quinta-feira, 31 de março de 2016

AS MÃOS

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
 
Uma bola de basquete em minhas mãos custa cerca de R$ 50,00. Uma bola de basquete nas mãos do Michael Jordan custaria cerca de R$ 5.000,00. Só depende das mãos que a seguram...
Uma raquete de tênis não tem valor algum em minhas mãos. Uma raquete de ténis nas mãos do Rafael Nadal valeria muitos milhares de reais. Só depende das mãos que a seguram...
Uma vara em minhas mãos serviria apenas para afugentar um cão viralata. Uma vara nas mãos de Moises abriu um caminho seguro no mar vermelho. Só depende das mãos que a seguram...
Um estilingue em minhas mãos seria somente um brinquedo de criança. Um estilingue nas mãos de Davi se tornou uma poderosa arma, capaz de derrubar gigantes. Só depende das mãos que a seguram...
Dois peixes e cinco fatias de pão em minhas mãos serviriam para fazer um lanchinho. Dois peixes e cinco fatias de pão nas mãos do nosso Senhor Jesus Cristo, foram multiplicados e alimentaram milhares de pessoas. Só depende das mãos que os seguram...
Pregos em minhas mãos serviriam para pendurar quadros na parede. Pregos nas mãos de Jesus Cristo serviram para trazer a salvação para o mundo inteiro. Só depende das mãos que os seguram...
Como podes ver agora, só depende das mãos que seguram... Por isso ponha suas ansiedades, suas preocupações, seus temores, seus alvos, seus sonhos, sua família e seu relacionamento (casamento, namoro, amizade...) nas mãos de Deus.
Jesus disse: "Se creres em Mim como diz as Escritura, do seu interior fluirão  rios de águas vivas".
Esta mensagem agora se encontra em suas mãos...

- Qual o destino que Tu lhe darás?

quarta-feira, 30 de março de 2016

A FELICIDADE

Texto de Augusto Branco

O tempo passa e nós mudamos tanto... Ficamos tão sérios, tão preocupados, e sempre tão sem tempo pra coisa alguma. 
De repente, alguém disse que para sermos felizes, o que precisamos é ter um bom emprego, uma bela casa, o carro do ano, os aparelhos e as roupas da moda e, claro, termos muito dinheiro na conta.
E nós, bobos, seguimos atrás destas coisas cegamente, aficionadamente, entregando-nos a uma vida afogada em trabalho, estudos, metas, e uma constante insatisfação.
Mas se olharmos para trás, ainda poderemos lembrar-nos de um tempo em que era até engraçado não ter dinheiro e fazer vaquinha pra pagar a conta da lanchonete com nossos melhores amigos.
Se não conseguíamos ir todos juntos para a festa ou para o show da hora, fazíamos nossa festa na casa de alguém, ou na rua, mesmo, por que nossa verdadeira festa era estarmos juntos, sorrindo uns com os outros.
Mas, para onde foi esse tempo? Para onde foram os amigos? Para onde estamos indo nós?
Nós nascemos muito felizes. Crescemos naquilo que pode ser a expressão mais tangível da felicidade possível, mas aos poucos vamos trocando isso por outros valores, como sucesso profissional e sucesso financeiro...
Bem aventurado é aquele que consegue acordar a tempo de perceber que melhor do que fazer horas extras no trabalho ou perder noites de sono em algum projeto ou pesquisa, é sempre reservar um tempo para preservar suas amizades, dedicando-se às pessoas que você ama, à sua família.
A felicidade está conosco o tempo todo: nós é que muitas vezes não damos a menor bola pra ela.

