sexta-feira, 31 de julho de 2020

A "OUTRA"

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Há uns anos, um Juiz, de uma comarca do interior do Estado do Rio Grande do Norte, recebeu uma petição de separação judicial de um casal. O motivo não estava muito claro.
A audiência de conciliação foi marcada e as partes foram ouvidas pelo Magistrado, separadamente, na tentativa de que houvesse desistência do pedido. O Juiz, como é de praxe, ressaltou a necessidade de se conservar o contrato civil do casamento, em prol da família, como é do interesse da sociedade e da lei.
Ao ser ouvido, o marido, José Silveira, mostrou-se bastante indiferente em relação à separação. Para ele, se a mulher desistisse do pedido, ele acataria. Concordaria com qualquer decisão que ela tomasse. Afinal, a iniciativa do pedido de separação havia partido dela. Entretanto, a mulher, Lenilda Silveira, mostrava-se irredutível no seu propósito, insistindo no término do vínculo matrimonial. 
À certa altura da tentativa de reconciliação, o Juiz viu-se obrigado a fazer perguntas relacionadas à vida íntima do casal. A mulher mostrava-se inibida, respondendo com meias palavras. Entretanto, diante das perguntas incisivas do Magistrado, ela foi obrigada a dizer o real motivo da sua decisão de se separar, e falou:
- Doutor, o grande problema da minha vida com José, meu marido, é traição. Há muito tempo, venho sendo traída. Quando resolvemos casar, ficou combinado, entre nós, que ele iria trazer uma cabra de estimação para a nossa companhia. Ele falou que essa cabra, por nome Mimosa, produzia muito leite. Eu até gostei da ideia de ter leite de cabra em casa, pois sei que é muito forte. Como eu gosto muito de animais, recebi a cabra na nossa casa com muita satisfação. Gostei logo da bichinha. Durante os três primeiros meses do nosso casamento, nossa vida foi muito tranquila e eu me dava muito bem com meu marido. Depois, José começou a mudar de comportamento, ficou frio pra mim, e deixou de me procurar. No começo, pensei que fosse cansaço, por causa do trabalho dele na marcenaria. Depois, notei que ele estava muito irritado comigo, e muito calado. Demorava a ir se deitar, dando sempre uma desculpa para ficar dormindo na sala. Senti o cheiro de traição e meu coração dizia que ele tinha outra mulher. Entrei em desespero, e implorei que ele me confessasse a verdade. Ele foi firme em dizer que eu estava imaginando coisas e que era muito ciumenta. Disse, que andava muito cansado do trabalho na marcenaria. Mas as palavras dele não me convenceram e sua frieza aumentou ainda mais. Eu, com a minha desconfiança, sabia que estava sendo traída. Fiquei imaginando mil coisas e disposta a encontrar um meio de descobrir a sua traição. Entretanto, o que me impressionava é que ele vivia de casa para o trabalho, sempre chegava cedo, mas cada dia aumentava ainda mais seu mau humor e a sua indiferença. Não aceitava, sequer, um carinho meu. Certa noite, eu perdi o sono e como ele não estava na cama, fui até a sala, ver se estava dormindo no sofá. Fiquei surpresa quando vi que ele não estava na sala e notei que a porta que dava para o quintal estava aberta. Em silêncio, fui até o quintal e me deparei com uma cena horrível: encontrei meu marido agarrado com a cabra, por trás, em completo ato de amor. Para mim, foi a maior decepção da minha vida! Não consigo nem olhar mais para a cara dele! A mulher de José não sou eu, doutor; a mulher dele é a cabra! Nem que Jesus me peça, não fico mais casada com esse homem!
O Juiz, surpreso diante desse relato estarrecedor, não teve mais argumentos para tentar convencer a mulher a desistir da separação.
A decisão, portanto, foi pela separação do casal José Silveira e Lenilda Silveira.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

