quinta-feira, 30 de maio de 2024

CHICO NUNES: AVENTURA EM BOM CONSELHO

Texto de Aloisio Guimarães

Certo dia, o poeta palmeirense Chico Nunes viajou até a vizinha cidade pernambucana de Bom Conselho do Papacaça, cidade que ficou famosa por ser a terra natal do Pedro de Lara, já falecido, que se notabilizou como comediante e jurado de programas de televisão.
Naquele tempo, “Época dos Coronéis”, o Chefe Político da cidade era o Coronel José Abílio, caboclo brabo e temido por todos, considerado um “linha dura”.
Conhecedores da fama de “poeta desbocado” de Chico Nunes, os inimigos políticos do “Coroné Zé Abílio” viram, na poesia do Chico, uma boa oportunidade para o coronel ser esculhambado em praça pública.
Então, depois de várias doses de cachaças, os desafetos do "hómi" desafiaram o poeta alagoano a fazer seus improvisos, com o seguinte mote: ZÉ ABÍLIO NÃO PRESTA.
Chico Nunes, “velho de guerra”, para ganhar alguns trocados, prontamente aceitou a empreitada e depois de tomar mais uma “lapada de cana”, disparou:
É justo, certo e honrado
Na cidade de Bom Conselho
Representa um grande espelho
Nesta região do Estado
Por todos é estimado.
E gosta muito da festa
A ninguém se manifesta
E a todos só dá prazer
Quem está dizendo é você
Que Zé Abílio não presta.
E, para desespero dos inimigos do coronel, ele completou, “fechando o caixão”:
Ele é muito considerado
No sertão pernambucano,
É um sujeito muito humano
Por todos é estimado,
Protege o pobre coitado
Não lhe dá só do que resta,
De Bom Conselho a Floresta,
É corno, disinfeliz
Cabra safado quem diz
Que Zé Abílio não presta!

terça-feira, 28 de maio de 2024

CHICO NUNES: VERSOS SATÂNICOS

Texto de Aloisio Guimarães

Certo dia, o time de futebol de Palmeira dos Índios, o glorioso CSE, foi jogar na vizinha cidade de Santana do Ipanema e levaram o Chico Nunes na delegação. Antigamente, os times de futebol eram formadas apenas por jogadores amadores e era muito comum que as equipes visitantes não recebessem dinheiro, jogando apenas pelo transporte e pela “boia” (almoço dos atletas). Nessa época, existia em Santana do Ipanema um restaurante muito famoso, de propriedade de José Petronilo, restaurante famoso devido a sua péssima comida e pela falta de higiene. Na hora de "tirar a barriga da miséria", Chico Nunes soube que tinha sido um dos escalados para almoçar no tal restaurante. Inconformado com o seu destino, Chico Nunes reclamou:

Prefiro entregá meu pé
Pra uma serpente mordê.
Com Cristo me malquerê
E acabá perdendo a fé.
Brigá com uma cascavé,
Me atracá com um crocodilo,
Bebê toda água do Rio Nilo,
Do boi só come o osso,
Mas não me fale em almoço
No hoté do Zé Petronilo.

Desde esse dia, mesmo que quisesse não almoçaria mais ali... Foi almoçar em outro lugar!

         
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Um belo dia, Chico Nunes foi com seus amigos a uma festa na casa de um cidadão de nome Zé Nicolau, que, conhecedor da má fama do nosso poeta, não ficou muito satisfeito com a sua presença, mas ficou calado, sem reclamar. Pois bem, durante a tal festa, o legítimo bacalhau norueguês - que naquela época era comercializado em fardos ou em barricas (tonel de madeira) - foi o prato principal servido aos presentes. Como o número de convidados e de "penetras" foi muito grande, o bacalhau acabou rapidamente e o Chico Nunes não conseguiu provar nenhum pedacinho da famosa iguaria norueguesa. Então, por gozação, os seus amigos lhe deram uma espinha do bacalhau como “tira-gosto”. Chico Nunes não deixou por menos e demonstrou toda a sua insatisfação por não ter comido o tão badalado peixe, declamando em voz alta:

Da espinha do bacalhau,
Mandei fazer uma vareta
Pra enfiá na boceta
Da mãe de Zé Nicolau.
Saí da minha cidade
Pra vir dançá nesse forno,
Onde a dona da casa é puta,
O dono da casa é corno
E a fia mais nova que tem
Já sabe fudê no torno.

