Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR
PROFESSOR E ADMINISTRADOR
A cada dia que nós
acessamos algum meio de comunicação, tomamos conhecimento de um novo caso de
corrupção ativo e passivo. Infelizmente, esses absurdos já não nos impactam
mais! A banalização dos fatos e a falta de punição dos culpados são os motivos
do desprezo popular por coisas tão sérias e que a população, mormente os
corruptos passivos, ainda não compreenderam serem as gêneses principais da
nossa desgraça social e econômica. “Ele rouba, mas faz”! “Se eu tivesse lá
faria a mesma coisa”! São algumas frases bastantes repetidas pelos corruptos
passivos e pretensos corruptos ativos. Uma coisa é indiscutível: o sujeito só
se corrompe, salvo tenha alguma anomalia psíquica, se tiver a certeza da
impunidade. É importante que não entendamos a corrupção, apenas, no âmbito político
estatal. Por exemplo, uma nota ou presença graciosa dada a um aluno, também é
um ato de corrupção ativo e passivo, e bastante grave.
Todos os setores que
compõem a nossa gloriosa república já se lambuzaram nesse mar de lamas que
forma esse asqueroso oceano de podridão. O último caso noticiado, pelo menos,
até a conclusão desse texto, foi a prisão de dois advogados, através da Polícia
Federal, acusados de um suposto suborno para a facilitação de um habeas corpus
que beneficiaria os assassinos intelectuais de um colega advogado. Pasmem! É
importante esclarecermos para os leigos no assunto, que, advogado nenhum tem o
poder de soltar qualquer réu. A sua função, restrita, é de construir um
argumento objetivo que convença o magistrado a libertar o seu cliente.
Entendido isso, e baseado nas notícias divulgadas, esse processo de corrupção
ativo e passivo é bem mais sério e preocupante, pois, envolveria, também, gente
graúda do nosso judiciário.
Antes desse nosso
caso particular, e posterior ao maior dos escândalos da nossa República - o
caso da PETROBRAS – tivemos o da Receita Federal - nossa feroz caçadora de
receitas. Esse novo escândalo foi investigado pela Polícia Federal que o
batizou de “Zelotes” - nome bíblico usado para ironizar o termo zelo. Essa
operação que desvirginou, talvez, a instituição ainda incólume nesse mar de
corrupção, identificou lavagem de dinheiro, tráfico de influência, associação
criminosa e etc. Todas essas patifarias de “colarinho branco” foram praticadas
no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Esse tal Carf, é o
responsável pelo julgamento dos recursos das pessoas físicas e jurídicas
impetrados junto à Receita Federal. A Polícia Federal estima que houve desvios
de cerca de 19 bilhões em apenas 70 processos investigados. Pasmem, novamente!
O caso da PETROBRAS,
provavelmente, a maior de todas as patifarias nacionais, roubou dos cofres da
grande empresa estatal, mais de 10 bilhões de reais. Pasmem, mais uma vez! A
sujeira envolveu dirigentes da empresa, componentes de partidos políticos de
todas as ideologias, empreiteiras e etc. muita gente dita importante se
lambuzou. Alguns, já bastantes sujos, diga-se de passagem.
Se fossemos elencar
aqui todos os processos abertos pela nossa Policia Federal, apenas nas nossas
prefeituras municipais, teríamos que fazê-lo em um espesso livro. Pasmem,
de novo!
Todas essas impunes
patifarias têm transformado o nosso país num terrível caos social e econômico.
A redução do crescimento econômico, o aumento do desemprego, aumento do déficit
na balança comercial, perda de arrecadação de impostos e aumento da inflação
são desastres econômicos que não devemos desatrela-los da corrupção. É
importante ressaltarmos que todas essas irregularidades não são obras
exclusivas do governo atual; esse “câncer” que, devido à inércia dos seus
combatentes, já corroeu todos os órgãos do organismo estatal, e é bastante
antigo. Porém, devemos compreender que os maiores escândalos de corrupção da
nossa República surgiram nos últimos dez anos de governo e as consequências
estão sendo sentidas agora. Os aumentos sucessivos nas contas de energia,
absurdos aumentos nos preços dos combustíveis, falta de correção na tabela do
Imposto de Renda, cortes de programas importantes nas Universidades públicas,
farra de diplomas nas faculdades particulares e etc. São frutos do antro de
corrupção em que se transformou a nação brasileira.
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