CAÇA ÀS JARARACAS

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

A Nação brasileira assistiu estarrecida às denúncias divulgadas pela nova fase da operação “lava jato” - a 24ª - operacionalizada pela nossa respeitada Polícia Federal, e comandada pelo probo juiz federal, Sérgio Moro. Essa operação apura desvios bilionários praticados há anos na “nossa” maior estatal - a PETROBRÀS. A roubalheira envolveu, lobistas, empreiteiros, e políticos de vários partidos, sobretudo do partido dos trabalhadores e seus aliados. Após diversas prisões, através da delação premiada, os marginais de “colarinho branco” delataram figuras importantes da República brasileira, inclusive a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. As acusações são impressionantes e imergiu o país num profundo “mar de lamas”, até então, “nunca visto antes na história desse país”.

O ex-diretor da PETROBRÁS, Ceveró, na sua delação, acusou os ex-presidentes, Collor, FHC e Lula, de terem recebido propinas numa troca de favores na BR distribuidora, da qual Ceveró era diretor. O imponente cargo ocupado pelo influente delinquente Ceveró, segundo o mesmo, teria sido uma recompensa dada pelo então presidente e amigo Lula, pela ajuda na contratação da empresa Schahin para operar um navio-sonda. Ainda segundo o delator, a contratação da empresa teria o objetivo de quitação de um empréstimo contraído pelo PT com um banco do mesmo grupo da operadora do navio-sonda. É oportuno ressaltar que Ceveró também acusou outros políticos com acentos cativos no Congresso nacional. Pasmem!

O senador Delcídio, então prestigiado membro do PT e líder do governo Dilma no Congresso Nacional, preso por corrupção, através de vazamentos “apócrifos, seletivos e ilegais”, divulgados pela mídia “golpista”, teria afirmado em sua delação premiada, que a presidente Dilma havia aparelhado o poder judiciário com a nomeação do Ministro Navarro Dantas para o STJ, com o fim de liberação de empreiteiros envolvidos nos processos de corrupção da PETROBRÁS, e, também, dentre outras acusações, que Dilma teria conhecimento da inviabilidade e, consequentes prejuízos advindos com a compra da refinaria de Pasadena. Pasmem, novamente!

O “mar de lamas” começou a transbordar na semana passada, com a também, “apócrifa, preconceituosa e ilegal” condução coercitiva pela PF, do senhor Lula Inácio, para depor sobre as acusações de desvios de conduta e monetários, supostamente praticados pelo ex-operário durante a sua permanência na Presidência da República. Pasmem, outra vez! Ao término do seu depoimento, o ex-presidente, ainda ovacionado pelos militantes petistas, dirigiu-se à sede do partido e proferiu um discurso inflamado no qual fez severas críticas aos condutores das operações lava jato. Na sua fala, Inácio disse que as suas palestras milionárias eram requisitadas por diversos países porque os estrangeiros queriam saber qual o milagre feito por ele para transformar o Brasil, se referindo às quotas para negros nas Universidades, e o bolsa família. Não sabemos se o senhor Inácio cita nas suas palestras, as nossas insuportáveis taxas de analfabetismo, a falência do SUS, o empobrecimento da classe média trabalhadora, o abandono das Universidades Federais, a exploração consentida dos banqueiros, o ínfimo percentual de negros pobres que conseguem concluir o ensino básico, os milhares de trabalhadores que morrem à espera de exame para detectar o mal da morte, os milhares de jovens pobres envolvidos em assaltos, os milhões de miseráveis que recebem esmolas sem saber em poder dizer onde dói a dor mais doída, e, etc. etc.

É fulcral que o povo brasileiro, sem partidarismos políticos, cobre a rigorosa apuração de todos os fatos delituosos, e vá às ruas para capturar, além dos mosquitos, as cobras jararacas ainda soltas em todas as esferas da República brasileira, e, com pauladas certeiras, acertem as suas cabeças, e não o rabo, onde devem estar “enfiados os processos” e os bilhões de reais roubados dos trabalhadores.