Chico Nunes foi "convidado" a se retirar do recinto. Seus amigos lhe disseram que iriam tentar "limpar a barra" dele com o dono da casa, para ele voltar para a festa. Para demovê-los da ideia, Chico detonou:

Já entrei e já saí
Se eu entrá num saio mais,
Eu num sô couro de pica
Pra tá pra frente e pra trás.


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De tempos em tempos, alguma autoridade política resolve combater o Jogo do Bicho, a contravenção penal mais tolerada no Brasil. O governador Costa Rêgo foi um deles. Combateu e consegui acabar com o tal jogo, pelo menos temporariamente. Durante o tempo em que o jogo estava banido, o governador, de passagem por Palmeira dos Índios, pediu para conhecer Chico Nunes, uma vez que conhecia a fama do poeta e queria conhecê-lo pessoalmente. Mesmo ”puto da vida” com aquele que prejudicou o seu sustento, Chico foi à presença do governador e aproveitou a oportunidade para demonstrar a sua ira, “mandando ver”:

Existe um guvernadô
Que se chama Costa Rego
Que tomou o meu emprego
Porque o jogo acabou.
Isso me desmantelou
Pois o destino assim quis
A sorte me contradiz
Eu fiquei desmantelado,
Largue de ser desgraçado
Seu Costa Rego infeliz.

O governador “tirou por menos” e lhe deu mil réis (muito dinheiro na época).


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Uma das coisas que Chico Nunes mais detestava era de ladrão. Certa vez um gatuno de nome Zé de Nega, roubou uma sombrinha (guarda-chuva feminino) e foi preso pela polícia local. Nessa época, o carcereiro da delegacia era um sujeito chamado Zé Siqueira. Ao saber da prisão, Chico imediatamente, sapecou:

José de Nega, em Palmeira
Fez um papel desgraçado:
Passou a noite trancado
Na pensão do Zé Siqueira,
Recebeu tanta madeira
Que até rolou pelo chão.
Chamou, no auge da aflição,
Palmatória de madrinha...
Tudo por uma sombrinha,
José de Nega é ladrão.


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Certa vez Chico foi à cidade sergipana de Gerum de Itabaianinha, para um famoso embate de poetas e repentistas. É lógico que Chico foi o vencedor do torneio. A dona do hotel onde ele estava hospedado pediu para ele recitar alguns versos, pois queria ver se ele era bom mesmo. Provocado, Chico, mandou ver:

Só quero que o Criador 
No mundo jogue uma gripe 
Se eu voltar a Sergipe 
De onde agora me vou.
Prefiro ver o horror
Do mundo em peste daninha 
Com uma febre e uma morrinha 
Destruindo tudo que é lar  
A ter que um dia voltar
Em Gerum de Itabaianinha.
Mas se apesar disso tudo
Eu a vergonha perder 
E por aqui aparecer 
Quero que um jegue raçudo
Muito fogoso e taludo 
Sem piedade e receio 
Me pegue pra seus anseios 
Bem de eito pelos quartos
Me bote no chão de quatro
                                              Me atoche e me rasgue no meio.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