segunda-feira, 28 de março de 2016

PASSINHO DA VIÇOSA E O COCO DE ALAGOAS

Texto de *Olegário Venceslau da Silva

“Menina da saia curta,/Saltadeira de riacho,/Te sobe no pé de coco/Pra botar coco pra baixo”. Os sons descompassados dos aboios de velhos trovadores, ritmados em seus versos brejeiros remontam a um pretérito que fogem às lembranças mais ofegantes e não menos vorazes em sua real discrição. O terreiro de chão batido circundado de pálidos arbustos, ressequido ao calor inclemente duma terra que vive seus costumes, arraigada a religiosidade popular, diga-se uma consubstanciação do profano, com o pagode dançado sob a batuta do pandeiro, e o sagrado presente nas cantorias de benditos e encomendações de almas, nas intermináveis noites de vigílias.
Pelos íngremes caminhos de uma Viçosa campesina e feudal, cortado pelo caudaloso e vetusto Paraíba com suas manias de curvas, esbarrando amiúde nas ribanceiras avermelhadas, e nas alagadas pedras que ousam esbarrar sua marcha cadenciada, levando suas barrentas águas ao encontro do mar, eis que surge na década de 1923, feito sol ao romper o breu da madrugada um mestre na arte de versar, ainda que sufragado pelo ostracismo a que fora destinado e o anonimato que sem piedade impôs a ele uma vida de solidão e glórias efêmeras e não menos tênue.
Plácido Pereira da Silva, menino irrequieto e desprovido de toda e qualquer forma de riqueza, criou-se à pouco pão e muito suor como herança de seus genitores, que não tinham sequer condições de educá-lo à sombra das letras, cumprindo destarte o destino que lhe fora outorgado. A inteligência para lidar com a pena e tinta lhe foi negada por circunstâncias adversas, sendo suprimida pela privilegiada memória e paixão pela cantoria e aboios de vaqueiros e poetas, como numa verdadeira arcádia intelectual, compreendida apenas por aqueles que conhecem as agruras e intempéries, tão peculiar ao homem do campo e da roça, com as mãos calejadas pelo peso de suas enxadas, madurado ao sol do meio dia, e resignados a uma crença inabalável cuja devoção perpassa suas labutas e necessidades temporais. Neste cenário o velho Passinho - vulgo dado a Plácido Pereira - ensaia seus primeiros versos, num trocadilho de palavras que extasiava a turba que presenciava sua apresentação.
A caipirinha por anos à fio foi sua inseparável companheira, quando nas taperas viçosenses, em noites sempre iluminadas pela tremula luz da lamparina Passinho se exibia cantando coco, animando os brincantes que rumavam das longínquas regiões para ouvi-lo sempre disputando com outro vate os mais vibrantes e sonoros aplausos, como reconhecimento ao talento inconteste de um poeta analfabeto e não menos genial cuja sabedoria a vida lhe presenteou: “O homem que sofre de câimbra/não monta em burro manhoso/cantou do grilo fanhoso/não dá prova em todo samba/e quem gosta de muamba/ não perde um serviço cedo/moça que gosta de enredo/não casa, fica na sobra/quem já foi mordido de cobra/quando ver cipó tem medo.[...] O homem quando é ladrão/que ver a polícia se assombra/quem já foi queimado de bomba/não festeja o São João/quem apanhou em questão/vendo briga corre cedo/quem nunca guardou segredo/de ruindade nunca sobra/quem foi mordido de cobra/quando ver cipó tem medo.”
A boemia alegrava diuturnamente a vida paupérrima de Passinho, que quase sempre imerso numa embriaguez descomunal sentado no meio fio das ruas de Viçosa e Chã Preta, chamava atenção quando do batido frenético de seu pandeiro puxava um verso improvisado sobre os assuntos mais variados, demonstrando que seu reinado poético ainda perdurava, mesmo que nas portas dos botequins tivesse apenas seus parceiros de mesa como espectadores. Seguia rigorosamente as regras trovadorescas dos renomados poetas do século XIX, cujos versos metrificados se confundiam com os de Olavo Bilac, Vicente de Carvalho, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia - quarteto parnasiano - mas sem abandonar seu linguajar caipira e desprovido de polidez.
Autêntico mestre da embolada e exímio puxador de loas, Passinho roubava a cena com seu rosto pintado de múltiplas cores, com o chapéu de mateu do reisado sobre a cabeça, embalado pelo frenesi da turba que alvissareira gritava seu nome, enaltecendo ainda mais o ego do velho matuto, quando das apresentações culturais em Chã Preta, na sua festa de emancipação política no mês de março.
Mas o destino não lhe reservou apenas dissabores e uma vida laboriosa, não in totum - em sua totalidade - foi ainda complacente ao coroá-lo com uma sapiência indescritível, tornando-o um dois mais importantes cantadores de coco que Alagoas já teve, cuja vocação poética possibilitou sua aproximação com outro importante vate - Paulo Duarte Cavalcante- advogado, professor e político.
Os alpendres da casa grande do antigo engenho Caçamba - atualmente fazenda - nos recônditos boqueirões da Chã Preta, berço dos Holanda e Cavalcante era o ponto de parada quase sempre obrigatório, de Passinho e seu pandeiro, que rumava de sua Viçosa para fazer repentes com o amigo Paulo. Por longas e intermináveis horas ambos trocavam motes e num observar contemplativo, a criadagem da casa e os homens do campo largavam seus instrumentos de labuta para se inebriarem ao som da disputa de dois titãs do repente caeté - o doutor e o matuto.
Mas o velho Passinho foi embora para outras plagas, cantar seus versos e embolas para muito além. A voz rouca e descompassada do poeta viçosense feneceu, calando-se para sempre feito acauã no seu último canto, num voo sem volta. A Chã Preta ficou privada de seu grande mestre improvisador, o reisado perdeu a alegria e o que dantes eram fitas multicoloridas, sobraram apenas resquícios de trajes incolores e cinzentos, do mateu mais boêmio e festeiro que já existiu.
* Escritor, advogado, membro da Academia Maceioense de Letras, membro da Academia Alagoana de Cultura, membro da Comissão Alagoana de Folclore e sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

