica decretado que agora vale a verdade, agora vale a vida e de mãos dadas marcharemos todos pela vida verdadeira.
• ARTIGO II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
• ARTIGO III
Fica decretado que a partir deste instante haverá girassóis em todas as janelas; que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde, onde cresce a esperança.
• ARTIGO IV
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
PARÁGRAFO ÚNICO
O homem confiará no homem como um menino confia em outro menino.
• ARTIGO V
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa, com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
• ARTIGO VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías: "E o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora".
• ARTIGO VII
Por decreto irrevogável, fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade e a alegria será uma bandeira generosa, para sempre desfraldada na alma do povo.
• ARTIGO VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi, e será sempre, não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
• ARTIGO IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que, sobretudo, tenha sempre o quente sabor da ternura.
• ARTIGO X
Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, o uso do traje branco.
• ARTIGO XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
• ARTIGO XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
PARÁGRAFO ÚNICO
Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
• ARTIGO XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
• ARTIGO FINAL
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.
THIAGO DE MELLO
Santiago do Chile, abril de 1964.

sábado, 23 de maio de 2020

O RELÓGIO DO FAZENDEIRO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES


Era uma vez um fazendeiro que descobriu que tinha perdido o seu relógio no celeiro. O relógio era um objeto muito importante para ele por ter um grande valor sentimental.
Após buscar por todas as partes entre o feno, ele desistiu e recorreu à ajuda de um grupo de crianças que estava brincando do lado de fora do celeiro.
Ele prometeu que a pessoa que encontrasse o seu relógio seria recompensada.
Ao ouvir isso, as crianças correram para dentro do celeiro e entraram no meio de toda a pilha de feno, mas, ainda assim, não conseguiram encontrar o relógio.
Quando o fazendeiro estava prestes a desistir, um menino aproximou-se dele e pediu mais uma chance.
O fazendeiro olhou para ele e pensou “Por que não? Afinal de contas, esse garoto parece sincero o suficiente ”.
Então, o fazendeiro mandou o menino de volta ao celeiro. Depois de um certo tempo, o menino saiu do celeiro com o relógio em suas mãos.
O fazendeiro ficou feliz e surpreso ao mesmo tempo. Então ele perguntou ao menino como ele havia conseguido encontrar o relógio já que todos os outros meninos não conseguiram.
O garoto respondeu:
- Eu não fiz nada a não ser ficar sentado no chão, escutando. No silêncio, eu escutei o tique-taque do relógio e apenas olhei para a direção certa.
Moral da História
Uma mente em paz pode pensar melhor do que uma mente confusa. Dê alguns minutos de silêncio à sua mente todos os dias e veja o quanto isso lhe ajuda a definir a sua vida da maneira que você espera que ela seja.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

CAMINHO DO PARAÍSO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Raquel, judia, e Joana, católica, sempre foram muito amigas, mas como não queriam dar trabalho a seus familiares, cada uma resolveu ir viver numa casa de repouso de sua respectiva religião.
Alguns anos depois, Joana sente saudades de sua amiga e resolve visitá-la na casa de repouso. Quando se encontram é um festival de choro, beijos e abraços. Passadas as primeiras emoções, elas conversam:
- E aí, Raquel, como é a vida nesta casa?
Raquel conta a respeito da comida que é maravilhosa, das instalações, das companheiras... E depois, com um piscar de olhos, ela confidencia:
 - O melhor, Joana, é que eu arrumei um namorado!
Joana exclama:
- Virgem Santa! Que maravilha! Conta-me como é isso!
- Bom, depois do almoço nós vamos até o meu quarto e nos sentamos na beira da cama. Eu deixo ele me tocar em cima, depois em baixo, e então nós cantamos canções hebraicas. É maravilhoso!
- Isso é uma bênção, Raquel! Estou tão feliz por você!
- E você, Joana? Como é lá na sua casa de repouso?
Joana conta a respeito da comida maravilhosa, das instalações... Depois, com um piscar de olhos, ela confidencia:
- Eu também tenho um namorado, Raquel!
- Oh, que bom, Joana! E o que é que você faz com seu namorado?
Joana sorri e responde:
- Nós subimos para o meu quarto depois do almoço e nos sentamos na beirada da cama. Eu deixo ele me tocar no alto, depois em baixo...
Raquel ansiosa pergunta:
- E aí?
Joana continua:
- E aí, como nós não conhecemos nenhuma canção hebraica, nós trepamos!
MORAL DA HISTÓRIA
"Fazer menino" também te leva ao paraíso!