A RATOEIRA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES 

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado.
Imediatamente, correu para o pátio da fazenda, advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa! Há uma ratoeira na casa! Há uma ratoeira na casa!
A galinha disse:
- Desculpe-me, amigo Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda...
O rato foi até o porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa; uma ratoeira!
- Desculpe-me, senhor Rato - disse o porco - mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique muito tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas orações.
O rato dirigiu-se à vaca e ela lhe disse:
- O quê? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não...
Então, o rato voltou para casa, abatido, para encarar a ratoeira...
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando a sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que a ratoeira havia pegado. No escuro, não viu que a ratoeira havia pegado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher…
O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital, de onde ela voltou com febre alta! Lá, foi informado de que, para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. Então, o fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal: a galinha!
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro resolveu matar o porco.
Infelizmente, a mulher não melhorou e acabou morrendo. O funeral foi gigante, com muitos amigos de outras cidades...  
O fazendeiro precisava alimentar os amigos que vieram para o enterro e, então, teve que matar a vaca. 
MORAL DA HISTÓRIA
Quando você souber que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. Pode ser um problema para todos.

terça-feira, 28 de julho de 2020

SUPORTE TÉCNICO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Prezado Técnico,
Há um ano e meio troquei o programa Noiva 1.0 pelo Esposa 1.0 e verifiquei que o programa gerou um aplicativo inesperado chamado Bebê.exe, que ocupa muito espaço no HD. Por outro lado, o Esposa 1.0 se autoinstala em todos os outros programas e é carregado automaticamente no momento em que eu abro qualquer aplicativo. Aplicativos como CervejaComATurma 3.0NoiteDeFarra 2.5 ou DomingoDeFutebol 2.8, não funcionam mais e o sistema trava assim que eu tento carregá-los novamente. Além disso, de tempos em tempos, um executável oculto (vírus), chamado Sogra 1.0 aparece, encerrando abruptamente a execução de qualquer comando. Não consigo desinstalar este programa. Também não consigo diminuir o espaço ocupado pelo Esposa 1.0, quando estou rodando meus aplicativos preferidos, do tipo Playboy 8.0 e FilmePornô 4.5, isso sem falar que o programa Sexo 5.1 sumiu do HD. Eu gostaria de voltar ao programa que eu usava antes, o Noiva 1.0, mas o comando Uninstall.exe não funciona adequadamente. Uma vez que não desinstala o arquivo PensãoAlimentícia.dll, arquivo caro demais. Poderia ajudar-me? Por favor!
Ass.: Usuário Arrependido

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Prezado Usuário,
Sua queixa é muito comum entre os usuários, mas é devido, na maioria das vezes, a um erro básico de conceito: muitos usuários migram de qualquer versão do Noiva 1.0 para Esposa 1.0 com a falsa ideia de que se trata de um aplicativo de entretenimento e utilitário. Entretanto, o Esposa 1.0 é muito mais do que isso: é um sistema operacional completo, criado para controlar todo o seu sistema. É quase impossível desinstalar Esposa 1.0 e voltar para a versão anterior, o Noiva 1.0, porque há aplicativos criados pelo Esposa 1.0, como o Filhos.dll, que não podem ser deletados, ocupam muito espaço e não rodam sem o Esposa 1.0. É impossível desinstalar, deletar ou esvaziar os arquivos destes programas depois de instalados. Você não poderá mais voltar ao Noiva 1.0 porque Esposa 1.0 não foi programado para isso. Alguns usuários tentaram formatar todo o sistema para em seguida instalar a Noiva Plus ou o Esposa 2.0, mas passaram a ter mais problemas do que antes, porque não tiveram o devido cuidado de ler todas as instruções sobres os prováveis problemas existentes nos arquivos PensãoAlimentícia.dll e GuardaDasCrianças.exe quando da desinstalação do software Casamento 1.0. Uma das melhores soluções para resolver o problema é o comando Desculpar.exe/flores/all assim que aparecer o menor problema ou se travar o programa. Evite o uso excessivo da tecla ESC (escapar). Para melhorar a rentabilidade do Esposa 1.0, aconselho o uso de Flores 5.1FériasNoCaribe 3.2 ou Joias 3.3. Os resultados apresentados são bem interessantes. Mas nunca instale SecretáriaDeMinissaia 1.0AntigaNamorada 2.1 ou TurmaDoChopp 4.6, pois eles não funcionam depois de ter sido instalado o Esposa 1.0 e podem causar problemas irreparáveis ao sistema. Com relação ao programa Sexo 5.1, esqueça: esse roda quando quer. Se você tivesse procurado o suporte técnico antes de instalar o Esposa 1.0 a orientação seria: nunca instale o  ESPOSA 1.0 sem ter a certeza de que é capaz de usá-lo!
Ass.: Técnico

