POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
• “Custas” só é usado na linguagem jurídica, para designar despesas feitas no processo. Portanto, devemos dizer, no singular: O filho vive à custa do pai.
• O certo é "a meu ver" e não “ao meu ver”.
• Não existe a expressão "à medida em que". Ou se usa “à medida que” correspondente a “à proporção que”, ou se usa “na medida em que” equivalente “a tendo em vista que”.
• "A princípio" significa inicialmente, “antes de mais nada". Exemplo: A princípio, gostaria de dizer que estou bem.
• "Em princípio" quer dizer "em tese". Exemplo: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.
• "À-toa", (com hífen), é um adjetivo e significa "inútil", "desprezível". Exemplo: Esse rapaz é um sujeito à-toa.
• "À toa", (sem hífen), é uma locução adverbial e quer dizer "a esmo", "inutilmente". Exemplo: Andava à toa na vida.
• Com a conjunção “se”, deve-se utilizar “acaso”, e nunca “caso”. O certo: Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe... Mas podemos dizer: Caso o veja por aí...
• “Acerca de” quer dizer “a respeito de”. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático.
• “Há cerca de” é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz: Há cerca de um mês que não a vejo.
• Não esqueça: “Alface” é substantivo feminino: A Alface está bem verdinha.
• Além pede sempre o hífen: “além-mar”, “'além-fronteiras”, etc.
• “Algures” é um advérbio de lugar e quer dizer “em algum lugar”; já “alhures” significa “em outro lugar”.
• Mantenha sempre fechado o timbre do “o” na pronúncia do plural das seguintes palavras: “almoços”, “bolsos”, “'estojos”, “esposos”, “sogros”, “polvos”, etc.
• O certo é “alto-falante”, e não “auto-falante”.
• O certo é “alugam-se casas”, e não “aluga-se casas”. Mas devemos dizer “precisa-se de empregados”, “trata-se de problemas”. Observe a presença da preposição “de” após o verbo. É a dica pra não errar.
• Depois de um ditongo, geralmente, deve ser empregado a letra “x”. Por exemplo: “afrouxar”, “encaixe”, “feixe”, “baixa”, “faixa”, “frouxo”, “rouxinol”, “trouxa”, “peixe”, etc.
• “Ancião” tem três plurais: “anciãos”, “anciães”, “anciões”.
• “Cidadão” só tem um plural: “cidadãos”.
• Só use ao “invés de” para significar “ao contrário de”, ou seja, “com ideia de oposição”. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu.
• “Em vez de” quer dizer “em lugar de”. Não tem necessariamente a ideia de oposição. Veja: “Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas” (Estudar não é antônimo de brincar).
• Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois “s”. Escreva sempre com o s dobrado.
• Não existe preço barato ou preço caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.
• Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão “bem vindo” (sem hífen) e até “benvindo”. As duas estão erradas. Deve-se escrever “bem-vindo”, sempre com hífen.
• Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc. O nome fica sempre coladinho: O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962.
• Veja bem: uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias. A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses. Percebeu a diferença?
• Hoje, tanto se diz “boêmia” como “boemia”. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonicidade no “mia’.
• Cuidado: “Eu caibo” dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.
• Preste atenção: O senador Luiz Estêvão foi cassado. Mas o leão foi caçado e nunca foi achado. Portanto, “cassar” (com dois “s”) quer dizer tornar nulo, sem efeito.
• Existem palavras que só devem ser empregadas no plural: “os óculos”, “as núpcias”, “as olheiras”, “os parabéns”, “os pêsames”, “as primícias”, “os víveres”, “os afazeres”, “os anais”, “os arredores”, “os escombros”, “as hemorroidas”, “as fezes”, etc.
• Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de “caráter” é “caracteres”. Então: Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.
• “Cartão de crédito” e “Cartão de visita” não pedem hífen. Já “Cartão-postal” exige o tracinho.