quarta-feira, 20 de maio de 2020

OS MONGES E O RIO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Contam que certo dia dois monges viajavam por uma estrada, quando começou a chover torrencialmente. Pouco tempo depois, a estrada, por onde andavam, começou a ficar lamacenta, dificultando a caminhada.
A certa altura, chegaram às margens de um riacho, que já acumulava um grande volume de água, mas era necessário atravessá-lo, para prosseguir a viagem, antes que a enchente aumentasse.
Quando já estavam atravessando o riacho, com água pelas cinturas, eles avistaram uma jovem mulher, parada, olhando para as águas que subiam, parecendo não saber o que fazer. Nesse momento, o monge mais velho perguntou-lhe:
- O que tens?
A mulher respondeu:
- Quero atravessar para o outro lado, mas tenho medo...
Ao ouvir a resposta, o monge mais velho voltou para a margem, mandou a jovem subir nas suas costas e a ajudou a atravessar o riacho.
Horas depois, o monge mais novo não se conteve e perguntou:
- Nós, monges, não nos devemos aproximar das mulheres, especialmente se forem jovens e atraentes, com aquela. É perigoso... Por que você fez aquilo?
O velho monge respondeu:
- Eu deixei a moça lá, você ainda a está carregando...

segunda-feira, 18 de maio de 2020

EMBARGOS INFRIGENTES

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Durante o julgamento do “mensalão”, o brasileiro tomou conhecimento (e ficou apreensivo), quando os advogados dos “mensaleiros” entraram com “Embargos Infringentes”, tentando reverter a decisão condenatória dos seus clientes. O “Embargo Infringente” nada mais é do que um recurso que pode ser utilizado pela defesa, quando uma decisão do colegiado não é unânime.
O texto abaixo, recebido por e-mail, é uma versão humorada do que seria tal recurso:
- Pai, o que são Embargos Infringentes?
- Filho, é o seguinte: imagine que nossa casa seja um tribunal e que quando alguém erra, é julgado e todos podem votar! Um dia, por exemplo, o papai comete um deslize: é pego traindo sua mãe, com 3 prostitutas. Então eu irei a julgamento. Sua mãe, a mãe dela, o pai dela, sua irmã mais velha, você e seu irmão mais velho, votam pela minha condenação; meu pai, minha mãe, o Totó e a Mimi, nossa gatinha, votam pela minha absolvição.
- Tá, pai, mas aí você foi condenado, não?
- Sim, fui, mas aí é que entram os tais dos “Embargos Infringentes”, meu filho. Como eu ganhei quatro votos a favor da minha absolvição, tenho direito a um novo julgamento.
- Mas pai, no novo julgamento todos vão votar do mesmo jeito...
- Não, se eu tiver trocado a sua mãe, o pai dela e a mãe dela pelas três prostitutas…

sábado, 16 de maio de 2020

MÃE E SOGRA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

O texto abaixo retrata muito bem o comportamento das pessoas diante de uma mesma situação, quando enxergam os fatos sob pontos de vistas diferentes, enfatizando sempre aquele que lhe é favorável, puxando a sardinha para a sua brasa, colocando defeitos nos outros:
Margarida e Carolina, amigas de longa data, se encontram, depois de muito tempo sem se verem e resolvem colocar o papo em dia...
Margarida, então, pergunta:
- Carol, minha querida amiga, como vão os seus filhos, a Fernanda e o Ricardo?
- Ah, querida, a Fernandinha casou com Geraldo, um sujeito maravilhoso; o marido que toda mulher pediu a Deus...
- É mesmo? - Indaga Margarida.
- É sim! É ele que sempre se levanta de madrugada para trocar as fraldas do Geraldinho, meu netinho querido, faz o café da manhã, lava as louças do almoço e ainda ajuda na faxina da casa!
Contente com a felicidade estampada no rosto da amiga, Margarida volta a perguntar:
- E o Ricardo, casou também?
- Nem te conto, mulher...
- O que foi? Não diga que ele virou gay!
Carolina desabafa:
- Antes fosse, minha filha, antes fosse... O coitadinho do meu filhinho teve um azar danado. Casou muito mal! Imagine que, todo santo dia, é ele que se levanta de madrugada, para trocar as fraldas dos filhos; faz o café da manhã; lava a louça do almoço e ainda tem que trabalhar para sustentar a preguiçosa da minha nora, aquela nojenta!