LE DIABLE ROUGE

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Diálogo de quase 400 anos, da peça teatral "Le Diable Rouge", de Antoine Rault, entre os personagens Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luís XIV, século XVIII que, apesar do tempo decorrido, é bem atual. Atentem principalmente ao último trecho:
Colbert:
- Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não  é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço.
Mazarino:
- Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas e não consegue honrá-las, vai parar na prisão. Mas o Estado é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se. Todos os Estados o fazem!
Colbert:
- Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino:
- Criando outros.
Colbert:
- Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino:
- Sim, é impossível.
Colbert:
- E sobre os ricos?
Mazarino:
- E os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta, faz viver centenas de pobres.
Colbert:
- Então, como faremos?
Mazarino:
- Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável: É a classe média!Diálogo de quase 400 anos, da peça teatral "Le Diable Rouge", de Antoine Rault, entre os personagens Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luís XIV, século XVIII que, apesar do tempo decorrido, é bem atual. Atentem principalmente ao último trecho:
Colbert:
- Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não  é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço.
Mazarino:
- Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas e não consegue honrá-las, vai parar na prisão. Mas o Estado é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se. Todos os Estados o fazem!
Colbert:
- Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino:
- Criando outros.
Colbert:
- Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino:
- Sim, é impossível.
Colbert:
- E sobre os ricos?
Mazarino:
- E os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta, faz viver centenas de pobres.
Colbert:
- Então, como faremos?
Mazarino:
- Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável: É a classe média!

sábado, 25 de julho de 2020

A INJUSTIÇA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Certo dia, o grande filósofo Sócrates estava reunido com os seus discípulos, quando estes lhe perguntaram:
- Mestre, o senhor prefere sofrer ou praticar uma injustiça.
O sábio respondeu:
- Eu não prefiro nem uma coisa nem outra?
Os discípulos insistiram:
- Mas se o senhor tivesse que escolher?
Sócrates, respondeu:
- Se fosse obrigado a escolher, eu preferia sofrer uma injustiça porque, mesmo sendo prejudicado, eu teria a minha consciência limpa; praticando a injustiça, embora tendo algum proveito, eu teria a consciência infeliz.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

O FÓSFORO E A VELA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Certo dia, o fósforo disse para a vela:
- Hoje te acenderei...
- Ah, não! - disse a vela - Você não percebe que se me acender, meus dias estarão contados? Não faça uma maldade dessa...
- Então você quer permanecer toda a sua vida assim? Dura, fria e sem nunca ter brilhado? - perguntou o fósforo.
– Mas tem que me queimar? Isso dói demais e consome todas as minhas forças -murmurou a vela.
Então respondeu o fósforo:
Tem toda razão! Mas essa é a nossa missão. Você e eu fomos feitos para ser luz. O que eu, apenas como fósforo, posso fazer, é muito pouco. Minha chama é pequena e curta. Mas, se passo a minha chama para ti, cumprirei com o sentido de minha vida. Eu fui feito justamente para isso: para começar o fogo. Já você é a vela. Sua missão é brilhar. Toda tua dor e energia se transformará em luz e calor por um bom tempo.
Ouvindo isso, a vela olhou para o fósforo, que já estava no final da sua chama, e disse:
- Por favor, acende-me...
E assim produziu uma linda chama.
Assim como a vela, às vezes, é necessário passar por experiências ruins, experimentar a dor e sofrimento para que o melhor que temos seja oferecido e que possamos ser luz. É verdade é que mar calmo não faz bons navegadores. Os melhores são revelados nas águas agitadas. Então, se tiver que passar pela experiência da vela, lembre-se que espalhar o Amor é o combustível que nos mantém acesos. Se você não tem forças para ser luz, busque em Jesus o Sol da Justiça fonte inesgotável de luz!
Você é a Luz do mundo; brilhe e irradie essa Luz.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