TESTE RÁPIDO

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Qual o número da vaga que o motorista estacionou?
Dependendo do ponto de vista, é um teste que pode ser considerado fácil ou difícil.

                                                                                                                 
 

domingo, 27 de março de 2016

A MALHAÇÃO DO JUDAS

Texto de Aloisio Guimarães

Estamos na Semana da Páscoa e é tradição a prática da “Malhação do Judas”. Entendo que, apesar de ser um ato praticado contra um simples boneco, no fundo, é a retratação de uma atitude violenta e animalesca, por parte de quem o pratica.
- Será mesmo que Jesus Cristo, que viveu pregando o amor e o perdão, queria ser vingado na base do “dente por dente, olho por olho”?
- Será que Cristo, pedindo ao Pai que “perdoasse porque eles não sabem o que fazem”, não perdoou Judas?
Nos dias atuais, através desta simples “brincadeira inocente”, a sociedade está deixando apenas de vingar Cristo, para externar a sua raiva e “matar” aqueles que consideram maus.
Uma clara contradição que verificamos é que muitos políticos, que hoje viram Judas e são violentamente malhados, nas eleições, o mesmo "Zé Povinho", que os malhou, vota neles e os elegem novamente.
Numa época em que a violência é cada vez mais crescente, me preocupa assistir, principalmente na televisão, crianças, felizes, esquartejando o Judas, seja de qual forma que ele se apresente. Tenho a absoluta certeza de que elas não possuem a mínima noção da simbologia do ato que praticam e que, se não forem devidamente educadas, a violência, para elas, tornar-se-á apenas mais uma brincadeira.
Imagine agora que fosse possível malhar todos os “Judas” existentes... Eu pergunto:
- Será que malharíamos ou seríamos malhados?
- O que nos faz pensar que somos santos e que ou outros é que são maus?
- Será que não sofremos de nenhuma "esquizofrenia", que nos faz praticar o mal, julgando estarmos fazendo o bem?
Portanto, muito cuidado quando julgares alguém como sendo um Judas! 

