sexta-feira, 25 de março de 2016

A GAIOLA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Certa manhã, uma gaiola acordou e percebeu que, por distração, deixara a porta aberta e o pintassilgo que vivia nela tinha desaparecido. A gaiola sentiu um vazio enorme em suas entranhas, e a solidão a entristeceu. Sentiu saudade do canto do passarinho.
Na manhã seguinte, ao ver que aquele mal-agradecido não voltava, começou a se mexer para distribuir as sementes e migalhas de pão duro que havia em seu interior e, assim, espalhar o cheiro da comida.
A primeira a chegar foi uma grande gaivota. Ela começou a espiar o chão da gaiola cheio de comida espalhada. A gaiola, ao ver aquele pássaro desagradável, abriu e fechou a porta bruscamente, dando dois safanões na gaivota, espantando-a.
Logo depois, apareceu um periquito que desprezou o alimento porque preferia pão macio.
Depois foi a vez de um pardal. O passarinho entrou na gaiola e, quando a porta se fechou e ele percebeu que estava preso, começou a piar lastimosamente. A gaiola abriu a porta para deixá-lo escapar, pois se lembrou que os pardais morrem de tristeza ao se verem privados da liberdade.
O pardal, agradecido, fez um acordo com a gaiola: viria todos os dias, junto com os amigos, para lhe fazer companhia, e se refugiaria nela nos dias de chuva.
A gaiola nunca mais ficou sozinha e descobriu que o amor consiste em respeitar a liberdade dos demais.
PENSE NISSO!

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