FILHO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

- Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!
JOSÉ SARAMAGO
Escritor português

terça-feira, 21 de julho de 2020

O MEDO

Texto de Nelson Mandela

"Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados. Nosso medo mais profundo é que somos poderosos além de qualquer medida. É a nossa luz, não as nossas trevas, o que mais nos apavora. Nós nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser Brilhante, Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?' Na realidade, quem é você para não ser? Você é filho do Universo. Se fazer pequeno não ajuda o mundo. Não há iluminação em se encolher, para que os outros não se sintam inseguros quando estão perto de você. Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós. Não está apenas em um de nós: está em todos nós. E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,  inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo. E conforme nos libertamos do nosso medo, nossa presença, automaticamente, libera os outros."

segunda-feira, 20 de julho de 2020

ARROGÂNCIA E IGNORÂNCIA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um jovem muito arrogante, que estava assistindo a um jogo de futebol, tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, próximo dele, porque era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.
- Vocês cresceram em um mundo diferente, um mundo quase primitivo! - o estudante disse alto e claro de modo que todos em volta pudessem ouvi-lo - Nós, os jovens de hoje, crescemos com internet, telefone celular, televisão digital, aviões a jato, viagens espaciais, homens caminhando na Lua, nossas espaçonaves tendo visitado Marte. Nós temos energia nuclear, carros movidos à eletricidade e a hidrogênio, computadores com grande capacidade de processamento e...
Fez uma pausa para tomar outro gole de cerveja.
O senhor se aproveitou do intervalo do gole para interromper a liturgia do estudante em sua ladainha e disse:
- Você está certo, filho. Nós não tivemos essas coisas quando éramos jovens porque estávamos ocupados em inventá-las. E você, um bostinha arrogante dos dias de hoje, o que está fazendo para a próxima geração?
Foi aplaudido de pé!

sábado, 18 de julho de 2020

PLEONASMITE

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
                       ENVIADO POR JOÃO VIEIRA - PORTUGAL