• “Catequese” se escreve com “s”, mas “catequizar” é com “z”. Esse português...
• O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc.
• “Censo” é de recenseamento; “senso” refere-se a juízo: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.
• Você não bebe a champanhe; bebe o champanhe. É, portanto, palavra masculina.
• “Cincoenta” não existe. Escreva sempre “cinquenta”.
• Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao “i”, como de fosse “gratuíto”; todavia, a pronúncia correta é “gratuito”, da mesma forma que pronunciamos “intuito”, “circuito”, “fortuito”, etc.
• E ainda tem gente que teima em dizer “rubrica”, em vez de rubrica, com a sílaba “bri” mais forte que as outras. Escreva e diga sempre “rubrica”.
• Ninguém diz “eu coloro esse desenho”. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo “abolir”. Ninguém é doido de dizer “eu abulo”. Para dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito.
• Outro verbo danado é “computar”. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: “eu computo”, “tu computas”, “ele computa”. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam no plural: “computamos”, “computais”, “computam”.
• Outra vez atenção: os verbos terminados em “-uar” fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em “-e” e não em “-i”. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava.
• A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em “-uir” devem ser escritos naqueles tempos com “-i”, e não “-e”. Veja: Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso.
• “Coser” significa “costurar”. “Cozer” significa “cozinhar”.
• O correto é dizer “deputado por São Paulo”, “senador por Pernambuco”, e não “deputado de São Paulo” e “senador de Pernambuco”.
• “Descriminar” é absolver de crime, inocentar. “Discriminar” é distinguir, separar. Então: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres.
• “Dia a dia” (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia após dia. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que “dia-a-dia” (com hífen) é um substantivo que significa “cotidiano” e admite o artigo: O dia-a-dia dessa gente rica deve ser um tédio.
• A pronúncia certa é “disenteria”, e não “desinteria”.
• A palavra “dó” (pena) é masculina. Portanto: Sentimos muito dó daquela moça.
• Nas expressões “é muito”, “é pouco”, “é suficiente”, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Exemplo: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente.
• Há duas formas de dizer: “é proibido entrada” e “é proibida a entrada”. Observe a presença do artigo “a” na segunda locução.
• Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: “televisão em cores”, e não a cores.
• Cuidado: “emergir” é vir à tona, vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lago. Mas “imergir" é o contrário: é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar.
• A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: “enfarte”, “enfarto”, “infarto”.
• Outra dúvida: nunca devemos dizer “estadia” em lugar de “estada”. Portanto: A minha estada em São Paulo durou dois dias. A estadia do navio em Santos só demorou um dia. Portanto, “estada” para permanência de pessoas, e “estadia” para navios ou veículos.
• E não esqueça: “exceção” é com “ç”, mas “excesso” é com dois “ss”.
• Lembra-se dos verbos defectivos. Lá vai mais um: “falir”. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: “nós falimos”, “vós falis”. Já pensou em conjugá-lo assim: “eu falo”, “tu fales”... Horrível, não?
• Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase: “frente a frente”, “cara a cara”, “gota a gota”, “face a face”, etc.
• Outra vez tome muito cuidado: quando for ao supermercado, peça “duzentos ou trezentos gramas de presunto”, e não “duzentas ou trezentas”. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: Não pise na grama; a grama está bem crescida.
• É frequente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: “Há muitos anos atrás...” Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, “há” já dá ideia de passado. Ou se diz simplesmente “há muito anos...” ou “muitos anos atrás...”. Escolha, mas não junte o “há” com “atrás”.
• Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em “-n” recebem acento gráfico, mas as palavras terminadas em “-ns” não recebem: “hífen”, “hifens”; “pólen”, “polens”.
• Atenção: “Ele interveio” na discórdia, e não “interviu”. Afinal, o verbo é “intervir”, derivado de “vir”.
• “Item” não leva acento. Nem o seu plural itens.
• O certo é “a libido”, feminino. Devo dizer: “Minha libido” hoje não tá legal.