CHICO NUNES DAS ALAGOAS

Texto de Aloisio Guimarães

Francisco Nunes Brasil, o Chico Nunes, nasceu em Palmeira dos Índios em maio de 1904 e morreu em fevereiro de 1953. É considerado o maior poeta popular do Estado de Alagoas, tendo recebido a alcunha de “O Rouxinol da Palmeira”.
Seus versos desbocados são comparados aos de Bocage, famoso poeta da língua portuguesa, pelo estilo ferino e/ou imoral de sua poesia. Seus improvisos eram temidos por todos, tornando sua presença em qualquer evento motivo de inquietação para muita gente, tanto em Palmeira dos Índios como nas vizinhanças.
Boêmio inveterado, Chico viveu grande parte de sua vida no cabaré de Palmeira dos Índios, que era localizado no centro da cidade e que hoje, em sua homenagem, leva o nome de RUA CHICO NUNES.
A sua fama correu o Brasil, levando o grande ator, compositor, poeta e escritor Mário Lago, a escrever e publicar um livro sobre a vida do Chico, com o título "CHICO NUNES DAS ALAGOAS" - fonte obrigatória de pesquisa sobre a vida do nosso poeta.
Antigamente, como é ainda hoje em algumas cidades nordestinas, era comum o embate entre os poetas, violeiros e emboladores (poetas que cantam seus versos ao som de pandeiro). Tal fato deu origem a mais bela página da vida do Chico, quando, sabedor da fama dele, o poeta Pedro Basílio, também famoso, o desafiou em praça pública para um duelo, cujo mote era “Eu sou melhor do que tu”.
Como não era homem de fugir da raia, prontamente Chico aceitou o desafio, cabendo ao Pedro Basílio o início da contenda. Este, num alto-elogio, recitou:
Sô rico, sô potentado,
Sô um poeta do direito,
Sô um homem de respeito.
Sempre fui considerado
Como um cantador honrado,
Desde o norte inté o sú,
Inté o Barão de Traipú
Me daria confiança;
Vivo cheiro de esperança
Eu sô mio do que tu.
Ao ouvir tais versos, Chico lambeu os beiços e, numa falsa humildade, declamou:
Sô ladrão de mandioca, 
Sô a lama de um barreiro, 
Sô do tipo cachaceiro, 
Sô imbuiá, Sô minhoca,
Sô como sapo na toca,
Sô um sapo cururu,
Sô puleiro de urubu,
Sô um chocalho sem badalo,
Sô um ladrão de cavalo,
Eu sô mio do que tu”
Escutado a plateia aplaudir intensamente, Chico emendou:
Sô um tipo sem futuro,
Desses que não vale nada, 
Sô igual a uma levada
Como bagaço de munturo,
Sô um recanto de muro
Onde só tem cururu,  
Só igual a um tatu   
Dentro do buraco fundo,   
Sô a desgraça do mundo,   
Eu sô mio do que tu
E, para ganhar a contenda, Chico Nunes finalizou:
Já perdi a cirimônia,   
Eu ando cambaliando,  
Andam até me chamando   
De fumadô de maconha,  
Ajuntei-me com uma sem vergonha
Levei ponta pra chuchu,
Fui corno em Caruaru ,  
Viado no Maribondo,  
Mas mesmo dando o redondo,  
Eu sô mió do que tu!
A galera foi ao delírio!

segunda-feira, 20 de maio de 2024

DATA VÊNIA

 Texto de Aloisio Guimarães

Procurando preencher as minhas noites livres, mesmo depois de "velho", resolvi estudar Direito. Apesar de ter feito o curso apenas por curiosidade, tenho o orgulho de afirmar que nos cinco anos que estudei, faltei às aulas apenas uma vez e estive entre os três melhores alunos da minha turma. Atualmente, muito dos meus ex-colegas de faculdade são Delegados de Polícia, Advogados (bem-sucedidos) e Juízes.

O causo de hoje não poderia ser outro a não ser sobre o meu tempo de aluno na Faculdade de Direito de Maceió (FADIMA) do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC).

Ano de 1990, Prova final de Direito Processual Civil

O Bernardino era o colega que sentava à minha frente. Ele era um desses filhinhos de papai, endinheirado, que estudava somente para receber o “canudo”, satisfazendo a vaidade paterna.

Pois bem, perto do final da prova ele me pergunta, bem baixinho:

- Aloisio, qual é a resposta da terceira questão?

Em atenção ao pedido de ajuda, mesmo contrariado, dei a dica:

- Faça sua defesa alegando que o Juiz é Incompetente...

Ao ouvir minha sugestão, Bernardino, quase gritou:

- Você tá doido, é? Pensa que sou besta e que vou me lascar, chamando um Juiz de incompetente? Ora, porra!

Então respondi para ele:

- Tudo bem, desculpa...

Quando saiu o resultado da prova: Aloisio, 10.0 (aprovado); Bernardino, 3.0 (reprovado).

Para quem não estudou Direito, juridicamente falando, a “Incompetência” e o “Saber jurídico” são coisas completamente diferentes:

A “Competência" é a legitimidade que a lei concede a um funcionário público, juiz ou tribunal, para decidir sobre determinadas questões”. Quem não possuir esta legitimidade legal é chamado de “incompetente” e as suas decisões são passíveis de nulidade. Um juiz de qualquer comarca, por mais inteligente que seja e mais conhecimento jurídico que tenha, é “incompetente” (não tem “autorização legal”) para julgar, por exemplo, um crime cometido pelo Presidente da República.

Hoje, Bernardino é um advogado conceituado...

quarta-feira, 15 de maio de 2024

PORTO ALEGRE ALERTA

Texto de Luiz Ferreira da Silva

PORTO ALEGRE ALERTA

MACEIÓ, O PARAISO DAS ÁGUAS


Maceió é marcada pela presença de diversos rios, lagoas e lagos que contribuem para a paisagem natural da região. Neste contexto hidrográfico, sobressai o Rio Mundaú que desagua na lagoa do mesmo nome, formando paisagens cênicas ecológicas. A foto mostra a cidade ao fundo vendo o mar abraçar a lagoa, sentindo a necessidade de se “enturmar” com vista à própria sobrevivência.

