segunda-feira, 5 de abril de 2021

CHICO NUNES: AVENTURA EM BOM CONSELHO

 Texto de Aloisio Guimarães

Certo dia, o poeta palmeirense Chico Nunes viajou até a vizinha cidade pernambucana de Bom Conselho do Papacaça, cidade que ficou famosa por ser a terra natal do Pedro de Lara, já falecido, que se notabilizou como comediante e jurado de programas de televisão.
Naquele tempo, “Época dos Coronéis”, o Chefe Político da cidade era o Coronel José Abílio, caboclo brabo e temido por todos, considerado um “linha dura”.
Conhecedores da fama de “poeta desbocado” de Chico Nunes, os inimigos políticos do “Coroné Zé Abílio” viram, na poesia do Chico, uma boa oportunidade para o coronel ser esculhambado em praça pública.
Então, depois de várias doses de cachaças, os desafetos do "hómi" desafiaram o poeta alagoano a fazer seus improvisos, com o seguinte mote: ZÉ ABÍLIO NÃO PRESTA.
Chico Nunes, “velho de guerra”, para ganhar alguns trocados, prontamente aceitou a empreitada e depois de tomar mais uma “lapada de cana”, disparou:
É justo, certo e honrado
Na cidade de Bom Conselho
Representa um grande espelho
Nesta região do Estado
Por todos é estimado.
E gosta muito da festa
A ninguém se manifesta
E a todos só dá prazer
Quem está dizendo é você
Que Zé Abílio não presta.
E, para desespero dos inimigos do coronel, ele completou, “fechando o caixão”:
Ele é muito considerado
No sertão pernambucano,
É um sujeito muito humano
Por todos é estimado,
Protege o pobre coitado
Não lhe dá só do que resta,
De Bom Conselho a Floresta,
É corno, disinfeliz
Cabra safado quem diz
Que Zé Abílio não presta!

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