• Todo mundo gosta de dizer “magérrima”, “magríssima”, mas o superlativo de magro é “macérrimo”.
• Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior. Portanto, devemos dizer: “Os alunos mais bem preparados são os do 2º grau.”. E nunca: “Os alunos melhor preparados..”.
• Essa história de “mal com l”, e “mau com u”, até já cansou: É só decorar: “Mal” é antônimo de “bem”, e “mau” é antônimo de “bom”. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.
• Pronuncie “máximo”, como se houvesse dois “sãs” no lugar do “x” (mássimo).
• Toda vez que disser “É meio-dia e meio você estará errando”. O certo é “Meio-dia e meia”, ou seja, meio-dia e meia hora.
• Não tenho “nada a ver” com isso, e “não haver” com isso.
• “Nem um nem outro” leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu.
• Toda vez que usar o verbo “gostar” tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição “de”. Exemplo: A coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é minha mãe.
• Fique atento: nunca diga, nem escreva “1 de abril”, “1 de maio”... Mas sempre: “primeiro de abril”, “primeiro de maio”... Prevalece o ordinal.
• É chato, pedante ou parece ser errado dizer “Quando eu vir Maria, darei o recado a ela.”. Mas esse é o emprego correto do verbo “ver” no futuro do subjuntivo. Mas quando é o verbo “vir” que está na jogada, a coisa muda: “Quando eu vier”, “Se eu vier.”.
• Só use “quantia” para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar “quantidade”. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista.
• O prefixo “recém” sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: Recém-chegado de Londres.
• Não esqueça: “retificar” é “corrigir”, e “ratificar” é “comprovar, reafirmar”: Eu ratifico o que disse e retifico meus erros.
• Quando disser “ruim”, diga como se a sílaba mais forte fosse “-im”. Não tem cabimento outra pronúncia.
• Fique atento: só empregamos “São” antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João, São Tomé, etc. Se o nome começa por “vogal ou h”, empregamos “Santo”: Santo Antônio, Santo Henrique, etc.
• E lembre-se: “seção”, com “ç”, quer dizer “parte de um todo, departamento”: A seção eleitoral, A seção de esportes... Já “‘sessão”, com dois “ss”, significa “intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembleia, um acontecimento qualquer”: A sessão do cinema demorou muito tempo.
• Não confunda: “senão”, (juntinho), quer dizer “caso contrário" e “se não” (separado), equivale a "se por acaso não". Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?
• Tire esta dúvida: quando “só” é adjetivo, equivale a “sozinho” e varia em número, ou seja, pode ir para o plural. Mas “só” como advérbio, quer dizer “somente”. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os trará de volta.
• É comum vermos no rádio e na tv o entrevistado dizer: O que nos falta são “subzídios”. Quer dizer, fala com a pronúncia do “z”, mas não é; pronuncia-se “'ss”. Portanto, escreva “subsídio” e pronuncie “subsídio”.
• “Taxar” quer dizer “tributar, fixar preço”. “Tachar” é “'atribuir defeito, acusar”.
• E nunca diga: “Eu torço para o Flamengo”. Quem torce de verdade, “torce pelo Flamengo”.
• Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.
• “Um dos que” deixa dúvidas, mas, pela norma culta, devemos pluralizar. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio.
• “Veado” se escreve com “e”, e não com “i”.
• Esse português da gente tem cada uma: tem “viagem” com “g” e “viajem” com “j”. Tire a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo.
• O prefixo “vice” sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.
• Geralmente, se usa o “x” depois da sílaba inicial em: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc. Mas cuidado com as exceções: “encher” e seus derivados: enchimento, enchente, enchido, preencher, etc. E quando “-em” se junta a um radical “-in”.
Olá, Professor Aloisio!
ResponderExcluirParabéns pelos assuntos diversos e ricos de informações ÚTEIS!!!!
Abraços da amiga,