Trata-se, pois, de uma Cidade privilegiada por sua hidrografia, cujos “nichos” contribuem para a sua beleza natural, além de desempenharem um papel importante na preservação do meio ambiente e no fornecimento de espaços de lazer para os habitantes e visitantes da região.

Três cenários ambientas se destacam no seu entorno:

1.  A mata atlântica erguida sobre os solos de tabuleiros que distava a uns 3 km em linha reta da planície de inundação construída pelo mar;

2.  O mar com seus arrecifes formando praias calmas e caracterizado pela cor de suas águas; e

3. O complexo lagunar, interagido nesse contexto ambiental, de ictiologia rica, sobressaindo o famoso sururu, molusco bivalve, alimento e provedor de rendas dos pobres da sua margem.

*. Pois bem, o que o Homem vem fazendo nesses últimos 50 anos? A expansão urbana destruiu a mata no primeiro patamar e, mais ao fundo, a cana-de-açúcar destruiu grande parte, não respeitando as áreas ribeirinhas e nem a topografia declivosa. Espécies de plantas e de animais extintos, num atentado à mãe Natureza.

*. Por outro lado, falta de esgoto sanitário e a ação do Homem sem educação ambiental, descartando o lixo onde bem lhe aprouver, têm maculado a natureza marinha, poluindo as praias, antes encantadoras. E não esquecer a especulação imobiliária. Um exemplo, a bela praia da Ponta Verde. A ganância imobiliária tomou parte da praia, reduzindo a pista de rolamento com a edificação de prédios a uma distância mínima do mar.  Essa primeira faixa urbana começaria mais adiante, na atual segunda quadra. Assim, a planície arenosa seria alargada e o mar continuaria seu trabalho constante de levar e trazer, de subir e descer, num processo normal ecológico. Ao invés da atual avenida litorânea, estreita e já com tráfego complicado, seria bem espaçosa, com duas pistas de cada lado e um canteiro central arborizado com espécies das restingas. Uma beleza cênica sem igual.

Como o mar resgata tudo aquilo que lhe pertence, não por mandado judicial, mas por decisão da Mãe Natureza, de vez em quando avança e o Homem tenta conter sua força erosiva com imensos blocos de cimentos. Até quando e a que custo?

*. E nesta inconsequência ecossistêmica, as lagoas não escaparam. Uma das paisagens mais bonitas do Nordeste é o complexo lagunar de Alagoas, sobretudo da Capital, Maceió, de influência marinha, não só pela beleza cênica, como pela riqueza e diversidade biológica. Os problemas das lagoas se resumem no assoreamento e na descarga de dejetos (urbanos e industriais), que são efeitos, cujas causas são o desmatamento dos divisores de água contíguos ao espelho d'água, a eliminação da vegetação ciliar e das vertentes dos grandes rios, acarretando modificações no perfil de equilíbrio do manancial hídrico, com diversas consequências ambientais (físicas e biológicas) e poluição advinda do lixo, dos esgotos e dos resíduos industriais.

Então, prezado leitor, Maceió se assenta ao nível do mar conectado com as lagoas, onde desenvolveram os bairros de elevado grau social, econômico e cultural – Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Mangabeiras – em terrenos antigos das restingas, com lençol freático a poucos metros da superfície.

Essa configuração “eco-geográfica”, a torna vulnerável às alterações do complexo hidrológico, discriminado anteriormente, que, à medida que o Homem agride à Natureza, pode provocar uma catástrofe, pois ela não perdoa àqueles que não respeitam as suas leis.

E, como sabemos, o” bicho-homem” é o único animal capaz de destruir a sua própria espécie, mercê da ganância imediatista e da sua insensibilidade aos apelos da Mãe Natureza.

É importante um lembrete mais, sobretudo às grandes metrópoles, a exemplo de São Paulo. Imagine, por hipótese, ruas contínuas asfaltadas cobrindo uma área de 10.000 km quadrados, sobre a qual cai uma chuva de 100 mm. Ou seja, 1 bilhão de litros que deveriam alimentar os canais hídricos subterrâneos e recarregar os rios, mas seguem um outro caminho, o da destruição. Não haverá “bocas de lobo” e nem piscinões que deem jeito.

