sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A MÚSICA E A VIOLÊNCIA

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS 

Nas primeiras horas do novo ano, após as felicitações e desejos de feliz ano novo, praxe universal, tive mais uma lição do quão a nossa sociedade está pauperizada de educação, cultura e outros fatores derivados desses. Às portas de pequenas casas, automóveis com sons, de qualidade e intensidades, impróprios, até como objeto de tortura para criminosos impiedosos; para se ter uma ideia do poder decibel dos aparelhos manuseados pelos idiotas de plantão, a porta de ferro do nosso quarto, num primeiro andar, estremecia, e os vidros, só suportaram intactos, devido às suas espessuras; para o aumento do nosso suplício, a parafernália gravada em CDs, era ecoada por atabaques com batuques desconexos, num primeiro plano, e, ao fundo, um sujeito “berrando” frases sem sentido e desaforadas, algumas até, impróprias para menores - à  esse “conjunto” de porcarias, eles chamam, desordeiramente, de “pagodão” ou “swingueira”, numa alusão desrespeitosa aos nossos, pagode e suingue, que fazem parte da nossa rica cultura musical. Não seria necessário afirmar que não conseguimos dormir o resto do dia, pois, a desordem só terminou no final da tarde.
Agora, uma pergunta, que eu sei, vai ficar sem resposta: a quem recorrer nessas horas? Alguém vai arriscar: a polícia! É claro que deveria ser! Mas, infelizmente, não é! Temos exemplos de casos mais graves, tais quais, os assaltos à mão armada, nos quais, as vítimas solicitam, em vão, o socorro da polícia. Outro dia, num canal de televisão, o comandante do policiamento justificou o problema, afirmando que a polícia possuía poucas viaturas e, sendo assim, atenderia, prioritariamente, aos casos mais graves - acredito que se referia apenas aos casos de assassinatos.
Quando consegui curar a ressaca involuntária, comecei a meditar e tentar entender, o porquê, da drástica mudança de comportamento das pessoas do “novo mundo”! Como é possível conseguir satisfação, ouvindo os terríveis barulhos? Depois, não se importarem com o direito das outras pessoas que se encontram no seu entorno! Será que todos gostariam de ouvir essas porcarias? Deveria ser uma pergunta inicial, bastante óbvia, isso, para pessoas com um mínimo de consciência!
Eu acredito que os novos gêneros musicais, têm uma parcela considerável de culpa na radical transfiguração comportamental das pessoas. Entendo que existe uma grande diferença entre o ouvir de hoje, e o escutar de “ontem”. O escutar é um processo humano racional de ouvir as mensagens e entendê-las, ou compreender o que o emissor da mensagem quis nos passar, já o ouvir, trata-se apenas de um processo de audição superficial.
Há algumas décadas, até o chamado “brega” tocado na “zona”, tinha uma mensagem para ser escutada! Vide, “tortura de amor”, de Waldick Soriano. A juventude que hoje se deleita ouvindo, “ai se eu te pego” ou “puta que pariu”, “ontem”, se extasiava escutando “quero que vá tudo pro inferno” ou “gatinha manhosa”. Nas músicas carnavalescas - frevos ou marchinhas - inclusive naquelas mais frenéticas, existia uma mensagem romântica ou até mesmo hilária, sem qualquer apelação ou incentivo à violência. Os blocos de frevo que desfilam na sexta-feira antes do carnaval no bairro de Jaraguá, felizmente, ainda preservam a tradição e a tranquilidade das pessoas; o bloco, “Pinto da madrugada”, que desfila sem cordas, num sábado antes do carnaval, também arrasta milhares de pessoas, adeptas do frevo e das marchinhas. Nesses dois dias de festa popular, não temos qualquer notícia de incidentes entre os foliões! Todos se divertem ordeiramente! Muito diferente das festas com trios elétricos, animadas com “axé”, e, que foram proibidas, devido aos inúmeros e graves casos de violência acontecidos em todas as ocasiões - muitas pessoas foram assassinadas durante aqueles eventos.
É importante lembrar que, nas décadas passadas, também tínhamos jovens rebeldes, mas, a grande diferença, orientada pela música, era que se tratava de uma insurreição com causas expressas na letra ou melodia feitas para as pessoas escutarem. Também, é importante enfatizarmos que, àquela época, ainda tínhamos uma educação de qualidade, no setor privado e, principalmente, no sistema público de ensino. Felizmente, ainda não éramos vítimas de tantas terríveis, transformações.

2 comentários:

  1. Nobre mestre um País em que prostituta se apaixona, Gigolô tem cíumes e traficante se vicia já mais vai ter uma cultura decente, já dizia Tim Maia, não se compara a juventude passada com a juventude de hoje a conhecida geração coca-cola, só tem merda na cabeça, também só escutam músicas sertanejas que não tem nada do nosso sertão, pagode música pura de maloqueiro, axé coisa de escravos um tal de aroxa criado na Bahia pra mim Estado que atualmente só pdoduz músicas pornô de baixissima qualidade e os BBB da vida que cria todo tipo de prostituição em todos os sentidos da música a putaria em geral um vwerdadeiro holocausto para humanidade. Pasme é dai pra pior.

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  2. É isso aí, Velho Taliba, o BBB global é um
    culto à imoralidade, um holocausto midiático
    contra a família. Essa merda e outras,
    como as novelinhas globais, só deveriam ir ao
    ar, se fossem, pela madrugada(das 00:30h as
    04:30h). Quanto as músicas(pura barulheira!)
    nem surdo suporta! A "vaca" tá indo pro brejo...

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