terça-feira, 26 de julho de 2016

A "MEDALHA DE LATÃO" JÁ É NOSSA

Texto de Aloisio Guimarães


Vão começar, na cidade do Rio de Janeiro, os Jogos Olímpicos (ou Olimpíadas), com o pomposo nome de "XXXI Jogos Olímpicos da Era Moderna".
Quem acompanha, como eu, essa manifestação máxima do esporte amador (?) mundial, sabe muito bem que o Lema das Olimpíadas é “O importante é competir”, frase atribuída a Pierre de Frédy - o Barão de Coubertin - considerado o idealizador dos tais Jogos Olímpicos da Era Moderna, criados com a finalidade de promover a união entre os povos e raças e promover a paz entre as nações.
A intenção de promover a paz entre os povos é louvável e digna de ser perseguida a todo custo, mas sabemos que eventos do porte das Olimpíadas são grande atrativos para aqueles que querem promover a discórdia ou se manifestar politicamente de modo incorreto. Quem não se lembra da chacina de atletas israelenses, ocorrida durante as Olimpíadas de Munique, em 1972? Quem não se lembra dos boicotes aos jogos, principalmente como ocorreu nas Olimpíadas de Moscou, em 1980, que só não teve o seu brilho apagado totalmente graças ao emocionante choro do ursinho Misha, mascote daqueles jogos?
Contrariando a interpretação quase que unânime do significado do Lema das Olimpíadas, Martina Navratilova, talvez a maior tenista que já existiu, declarou que:
- Quem diz que o importante é competir, é um derrotado!
Na mesma linha de opinião, disse o saudoso Ayrton Senna:
- O importante é ganhar, tudo e sempre. Essa história de que o importante é competir não passa de pura demagogia.
Concordo plenamente com eles dois. É evidente que, quem entra numa competição, deve entrar para ganhar e não com o pensamento na base do “tanto faz como tanto fez, o importante é estar aqui”.
Só ficam para a História aqueles que ganham. O mundo se lembra de Muhammad Ali (Cassius Clay), George Foreman, Nádia Comaneci, Mark Spitz, Carl Lewis... Mas ninguém sabe e ninguém se lembra de quem perdeu para eles; de quem chegou em segundo lugar.
O Lema “O importante é competir” deve ser interpretado como “Perder com dignidade, com o espírito esportivo, aceitando a derrota e reconhecendo que o seu adversário foi superior” e não do modo como pensam ou como ensinam.
Quem vai para as Olimpíadas sem o tesão de querer ganhar, vai apenas para fazer turismo às nossas custas e não é o comportamento esperado para um atleta. Quem entra numa briga, seja ela qual for, sem a gana de sair vitorioso é um derrotado na vida, sempre. Eu só entro para ganhar. Não ganho sempre, mas tento...
Que venham as medalhas de ouro, prata e/ou bronze porque a de “latão” o Brasil já conquistou, dada pela Austrália, ao denunciar a precariedade das instalações da nossa”Vila Olímpica. Uma vergonha.
Ah, quanto às "medalhas de cadeia”, as futuras operações da polícia federal, sobre propina e superfaturamento nas obras de ginásios esportivos para os jogos, apontarão os seus ganhadores.

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