quarta-feira, 13 de julho de 2022

EU TE AMO

  POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES 

Dois irmãozinhos brincavam em frente de casa, jogando bolinhas de gude, quando Júlio, o menino mais novo, disse ao irmão Ricardo:
- Meu querido irmão, eu te amo muito e não quero me separar de você! 
Ricardo, sem dar muita importância ao que Júlio disse, pergunta:
- O que deu em você moleque? Que conversa besta é essa de amar? Quer calar a boca e continuar jogando?
E os dois continuaram jogando a tarde inteira, até anoitecer.
À noite, o senhor Jacó, pai dos garotos, chegou do trabalho. Estava exausto e muito mal humorado, pois não havia conseguido fechar um negócio importante. Ao entrar em casa, Jacó olhou para Júlio, que sorriu para o pai e disse:
- Olá Papai, eu te amo muito e não quero nunca me separar do senhor!
Jacó, no auge de seu mau humor e stress, falou:
- Júlio estou exausto e nervoso. Então, por favor, não me venha com besteiras!
Com as palavras ásperas do pai, Júlio ficou magoado e foi chorar no cantinho do quarto. Dona Joana, mãe dos garotos, sentindo a falta do filho foi procurá-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho do quarto com os olhinhos cheios de lágrimas. Dona Joana, espantada, começou a enxugar as lágrimas do filho e perguntou:
- O que foi Júlio? Por que choras?
Júlio olhou para a mãe, com uma expressão triste e lhe disse:
- Mamãe, eu te amo muito e não quero nunca me separar da senhora!
Dona Joana sorriu para o filho:
- Meu amado filho, ficaremos sempre juntos!
Júlio sorriu, deu um beijo na mãe e foi deitar-se.
No quarto do casal, ambos se preparando para se deitar, Dona Joana pergunta para seu marido Jacó:
- Jacó, o Júlio está muito estranho hoje, não acha?
Jacó, muito estressado com o trabalho, disse à esposa:
- Esse moleque só está querendo chamar a atenção... Deita e dorme mulher!
Então, todos se recolheram e todos dormiam sossegados. Às duas horas da manhã, Júlio se levanta e vai ao quarto de seu irmão Ricardo e fica observando-o dormir... Ricardo, incomodado com a claridade, acorda e grita com Júlio:
- Seu louco apaga essa luz e me deixa dormir!
Júlio, em silêncio, obedeceu ao irmão, apagou a luz e se dirigiu ao quarto dos pais. Chegando lá, acendeu a luz e ficou observando seu pai e sua mãe dormirem. O senhor Jacó acordou e perguntou ao filho:
- O que aconteceu Júlio?
Júlio, em silêncio, só balançou a cabeça em sinal negativo, respondendo ao pai que nada havia ocorrido. Daí o senhor Jacó, irritado, perguntou ao Júlio:
- Então, o que foi moleque?
Júlio continuou em silêncio. Jacó, já muito irritado, berrou com Júlio:
- Então vai dormir seu doente!
Júlio apagou a luz do quarto, dirigiu-se ao seu quarto e se deitou. Na manhã seguinte todos se levantaram cedo. O senhor Jacó iria trabalhar, a dona Joana levaria as crianças à escola. Mas Júlio não se levantou... Então, o senhor Jacó, que já estava muito irritado com Júlio, entra bufando no quarto do garoto e grita:
- Levanta seu moleque vagabundo!
Júlio nem se mexeu...
Então, Jacó avança sobre o garoto e puxa com força o cobertor do menino com o braço direito levantado, pronto para lhe dar uma tapa, quando percebe que Júlio estava com os olhos fechados e que estava pálido. Jacó, assustado, colocou a mão sobre o rosto de Júlio e pôde notar que seu filho estava gelado. Desesperado, gritou, chamando a esposa e o filho Ricardo, para verem o que havia acontecido com Júlio. Infelizmente o pior: Júlio estava morto... E sem qualquer motivo aparente.
Dona Joana, desesperada, abraçou o filho morto e não conseguia nem respirar de tanto chorar. Ricardo, desconsolado, segurou firme a mão do irmão e só tinha forças para chorar também. Jacó, em desespero, soluçando e com os olhos cheios de lágrimas, percebeu que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos de Júlio. Ele pegou o pequeno pedaço de papel, onde havia algo escrito com a letra do filho:
- Outra noite Deus veio falar comigo através de um sonho. Disse a mim que, apesar de amar minha família e de ela me amar, teríamos que nos separar. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer, mas estou com muito medo. Gostaria que ficasse claro apenas uma coisa: Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão; Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo; Papai, o senhor de tanto trabalhar se esqueceu de viver... Eu amo todos vocês!
DÊ PARTE DO SEU TEMPO A QUE VOCÊ AMA.

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