PLANTÃO MÉDICO

POSTAGEM: ALOISIO GUMARÃES
 
Um jovem acaba de se formar em Medicina… O seu pai, radiante de felicidade, lhe  dá de presente um automóvel zero quilômetro. Então, para aliviar o stress de vários anos de estudos, o jovem médico resolve fazer uma viagem solitária pelo interior do país. Depois de algumas horas, ele chega a um pequeno vilarejo e resolve abastecer o carro... Dirige-se ao posto de combustível e, para sua surpresa, não tinha ninguém para colocar a gasolina. Após buzinar várias vezes, surge um rapaz que lhe diz:
- Pare de buzinar, porque ninguém virá atendê-lo. A filha do dono morreu ontem e todos estão no velório.
O jovem médico pensa uns segundos e chega à seguinte conclusão:
- Se não posso prosseguir e não sei a que horas acabarão, vou até ao velório, já que não posso fazer mais nada...
Asiim que chegou ao local do velório, aproxima-se do esquife, por mera curiosidade. De repente, observa algo extremamente raro, mas que acontece… Chama o pai da “falecida” e lhe diz:
- Olhe, sou médico, a sua filha não está morta; está em estado catatônico. Parece morta, mas está viva!
O pai, nervosíssimo, pergunta:
- E o doutor pode fazer alguma coisa?
O jovem médico, explica-lhe que há uma possibilidade remota de trazê-la de volta à vida, provocando-lhe uma sensação forte. Pergunta, então, ao pai, se a garota tinha namorado. Embora estranhando a pergunta, o pai da garota respondeu que sim e que ele se encontrava ali. Diante disso, o jovem, médico sacaneou:
- Bem, então tirem o corpo do caixão, levem-no para uma cama e o namorado transe com ela durante toda a noite.
Mesmo contrariado, o pai dá ordens para que façam tudo o que o doutor disse, pedindo ao médico que ficasse para ele próprio comprovar o “resultado”. Quatro horas depois, abre-se a porta do quarto e aparece a garota "vivinha da silva"!
Alegria geral!
Logo fizeram uma festa enorme e convidaram o doutorzinho para participar, mas ele recusa o convite, alegando que tem de ir visitar um familiar que se encontra doente. Mas, antes de sair, ele promete passar pela aldeia, durante a sua viagem de regresso.
Quinze dias depois, cumprindo o que prometera, o jovem médico passa pela aldeia para ver como estava a jovem ex-defunta...
Novamente chega no posto e repete-se a mesma cena da primeira vez. E, novamente, ninguém o atende. Somente depois de buzinar bastante é que aparece o mesmo rapaz, que mal viu que era o doutor, correu ao seu encontro e disse-lhe:
- Ainda bem que voltou, doutor! O pai da menina que o senhor salvou, morreu há 10 dias. Metade da nossa aldeia já lhe comeu o cu e ele ainda continua morto!
MORAL DA HISTÓRIA:
O mesmo medicamento não serve para todos.
  Se você não é médico, não tome remédios por conta própria e nem receite para os outros.

sexta-feira, 25 de março de 2016

A GAIOLA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Certa manhã, uma gaiola acordou e percebeu que, por distração, deixara a porta aberta e o pintassilgo que vivia nela tinha desaparecido. A gaiola sentiu um vazio enorme em suas entranhas, e a solidão a entristeceu. Sentiu saudade do canto do passarinho.
Na manhã seguinte, ao ver que aquele mal-agradecido não voltava, começou a se mexer para distribuir as sementes e migalhas de pão duro que havia em seu interior e, assim, espalhar o cheiro da comida.
A primeira a chegar foi uma grande gaivota. Ela começou a espiar o chão da gaiola cheio de comida espalhada. A gaiola, ao ver aquele pássaro desagradável, abriu e fechou a porta bruscamente, dando dois safanões na gaivota, espantando-a.
Logo depois, apareceu um periquito que desprezou o alimento porque preferia pão macio.
Depois foi a vez de um pardal. O passarinho entrou na gaiola e, quando a porta se fechou e ele percebeu que estava preso, começou a piar lastimosamente. A gaiola abriu a porta para deixá-lo escapar, pois se lembrou que os pardais morrem de tristeza ao se verem privados da liberdade.
O pardal, agradecido, fez um acordo com a gaiola: viria todos os dias, junto com os amigos, para lhe fazer companhia, e se refugiaria nela nos dias de chuva.
A gaiola nunca mais ficou sozinha e descobriu que o amor consiste em respeitar a liberdade dos demais.
PENSE NISSO!