Todos os portugueses (ou quase todos) sofrem de pleonasmite, uma doença congênita para a qual não se conhecem nem vacinas e nem antibióticos. Não tem cura, mas também não mata. Mas, quando não é controlada, chateia (e bastante) quem convive com o paciente.
O sintoma desta doença é a verbalização de pleonasmos (ou redundâncias) que, com o objetivo de reforçar uma ideia, acabam por lhe conferir um sentido quase sempre patético. Definição confusa? Aqui vão quatro exemplos óbvios: “Subir para cima”, “descer para baixo”, “entrar para dentro” e “sair para fora”.
Já se reconhece como paciente de pleonasmite? Ou ainda está em fase de negação? Olhe que há muita gente que leva uma vida a pleonasmar sem se aperceber que pleonasma a toda a hora. Vai dizer-me que nunca “recordou o passado”? Ou que nunca está atento aos “pequenos detalhes”? E que nunca partiu uma laranja em “metades iguais”? Ou que nunca deu os “sentidos pêsames” à “viúva do falecido”?
Atenção que o que estou a dizer não é apenas a minha “opinião pessoal”. Baseio-me em “fatos reais” para lhe dar este “aviso prévio” de que esta “doença má” atinge “a todos sem exceção”.
O contágio da pleonasmite ocorre em qualquer lado. Na rua, há lojas que o aliciam com “ofertas gratuitas”. Agências de viagens que anunciam férias em “cidades do mundo”. No local de trabalho, o seu chefe pede-lhe um “acabamento final” naquele projeto, tudo para evitar “surpresas inesperadas” por parte do cliente. 
E quando tem uma discussão mais acesa com a sua cara-metade, diga lá que às vezes não tem vontade de “gritar alto”: “Cala a boca!”? O que vale é que depois fazem as pazes e vão ao cinema ver aquele filme que “estréia pela primeira vez” em Portugal.
E se pensa que por estar fechado em casa ficará a salvo da pleonasmite, tenho más notícias para si, porque a televisão é, de “certeza absoluta”, a “principal protagonista” da propagação deste vírus.
Logo à noite, experimente ligar o telejornal e “verá com os seus próprios olhos” a pleonasmite em direto no pequeno ecrã. Um jornalista vai dizer que a floresta “arde em chamas”. Um treinador de futebol queixar-se-á dos “elos de ligação” entre a defesa e o ataque. Um governante dirá que gere bem o “erário público”. Um ministro anunciará o reforço das “relações bilaterais entre dois países”. E qualquer “político da nação” vai pedir um “consenso geral” para sairmos juntos desta crise.
E por falar em crise, quer apostar que a próxima manifestação vai juntar uma “multidão de pessoas”?
Ao contrário de outras doenças, a pleonasmite não causa “dores desconfortáveis” nem “hemorragias de sangue”. E por isso podemos “viver a vida” com um “sorriso nos lábios”. Porque um Angolano a pleonasmar, está nas suas sete quintas ou, em termos mais técnicos, no seu “habitat natural”.
Mas como lhe disse no início, o descontrolo da pleonasmite pode ser chato para os que o rodeiam e nocivo para a sua reputação. Os outros podem vê-lo como um redundante que só diz banalidades. Por isso, tente cortar aqui e ali um e outro pleonasmo. Vai ver que não custa nada. E “já agora” siga o meu conselho: não “adie para depois” e comece ainda hoje a “encarar de frente” a pleonasmite!
Ou então esqueça este texto, porque, afinal de contas, eu posso estar só “maluco da cabeça”.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

OS DOIS MARIDOS

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

O escritor Jorge Amado tem em “Dona Flor e seus dois maridos” um dos seus maiores sucesso. E não é que fato quase semelhante aconteceu em Kisimani, no Quênia, onde Sylvester Mwendwa e Elijah Kimanide comum acordo, se casaram, na delegacia, com a mesma mulher, cujo nome não foi divulgado!

Os dois homens concordaram com a nova situação depois que descobriram que a mulher que eles amavam, e que não podiam viver sem ela, se relacionava com os dois, ao mesmo tempo, há mais de quatro anos.

Na delegacia, antes de ser firmado o acordo, o policial deu a oportunidade à mulher de escolher um dos dois namorados como marido, mas ele declarou que amava os dois e que não poderia viver sem nenhum deles.

No acordo assinado, eles estão obrigados a cuidar das crianças que a esposa tenha, dividir as despesas da casa e terão que pagar, aos pais da mulher, "o preço da esposa".

"Acordamos que a partir de hoje não faremos ameaças ou teremos ciúme de nossa esposa, que diz não estar pronta para largar nenhum dos dois. Concordamos em amar uns aos outros e viver pacificamente. Ninguém foi forçado a fazer esse acordo", diz um trecho do documento.

Para que este tipo de união seja legal, terão que provar que a "poliandria" (casamento de uma mulher com vários maridos) faz parte de seus costumes, o que, até hoje, não se tem notícia de que alguma comunidade africana a pratique.

terça-feira, 14 de julho de 2020

QUAL PECADO VOCÊ NÃO TEM?

