sábado, 28 de setembro de 2013

UMA GUERRA CIVIL

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

Essa semana foi divulgada uma pesquisa, a qual reafirma que a absoluta maioria dos delinquentes encarcerados são jovens entre 18 e 24 anos de idade. E, olhem, essa pesquisa não se reporta aos ainda menores abaixo de dessa faixa etária - eles estão em quase todos os casos de violência.
Aqui, em nossa capital, os assaltos, “saidinhas de bancos”, sequestros e arrastões, são diários e inúmeros; a rotatividade e diversidade das ações chega a ser impressionante - consultórios médicos, mercadinhos, farmácias, transportes coletivos, residências, restaurantes, pizzarias, proximidade de escolas particulares, ou seja, em todos os lugares onde estiverem pessoas indefesas de posse de algum bem de razoável valor material; num “piscar de olhos”, os marginais surgem armados, com armas de fogo, e levam tudo; se alguém reagir ou se desconfiarem que as vítimas estão armadas, eles atiram e matam sem qualquer piedade ou remorsos; nos últimos meses, vários policiais foram assassinados, e, a maioria, sequer, teve a oportunidade de reagir às agressões. O mais contundente de toda essa barbárie social, é que as pessoas parecem estar, perigosamente, acomodadas e adaptadas à cruel situação! Hoje, as pessoas ao saírem de casa, já deixam separadas quantias para que os meliantes levem e não se enfureçam ao não encontrarem o que roubar! Já ouvi depoimentos de jovens que foram agredidas verbal e fisicamente pelos marginais, por não portarem objetos de bom valor comercial! Um absurdo e um acinte à uma sociedade, dita, com liberdade.
Essa semana, vi e ouvi na mídia, um pequeno protesto de alguns estudantes de uma faculdade situada no histórico bairro de Jaraguá. Após as reivindicações, a polícia militar apareceu e prometeu rondas mais ostensivas naquele bairro e em outros dois das áreas mais nobres de Maceió - Jatiúca e Ponta Verde. Com certeza, eles irão migrar para outros locais onde a polícia, certamente, não estará. Logo, apesar de necessária, a providência policial, sem dúvidas, não resolverá o grave problema, apenas, falo-á mudar de local, até os ânimos se acalmarem.
Não adianta, nesse momento emergencial, políticos de plantão ou autoridades movidas à hipocrisia, dizerem: “Ah! O problema é a falta de educação”! Mas, isso todos já sabem! Afinal, estamos nesse caos social, porque, os viciados na corrupção sem punição, movidos pela ganância monetária, há cerca de 30 anos, acabaram com a educação pública básica, expulsaram o homem do campo e permitiram e incentivaram a reprodução desmedida e irracional dos seres humanos mais pobres, hoje, involuntariamente, aglomerados, em favelas inabitáveis até para animais irracionais. Depois de geradas as imensas proles, eles são enganados com falsos “programas sociais”, que os autores têm consciência de servir apenas para multiplicar a miséria e a violência. São esses jovens, salvo, raras exceções, que hoje, abandonados e sem quaisquer capacidades de compreensão do certo ou do errado, usam as armas de fogo, como “ferramentas de trabalho”.
Nesse momento, a desgraça já está consumada, e, medidas paliativas, à exemplo de escolas de fachada e policiamentos pontuais, não irão resolver! A educação seria - infelizmente, esse é o tempo do verbo - a solução, num longo prazo - 15 a 20 anos - se transformada, com seriedade, e encampada pelo Governo Federal.
No momento, estamos numa, “guerra civil”, desigual, onde as trincheiras dos delinquentes são, infinitamente, superiores às do estado. Além de todas as desvantagens dos organismos de segurança, o “exército” dos criminosos conta com o poderoso reforço dos, ainda, considerados, menores de 18 anos.   Desesperada com a derrota iminente, a população está começando a reagir com brutais linchamentos de criminosos que, por ventura, ainda, não atacam as suas vítimas com armas de fogo.
Mas, o que fazer para cessar essa “guerra civil”? Primeiro que tudo, uma operação de guerra, com a efetiva participação do exército nacional, visando o desarmamento dos delinquentes; esse trabalho teria que ser, severamente, coercitivo e não, voluntário, como estão fazendo atualmente. Depois, mudar a lei que rege os menores de idade, e, construir, em regime de urgência, urgentíssima, presídios federais e reformatórios juvenis, longe dos centros urbanos, para abrigar com decência e tentar recuperá-los durante as penas rigorosas, aplicadas por uma justiça justa e célere.

Um comentário:

  1. É isso mesmo Prz.Prof. R.Mário, a guerra civil à brasileira
    em que estamos metidos e submetidos não será contornada
    à base de diversas modalidades de bolsa-voto-vagabundagem.
    Essa assustadora 'guerra civil' só será combatida e vencida com duas frentes de lutas: 1. na base com escolas e educação de fato, 2. no topo sem a impunidade reinante e com: "Primeiro que tudo, uma operação de guerra, com a efetiva participação do exército nacional, visando o desarmamento dos delinquentes; esse trabalho teria que ser, severamente, coercitivo e não, voluntário, como estão fazendo atualmente.(Prof. R.M.)"

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