sexta-feira, 15 de maio de 2020

APRENDENDO COM OS LOBOS

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Você deve ter aprendido na escola que "o coletivo de lobos" é "alcateia", mas o que você talvez nunca tenha observado é como é que ela se desloca de um lugar para o outro. Pois saiba que, no deslocamento de uma alcateia, os três primeiros lobos que vão à frente são os mais velhos ou doentes. Eles vão na frente para marcar o ritmo do grupo; se fosse ao contrário, eles ficariam para trás e perderiam o contato com os outros lobos.
Logo depois, ficam os cinco mais fortes e, no centro, a maioria dos membros do grupo.



No final, seguem os outros cinco mais fortes e, em último, sozinho, segue o lobo “alpha”, que controla tudo, desde a parte traseira. Nessa posição, ele consegue controlar todo o grupo, decidir a direção a seguir e antecipar os ataques dos adversários.

Assim, a alcateia segue ao ritmo dos anciões e sob o comando de um líder que impõe o espírito de entreajuda, não deixando nunca ninguém para trás. Para os lobos, o verdadeiro sentido da caminhada não é chegar em primeiro, mas sim, chegarem juntos.

Uma lição que devemos aprender.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

PÃO COM MANTEIGA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES


Conta a história que um casal tomava café da manhã no dia de suas bodas de prata.
 A mulher passou a manteiga na casca do pão e o entregou para o marido, ficando com o miolo. Ela pensou: “Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais o meu marido e, por 25 anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis satisfazer meu desejo. Acho justo que eu coma o miolo pelo menos uma vez na vida”.
Para sua surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim e ele lhe disse:
- Muito obrigado por este presente, meu amor. Durante 25 anos, sempre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir!
Moral da História:
Você precisa dizer claramente o que deseja, não espere que o outro adivinhe. Você pode pensar que está fazendo o melhor para o outro, mas o outro pode estar esperando outra coisa de você. Deixe-o falar, peça-o para falar e quando não entender, não traduza sozinho, peça que ele se explique melhor. As relações humanas seriam melhores se entendêssemos isto e se usássemos a comunicação de maneira correta.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

TUAREG

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Entrevista dada por Moussa Ag Assarid, um membro da tribo Tuareg, a Víctor M. Amela:
- Não sei a minha idade. Nasci no Deserto do Saara, sem documentos. Nasci em um acampamento dos nômades Tuaregs, entre Timbuctu e Gao, ao norte de Mali. Fui pastor dos camelos, cabras, cordeiros e vacas de meu pai. Hoje, estudo gestão na Universidade de Montpellier. Estou solteiro. Defendo aos pastores tuaregs. Sou muçulmano, sem fanatismo.
- Que turbante bonito!
- É uma fina tela de algodão; permite tapar o rosto no deserto e continuar a ver e respirar através dela.
- É de um azul belíssimo…
- Nós, os tuaregs, somos chamados de homens azuis por isso; o  tecido solta alguma tinta e nossa pele adquire tons azulados.
- Como conseguem esse tom de azul anil?
- Com uma planta chamada índigo, mesclada com outros pigmentos naturais. Para os tuaregs, o azul é a cor do mundo.
- Por quê?
- É a cor dominante; é a cor do céu, do teto de nossa casa.
- Quem são os tuaregs?
- Tuareg significa “abandonados”, porque somos um velho povo nômade do deserto, solitários e orgulhosos. “Senhores do Deserto”, é como nos chamam. Nossa etnia é a amasigh (bérbere) e o nosso alfabeto, o tifinagh.
- Quantos são?
- Uns três milhões, e a maioria permanece nômade. Mas a população diminui. “É preciso que um povo desapareça, para que saibamos que ele existiu!”, apregoava um sábio. Eu luto para preservar esse povo.
- A que se dedicam?
- Pastoreamos rebanhos de camelos, cabras, cordeiros, vacas e asnos num reino de imensidão e de silêncio.
- O deserto é realmente tão silencioso?
- Quando se está sozinho naquele silêncio, ouve-se o batimento do próprio coração. Não há lugar melhor para se estar sozinho.
- Que recordações de sua infância você conserva com maior nitidez?
- Desperto com a luz do sol e ali estão as cabras de meu pai. Elas nos dão leite e carne, nós as levamos onde há água e pasto. Assim fizeram meu bisavô, meu avô e meu pai… e eu. Não havia outra coisa no mundo além disso. E eu era muito feliz com isso.
- De fato não parece muito estimulante…
- Mas é muito! Aos sete anos já deixam que você se afaste do acampamento para que aprenda coisas importantes: farejar o ar, escutar, apurar a vista, orientar-se pelo sol e pelas estrelas, e a deixar-se levar pelo camelo, se você se perder. Ele te levará onde há água.
- Saber isso é valioso, sem dúvida…
- Ali, tudo é simples e profundo. Existem muitas poucas coisas. E cada uma tem um enorme valor.
- Então esse mundo e aquele outro são muito diferentes, não?
- Ali, cada pequena coisa nos proporciona felicidade. Cada toque é valorizado. Sentimos uma enorme alegria pelo simples fato de nos tocarmos e estarmos juntos. Ali, ninguém sonha com chegar a ser, porque cada um já o é!
- O que mais o chocou em sua primeira viagem à Europa?
- Ver as pessoas correndo, pelo aeroporto. No deserto, só se corre quando vem uma tempestade de areia. Me assustei, é claro!
- Eles apenas iam buscar suas malas…