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Certo dia, um casal, ao chegar do trabalho, encontrou algumas pessoas dentro de sua casa. Achando que eram ladrões, eles ficaram assustados, mas um homem forte e saudável, com corpo de halterofilista, avisou:
- Calma pessoal, nós somos velhos conhecidos e estamos em toda parte do mundo.
- Mas quem são vocês?
- Eu sou a Preguiça - respondeu o homem - Estamos aqui para que escolham um de nós para sair definitivamente da vida de vocês.
- Como pode você ser a Preguiça, se tens o corpo de um atleta que vive malhando e praticando esportesA Preguiça é forte como um touro e pesa toneladas nos ombros dos preguiçosos; com ela ninguém pode chegar a ser um vencedor.
Uma mulher velha curvada, com a pele muito enrugada que mais parecia uma bruxa, disse:
- Eu, meus filhos, sou a Luxúria.
- Não é possível! Você não pode atrair ninguém com essa feiura!
- Não há feiura para a luxúria, queridos. Sou velha porque existo há muito tempo entre os homens, Sou capaz de destruir famílias inteiras, perverter crianças e trazer doenças para todos, até a morte. Sou astuta e posso me disfarçar na mais bela mulher ou homem que você já viu.
Um homem, mau cheiroso e vestindo uns maltrapilhos de roupas que mais parecia um mendigo, se apresentou:
- Eu sou a Cobiça. Por mim, muitos já mataram; por mim, muitos abandonaram famílias e pátria, Sou tão antigo quanto a Luxúria, mas eu não dependo dela para existir. Tenho essa aparência de mendigo porque por mais bem vestido que apresento, mais rico que pareço, com joias, dinheiro e carros luxuosos, ainda assim me verás, porque a cobiça está tanto para o pobre quanto para o rico.,
Uma lindíssima mulher, de corpo escultural, cintura finíssima e de contornos impecáveis, fazendo com que tudo nela estivesse em perfeita harmonia, de forma e movimentos, disse:
- E eu, sou a Gula.
Espantados, os donos da casa observaram:
- Sempre imaginamos que a Gula seria gorda...
- Isso é o que vocês pensam. Sou bela e atraente porque, se assim não fosse, seria muito fácil se livrar de mim. Minha natureza é delicada. Normalmente sou discreta. Quem tem a mim, não se apercebe. Mostro-me sempre disposta a ajudar aqueles que querem fazer regimes, mas, na verdade, faço tudo ruir, de maneira sutil. Destruo o prazer de viver e destruo a beleza do corpo. Também por mim, muitas famílias se destruíram na busca da luxúria.
Sentado em uma cadeira, um senhor, também velho, mas de semblante bastante sereno, avisou, com voz doce e movimentos suaves:
- Eu sou a Ira. Alguns me conhece como Cólera. Tenho muitos milênios também. Não sou homem nem mulher, assim como meus companheiros que estão aqui.
A dona da casa retrucou:
- Ira? Parece mais o "vovô" que todos gostariam de ter...
O "vovô" respondeu:
- E a grande maioria me tem! Quando me aproximo, matam com crueldade, provocam brigas horríveis e destroem cidades. Sou capaz de eliminar qualquer sentimento diferente de mim, posso estar em qualquer lugar e penetrar nas mais protegidas casas. Mostro-me calmo e sereno para mostrar-lhes que a Ira pode estar no aparentemente manso. Posso também ficar contido no íntimo das pessoas sem se manifestar, provocando úlceras, câncer e as mais temíveis doenças.
- Eu sou a Inveja. Faço parte da história do homem desde de sua aparição - disse uma jovem que ostentava uma coroa de ouro cravada de diamantes, usava braceletes de brilhantes e roupas de fino pano, assemelhando-se a uma princesa rica e poderosa.
- Como é a Inveja se é rica e bonita, parece ter tudo que deseja? - disse a mulher da casa.
- Há os que são ricos, os que são poderosos, os que são famosos e os que não são nada disso, mas eu estou entre todos. A Inveja surge pelo que não se tem e o que não se tem é a felicidade. A felicidade depende de amor e isso carece na humanidade. Por causa de mim, já houve muita destruição, mortes e sofrimento... Onde eu estou, também está a tristeza.