quarta-feira, 23 de março de 2016

A ROLHA PEDAGÓGICA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Um Supervisor da Secretaria da Educação visitava uma Escola de Ensino Fundamental. Em seu trajeto pelas salas de aula, observou algo que lhe chamou a atenção: uma professora estava entrincheirada, atrás do seu birô, e os alunos faziam a maior bagunça. O quadro era caótico...
Ele decidiu, então, se apresentar:
- Com licença, professora, sou o Supervisor, algum problema?
- Estou completamente perdida, senhor! Não sei o que fazer com estas crianças. Eu não tenho lâminas de apresentações, não tenho livros, o ministério não envia sequer o mínimo material didático, não tenho recursos eletrônicos, não tenho nada novo para lhes mostrar, nem o que lhes dizer!
O Supervisor, que era um docente de alma, viu uma rolha sobre o escritório. De posse da rolha, com serenidade oriental, falou com as crianças:
- Alguém sabe o que é isto?
- Uma rolha! - gritaram os alunos surpresos.
- Muito bem. E de onde vem a rolha? - voltou a perguntar o Supervisor.
As crianças deram várias respostas:
- Da garrafa, uma máquina a coloca...
- De uma árvore...
- Da cortiça...
- Da madeira...
Ao ouvir as respostas das crianças, continuou o entusiasta Supervisor:
- E o que dá para fazer com madeira?
- Cadeiras... - disse uma garotinha.
- Uma mesa... - respondeu outra criança.
- Um barco... - afirmou um terceiro aluno.
Ao ouvir as repostas dadas pelas crianças, ele voltou a falar:
- Muito bem! Então teremos um barco. Quem se anima a desenhá-lo? Quem faz um mapa na lousa e indica o porto mais próximo para o nosso barquinho? Escrevam a qual Estado brasileiro corresponde. E qual é o outro porto mais próximo que não é brasileiro? A qual país corresponde? Alguém lembra que personagens famosos nasceram ali? Alguém lembra o que produz esse país? Por acaso, alguém conhece alguma canção desse lugar?
E assim, começou uma aula variadíssima de Desenho, Geografia, História, Economia, Música... A professora ficou muito impressionada. Quando a aula terminou, ela, comovida, disse ao Supervisor:
- Senhor, nunca esquecerei a valiosa lição que hoje me ensinou. Muitíssimo obrigada!
O tempo passou. O Supervisor voltou à escola e procurou pela professora. A encontrou novamente encolhida atrás de seu escritório, os alunos, outra vez, em desordem total.
- Mas, professora, o que houve? Lembra de mim?
- Mas é claro, como poderia esquecê-lo? Que sorte que o senhor voltou! Não encontro a rolha. Onde a deixou?
Quando alguém não tem vocação para aquilo que deve realizar, nunca vai achar a rolha!

terça-feira, 22 de março de 2016

NOVA JERUSALÉM: PAIXÃO DE CRISTO

Texto de Aloisio Guimarães

O espetáculo da encenação da "Paixão de Cristo", em Nova Jerusalém, Pernambuco, é uma prova de que, quando a coisa é bem produzida, ele rende frutos. Somente Plínio Pacheco, um homem de visão e consciente da qualidade do seu produto final, seria capaz de edificar um teatro, de dimensões consideráveis, em Brejo de Madre de Deus, uma cidadezinha perdida no agreste pernambucano, no “meio do mato”, onde “só vai lá quem tem negócio”.