CHIFRE ALAGOANO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um alagoano, que mora em uma cidadezinha do interior do estado, resolveu se aventurar e foi ganhar a vida nos Estados Unidos. Depois de alguns meses morando "nos states", escreveu para a sua mulher:
Querida Maria,
Eu não posso enviar-lhe o meu salário este mês porque a crise de mercado mundial tem afetado o desempenho da minha empresa, por isso estou te enviando 100 beijos. Você é minha querida. Por favor, entenda.
Seu marido amoroso,
José.
Dias depois, ele recebeu a resposta da sua amada esposa:
Meu amado José,
Obrigada pelos 100 beijos! Abaixo está a lista de despesas que paguei com eles:
1. O homem que traz o leite aceitou 2 de beijos para me fornecer o leite durante um mês.
2. O homem da Equatorial aceitou não desligar a energia por 7 beijos.
3. Nosso senhorio, Zezinho das Casas, vem todos os dias para levar 2 ou 3 beijos em vez do aluguel mensal.
4. O proprietário da bodega, o Tonho de Giló, não aceitou somente beijos, então eu dei-lhe “outras coisas” também. Espero que você entenda...
5. Despesas diversas: 40 beijos.
Por favor, não se preocupe comigo, eu ainda tenho um saldo positivo de 35 beijos e espero que eu possa sobreviver o mês com esse balanço. Devo fazer o mesmo plano para o próximo mês?
Seu doce amor,
Maria.

domingo, 10 de maio de 2020

FELIZ DIA DAS MÃES, MENINAS

Texto de Aloisio Guimarães

  

MÃE MÁ

Texto de Dr. Carlos Hecktheuer

Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes:
- Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde iam, com quem iam e a que horas regressariam; eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia; eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas, que tiraram do supermercado, ou revistas, do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar”; eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em quinze minutos; eu os amei o suficiente para deixá-los ver, além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos; eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras, que me partiam o coração; mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes "NÃO", quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci, porque, no final, vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:
- Sim, nossa mãe era má, era a mãe mais má do mundo! As outras crianças comiam doces no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas; bebiam guaraná e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas; mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles; ela sempre insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos; ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade; ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer; enquanto todos podiam voltar tarde da noite, com doze anos, tivemos que esperar pelos dezesseis anos para chegar um pouco mais tarde e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar); nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime; e quando nós éramos adolescentes, ela também conseguia ler até os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata, foi por causa de nossa mãe que nós perdemos imensas experiências na adolescência. Foi tudo por culpa dela!
MÃE,
TENHA CORAGEM E SEJA UMA MÃE MÁ!