Enquanto os invasores se explicavam, um garoto, que aparentava ter cinco a seis anos, brincava pela casa. Sorridente e de aparência inocente, característica das crianças. A sua face de delicados traços mostravam a plenitude da jovialidade e os olhos vívidos e enigmáticos, parecia estar alheio aos acontecimentos, quando foi indagado pelo casal:
- E você, garoto, o que fazes junto a esses que parecem ser a personificação do mal?
O garoto respondeu com um sorriso largo e olhar profundo.
- Eu sou o Orgulho.
- Orgulho?! – exclamou o casal - Você é apenas uma criança, inocente como todas as outras.
O semblante do garoto tomou um ar de seriedade, que assustou o casal, e ele disse:
- O Orgulho é como uma criança mesmo, mostra-se inocente e inofensivo, mas não se enganem, sou tão destrutível quanto todos aqui, querem brincar comigo?
A Preguiça interrompeu a conversa e disse:
- Vocês devem escolher quem de nós sairá definitivamente de suas vidas. Queremos a resposta.
O casal respondeu:
- Por favor, deem 10 minutos para que possamos pensar.
O casal se dirigiu até o quarto onde dormem e lá fizeram várias considerações. Dez minutos depois retornaram.
- E então? - perguntou a Gula.
- Queremos que o Orgulho saia de nossas vidas.
O garoto olhou com um olhar fulminante para o casal, pois queria continuar ali. Mas, respeitando a decisão dirigiu-se para a saída.
Os outros iam acompanhado o garoto, quando o casal perguntou:
- Ei, vocês vão embora também?
O menino, agora com ar de severidade e com a voz forte de um orador disse:
- Vocês escolheram que o Orgulho saísse de vossas vidas. Fizeram a melhor escolha, pois onde não há Orgulho, não há Preguiça porque os preguiçosos são aqueles que se orgulham de nada fazer para viver, não percebendo que, na verdade, vegetam. Onde não há Orgulho, não há Luxúria, pois os luxuriosos tem orgulho de seus corpos e se julgam merecer possuir tantos corpos quantos lhe provir, não percebendo que são apenas objetos do instinto. Onde não há Orgulho, não há Cobiça, pois os cobiçosos tem orgulho das migalhas que possuem, juntando tesouros na terra e invejando a felicidade alheia, não percebendo que são instrumentos do dinheiro. Onde não há Orgulho, não há Gula, pois os gulosos se orgulham de sua condição e jamais admitem que o são; arrumam desculpas para justificar a gula e não percebem que são marionetes dos desejos. Onde não há Orgulho, não há Ira, pois os irosos se orgulham de não serem passíveis e jamais abaixam a cabeça diante de qualquer situação; são incapazes de permitir que a vida lhes proporcione lições de aprendizado e se revoltam com aqueles que eles julgam que não são perfeitos, não percebendo que a sua ira é resultado de suas próprias imperfeições. Onde não há Orgulho, não há Inveja, pois os invejosos sentem o orgulho ferido ao verem o sucesso alheio, seja ele qual for, e precisam constantemente superar os demais nas conquistas, não percebendo que, por isso mesmo, são meras ferramentas da insegurança e da falta de amor à vida. Adeus.
Todos saíram, sem olhar para trás...

sexta-feira, 10 de julho de 2020

NÃO É À TOA...

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
 
Não é à toa que a palavra “CORAÇÃO” vem com uma “ORAÇÃO” dentro dela, pois toda oração deve ter origem no coração e não na razão/intelecto.
Não é à toa que a palavra ”CALMA” tem uma “ALMA” dentro dela. Toda alma precisa de paz verdadeira, em Cristo, para permanecer tranquila.
Não é à toa que o verbo “AMAR” possui um “MAR” inteiro dentro dele, pois o amor é imenso e profundo como o mar.
E também o “EU” precisa estar dentro de “DEUS” para encontrar-se e completar a si mesmo.
CONCLUSÃO:
É na “Oração” de “Coração” que a “Alma” acha a “Calma” e é inundada por um “Mar” de amor divino; e onde o “Eu” se submete a “Deus”!