Sempre me disseram que era uma correria tremenda para se deslocar de um cenário para o outro para não perder as cenas. Não é verdade: assiste-se todas as cenas, andando normalmente, de um cenário ao outro, sem precisar correr.  E mesmo que quisesse correr, seria impossível, dado o número de pessoas presentes - algo em torno de 10 mil espectadores.
A Paixão de Cristo que ali é encenada, durante três horas, é um espetáculo deslumbrante, com tudo perfeito: atores, figurino, sistema de som, iluminação e seus efeitos luminosos.
Um fato chama a atenção: apesar dos inúmeros ônibus, vans e carros particulares, o trânsito fluiu normalmente, tanto na chegada como na saída.
Algumas impressões que tive do espetáculo:
● O SERMÃO
Ao contrário do que esperava, para mim, a encenação do "O Sermão da Montanha" foi a parte mais emocionante do evento. Inicialmente imaginava que seria a "Ressurreição de Cristo" e não foi.
● O TEMPLO DE JERUSALÉM
Apesar de bem feita, acredito que a sua encenação está inclusa no espetáculo por se tratar de uma das passagens mais conhecidas da vida de Jesus.
● O CENÁCULO
É um verdadeiro espetáculo dentro do espetáculo. É a melhor fotografia de toda a encenação. Na “Santa Ceia”, durante alguns segundos, os atores ficam paralisados tal qual vimos no quadro pintado por Leonardo da Vinci.
● O HORTO
Dentro das expectativas: a consumação da traição de Judas e a prisão de Jesus.
● O PALÁCIO DE HERODES
Para mim, é, “disparada”, a melhor parte do espetáculo. O "Bacanal no Palácio do Rei Herodes" é impecável, perfeito, tanto por parte dos atores principais como por parte de vários figurantes, não sendo possível ser mais explícito do que o apresentado.
● O FORUM ROMANO
Aqui se dá o julgamento de Jesus, tal qual observamos nas mais variadas encenações mundo afora, tanto com relação a atenção do público como pela dramaticidade dos atores.
● A VIA SACRA
Poderia ser mais bem produzida, explorando o sofrimento de Jesus com mais intensidade e dramaticidade.
● O CALVÁRIO
O enforcamento de Judas é um dos seus pontos altos, sendo aplaudido pelos presentes.
As marteladas nos pregos, durante a crucificação, ecoam pelo teatro, provocando silêncio e reflexão na plateia.
No momento da morte de Cristo, é muito bem feita a representação de um terremoto, com efeitos especiais, representando uma tempestade.
● O SEPULCRO
A falta de diálogo, ou o pouco diálogo da cena, transforma o "Sepultamento e Ressurreição de Cristo" em cenas comuns, sem a emoção que deveriam ter, mesmo sendo muito bem representada a “subida do Espírito Santo ao céu”, através de um pequeno balão azulado.
 MELHOR ATOR
O “global” Antonio Calloni, no papel de Herodes.
Foi o que vi...
Com certeza, voltaria novamente.