E esse outro, presentemente, que continua batendo em nossa cara maceioense, que merece letras maiúsculas:

O MAU EXEMPLO DA “BRASKEM”, UM CRIME ECOLÓGICO SEM PRECEDENTES NO MUNDO, FRUTO DA GANÂNCIA NA EXPLORAÇÃO DESCOMEDIDA DE UM BEM DA NATUREZA, TANTAS VEZES DENUNCIADA PELO DR. ABEL GALINDO, PROFISSIONAL DE RENOME, INCLUINDO A ANUÊNCIA DE ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS, CUJOS DANOS IRREPARÁVEIS AINDA NÃO FORAM REGISTRADOS NA MAGNITUDE DOS PREJUÍZOS FÍSICOS E DA ALMA HUMANA DE MILHARES DE ALAGOANOS.

Retornando à questão central, cabem aos governantes alagoanos uma análise ampla; e já, estabelecendo um programa de cunho sustentável para a Cidade de Maceió (Maceió, AL, 13 de maio de 2.024).

Luiz Ferreira da Silva, 87

Engenheiro Agrônomo e Escritor, Pesquisador aposentado da CEPLAC

luizferreira1937@gmail.com

domingo, 12 de maio de 2024

O FILHINHO DA MAMÃE

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Quatro mães, muito católicas, estão tomando um chá. A primeira mãe, querendo impressionar as outras mães diz:

- Meu filho é padre. Quando ele entra em qualquer lugar todos se levantam e dizem: "Boa tarde, Padre!"

A segunda mãe não fica para trás e comenta:

- Pois meu filho é bispo. Quando ele entra em uma sala, com aquela roupa, todos param o que estão fazendo e dizem: "Sua bênção, Bispo!"

A terceira mãe, calmamente, acrescenta:

- Pois o meu é cardeal. Quando entra em uma sala todos se levantam, beijam o seu anel e dizem: "Sua bênção, Eminência!"

A quarta mãe permanece quieta...

Então, a mãe do cardeal, só para provocar, pergunta:

- E o seu filho, não é religioso?

A quarta mãe responde:

- Meu filho tem 1,90 m, é bronzeado, com olhos verdes, pratica musculação e trabalha como stripper. Quando entra numa sala, todo mundo olha e diz: “MEEEUUUUU DEEEEUUUUUSSS”!!!

FELIZ DIA DAS MÃES, MENINAS!

 Texto de Aloisio Guimarães

 

 

terça-feira, 7 de maio de 2024

SANDUBAS

 POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Anos atrás, aquilo que era uma estratégia de marketing para o proprietário de uma lanchonete na histórica cidade de Penedo, interior de Alagoas, às margens do Rio São Francisco, para o Comandante da Polícia Militar na cidade era uma ofensa à sua Corporação: batizar os sanduíches da casa com as patentes da Polícia Militar.
Afinal, entendeu o militar, não ficaria bem alguém chegar à lanchonete e pedir:
- Quero um "Coronel mal passado"...
Ou sair de lá dizendo:
- Acabei de comer um Sargento!
A lanchonete oferecia alguns lanches com o nome de  "Comandante" (um prato com calabresa frita), "Coronel" (filé com presunto) e assim por diante. O prato mais caro, lógico, era o "Comandante".
A brincadeira foi demais para o parco humor dos militares, que dizem que os nomes dos pratos provocavam chacotas e insinuações contra os policiais entre os moradores da cidade de 60 mil habitantes. O comerciante foi preso e os cardápios da lanchonete foram recolhidos para avaliação. Na delegacia, foi lavrado Boletim de Ocorrência e, face ao tumulto havido, a casa comercial fechou durante algumas horas. Como o delegado de plantão entendeu que não havia motivo para prisão, o comerciante foi liberado horas mais tarde.
O dono da lanchonete, disse que não teve nem tinha nenhuma intenção de brincar ou ofender a Corporação.
- O cardápio - garantiu o dono da lanchonete - pretendia ser uma homenagem à hierarquia militar.
Ele contratou um advogado para entrar com uma denúncia, por abuso de autoridade, contra o comandante local da PM e uma ação reparatória, por dano moral, contra o Estado de Alagoas. Nela, ele salienta que não existe nenhum texto legal que impeça um restaurante de incluir, no seu cardápio, "Lula à milanesa", "File à cavalo" ou "Coronel mal passado", etc.
O advogado pediu habeas corpus preventivo para evitar outra detenção de seu cliente. A peça sustenta que se o argumento do Comandante fosse válido, nenhuma festa de criança poderia ter "Brigadeiro". Como se sabe, "Brigadeiro", além de ser a mais alta patente da Aeronáutica, é também o nome do docinho obrigatório em aniversário de crianças.
- Aqui, comer Brigadeiro, pode; comer Coronel, não pode? - ironizam os advogados da cidade.