sábado, 19 de março de 2016

OS NÚMEROS NÃO MENTEM

Texto de Aloisio Guimarães

Segundo o instituto Datafolha, o número de manifestantes contra a Dilma, o Lula e o PT, que estiveram presentes na Avenida Paulista, foi, em números redondos, de 500 mil pessoas.
Segundo o mesmo Datafolha, o número de manifestantes que apoiam a Dilma, o Lula e o PT, que estiveram presentes na Avenida Paulista, foi, em números redondos, de 100 mil pessoas.
Não precisa ser um “crânio” em matemática para concluir que qualquer uma das afirmativas abaixo é verdadeira, dependendo do ponto de vista que queira usar:
· O número de pessoas contra a Dilma, Lula e o PT é 5 vezes maior do que o número daqueles que os apoiam;
· O número pessoas que apoiam a Dilma, o Lula e o PT representa apenas 20% do número daqueles que são contra eles;
· O governo, a Dilma, o Lula e o PT têm o apoio de apenas 20% da população;
· 80% da população são contra e querem o PT, a Dilma e o Lula fora do governo.
Lamentavelmente, queridos amigos petistas, os números não mentem...

sexta-feira, 18 de março de 2016

O ET

Texto de Carlito Lima

Assim como nós ansiamos desvendar o Universo, outros mundos distantes já têm arapongas nos espionando. Na Terra existem muitos extraterrestres enviando informações para seus planetas. Não damos conta, pode até ser um vizinho, ou pessoa conhecida. Por exemplo, Eduardo Cunha, esse cara não pertence ao nosso planeta, tenho certeza, é ET disfarçado.
Fui visitar meu primo Alfredo internado no Hospital Psiquiátrico, a expectativa em receber o precatório deixou-o avariado da cabeça. Tinha notícia bombástica, mostrou-me um papel desenhado com garranchos, achou no quintal do hospital. Veementemente afirmou ser escrito por um ET. Passou duas semanas, com ajuda de uma colega interna, decodificando, deu-me a tradução, o rascunho abaixo:
Caro ORDEP LARBAC, Grande Chefe do planeta KOOBECAF.
Desci do disco voador travestido de humano, estou no planeta Terra, precisamente no Brasil, Maceió (vide mapa). Seguem informações.
- Maceió é uma linda cidade, quase um milhão de terráqueos. Existe uma bela faixa de areia branca chamada praia, repleta de um vegetal alto e bonito, coqueiro, fica entre as moradas e um mar de água salgada. Fiquei impressionado com a boniteza de tanta água, não sei se azul ou verde, parece mágica, o terráqueo é um ser feliz, bom e alegre. As terráqueas deitam-se na areia branca dourando o corpo com raios do Sol. Essas fêmeas não são feito as nossas, corpo liso, pranchadas, verdes, as daqui têm curvas, dá vontade de alisar, de agarrar, chamam de gostosas. As curvas da frente são duas, têm o nome de seios, ficam à mostra em cima da roupa. A curva de trás tem protuberância dupla, belezura, chamam de bunda. Não existe no Universo coisa mais bonita, os terráqueos gostam muito, nem todos podem pegar. Na praia as fêmeas usam uma vestimenta pequenina chamada tanga, serve para mostrar mais ainda os seios e a bunda. Vi um terráqueo passando óleo nas pernas de uma gostosa deitada, pensei que podia, alisei também, levei uma tapa na cara. Tive que desligar meu dispositivo de sensibilidade endurecido. Tenho muito a aprender.
Ainda não consegui entender o sistema de governo, instituíram uma tal de democracia, governo do povo, porém o povo tem um único direito, escolher os governantes. A chefe presidente do Brasil de nome de Dilma aparece sempre na televisão prometendo coisas, só não entendo porque não faz o prometido. O povo elege também senadores e deputados, representantes do povo. Vivem brigando, cada um quer mandar mais, ganhar mais e colocar parentes nos cargos sem trabalhar. Ainda não compreendi, se o deputado é representante do povo, o governo é do povo, porque ele tem que ganhar mais dinheiro para votar a favor do governo? Vou tentar entender esse tal do mensalão.
Existem também os petroleiros, esses são especialistas em roubar a maior indústria de petróleo pertencente ao Brasil, a Petrobras. É verdade, o Chefe ORDEP não vai acreditar, e dizer que existe vida inteligente nesse planeta. Aconteceu aqui nessa terra maravilhosa, os petroleiros armaram um plano e roubaram o dinheiro da empresa. A polícia prendeu muitos petroleiros, dá em nada, aliás, dá em pizza como eles dizem, comi uma pizza achei muito gostosa, entretanto, nada igual à mulher.
Nessa terra tem muita riqueza, contudo, está nas mãos de poucos, são os proprietários. Aqui tem açúcar, petróleo, salgema, coco, inclusive turismo; é uma terra belíssima difícil de existir igual em todos os universos, porém, muito má tratada. O povo é dócil, os políticos fazem o querem.
Caro Chefe ORDEP. Depois de três dias volto a escrever informações. Tudo continua como antes, travestido de humano estou me dando bem. Fico no calçadão da praia apreciando as fêmeas, ansioso para agarrar aquelas maravilhas. Quando paguei com dinheiro uma bebida chamada cerveja, deliciosa, uma fêmea chamada rapariga me abordou perguntando se desejava fazer um programa. Perguntei o que era, se no programa eu podia alisá-la. Ela sorriu, falou em meu ouvido o que faria comigo.  O sensibilizador estremeceu, fui para o hotel.
Chefe, vocês no planeta KOOBECAF, não podem imaginar o que seja fazer menino aqui na Terra, não é feito aí, em chocadeira. Aqui o macho e a fêmea ficam juntinhos, é bom demais. Para evitar filho e não pegar doença, usam camisa de Vênus. Os nossos inimigos de Vênus já estiveram por aqui, vou investigar.
Estou no quarto do hotel, as raparigas estão me chamando, são três, vou raparigar, a melhor coisa do Universo. Depois conto mais. Um abraço do subordinado. OCIUQ.”
Essa foi tradução do documento feita por Alfredo. Ele quer ir à ONU denunciar a invasão de ETs. Confidenciou-me convicto, o hospital está infiltrado de extraterrestre, médicos, enfermeiras, funcionários.

quarta-feira, 16 de março de 2016

A MASSAGISTA

Texto de Carlito Lima

Dona Mercedes morreu no dia que completou 51 anos de casada. O Coronel Eustáquio enterrou a esposa na Fazenda Olho D'água das Flores, aonde passaram suas vidas com muito trabalho, amor e carinho. Era mulher ativa, de opiniões, deixava o marido pensar que mandava, entretanto, o Coronel fazia o que ela queria. No último desejo, pediu ao marido para ser enterrada junto ao túmulo do filho, embaixo de uma enorme aroeira num morrete, perto dos currais.
Assim foi feito. Os cinco filhos vieram de Maceió e enterraram a matriarca junto ao seu amado filho Bruno, morto aos 20 anos.
A ausência da mulher foi um baque na vida do Coronel. Aos 72 anos ele monta toda manhã, fiscalizando, dando ordens na fazenda, duro nas cobranças em seu império, seu latifúndio, um extenso pasto do gado. Os filhos formados, 3 advogados, uma assistente social e uma médica. O coronel tem uma preocupação, nenhum dos filhos, genros e netos, tem vocação para vida no campo. O filho mais novo, Bruno, foi seu braço direito, seu orgulho, amava a fazenda, não queria estudar, briguento, gostava de cachaça e mulheres. Morreu de queda de cavalo, correndo bêbado uma vaquejada. Quando lembra Bruno, dá uma dor no coração de saudade, era o filho querido, o companheiro nas andanças pela fazenda.
Depois que Dona Mercedes morreu, o coronel Eustáquio se enclausurou na fazenda. Deixou de ir à capital, abandonou seu apartamento na praia da Pajuçara. Nunca foi mulherengo, entretanto, gostava de se aliviar, como dizia, com garotas de programa arranjadas nos classificados. Depois da viuvez, nem isso mais procurava.
No final de ano a família reuniu-se no natal. Festa tradicional, animada com filhos, netos, agregados e convidados. Na festa, Natália, a filha médica, notou o coronel cansado. Exigiu fazer um checape urgente.
Edgar, o genro, figura simpática, conversador, vende imóveis e carros, fazia tudo para agradar ao sogro. Ofereceu-se para acompanhar o velho Coronel aos médicos. Foram 20 dias entre consultas e exames. O doutor urologista examinou os resultados. Depois de apalpar o ventre, pediu ao Coronel para ficar na posição que Napoleão perdeu a guerra, fez o famoso toque retal. Constatou, próstata volumosa e inflamada. Passou-lhe antibiótico e determinou ao Coronel, toda semana tomar massagem na próstata, até diminuir o tamanho e acabar a inflamação.
À noite, a filharada e os netos foram visitá-lo em seu confortável apartamento. Ele confidenciou aos filhos, estava constrangido com o tratamento, recusava ao toque do médico. Seu fio-ó-fó era órgão de saída, entrada nunca. Foi categórico, não voltava ao consultório para levar dedada, tomava apenas o remédio.
A filha Natália, ao dormir, conversou com o marido sua preocupação com o pai, a massagem na próstata era necessária. Edgar homem de desembaraços e de soluções, nunca põe dificuldades, prometeu resolver o problema.
Dia seguinte, pela manhã, procurou o doutor urologista, acertando os detalhes de um plano traçado no travesseiro. Contrataram uma amiga do doutor, com curso de enfermagem, mestra em massagem na próstata, veio à calhar. Com a conivência do doutor prosseguiu a estratégia.
Edgar procurou o sogro levando recado do doutor, ele poderia, se quisesse, ser atendido por uma massagista, em local especial. Depois de muito relutar, o coronel foi conhecer a massagista, Michelle, no carro, esperando. Ficou encantado com a beleza daquela morena simpática que lhe sorriu pecaminosamente. Com jura do genro em não contar aos filhos, o velho se deixou levar para um motel na praia de Jacarecica, deixou-se aos cuidados da massoterapêutica.
O que houve ou que não houve, ninguém sabe. A próstata do coronel já curou há muito tempo, entretanto, ele prossegue o tratamento. Fica feliz quando amanhece a quarta-feira, vem à Maceió radiante junto com o querido genro, Edgar, dia da massagem com a bonita massagista. Michelle, aliviou as dívidas, engorda seu salário em R$ 400,00 toda semana, para ela o Coronel caiu do céu.

terça-feira, 15 de março de 2016

REVOLUÇÃO DA ALMA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARAES

Aristóteles, filósofo grego, escreveu este texto "Revolução da Alma“ no ano 360 A.C. Um texto eterno:
Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz e sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida. Quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você.
Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque objetivo longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje. Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares, busca em teu interior a resposta para acalmar-te; você é reflexo do que pensas diariamente. Pare de pensar mal de você mesmo, e seja seu melhor amigo sempre.
Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor. Com um sorriso no rosto, as pessoas terão as melhores impressões de você e você estará afirmando para você mesmo que está "pronto"para ser feliz.
Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda. Critique menos, trabalhe mais.
E, não se esqueça nunca de agradecer. Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento, inclusive a dor.
Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida. A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.