Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS
Já estamos vivenciando
mais um desastroso período eleitoral. É o tempo em que se consolida a desgraça
nacional. Nessa época que antecede as eleições, acontece de tudo que se possa
imaginar! Inimigos mortais de outrora se reconciliando, provisoriamente; pobres
malcheirosos sendo abraçados e beijados por seus algozes; podridões de uns,
sendo desenterradas por outros, oponentes de ocasião; promessas vãs sendo
balbuciadas da boca para fora; educadores voltando a ser reconhecidos como as
pessoas mais valorosas do mundo; barnabés da saúde pública voltando a ser heróis
salvadores de vidas, e blá blá blá.
Todas essas mentiras
são financiadas pelos impostos pagos pelos pobres trabalhadores, via fundo
partidário. Esse ano o TSE já autorizou a distribuição de quase 900 milhões que
serão rateados com os inúmeros partidos políticos. Pasmem!
Essa pomposa festa que
chamam de “evento democrático”, é, na
verdade, um espetáculo tragicômico, com a ativa participação de eleitores,
involuntariamente, irracionais, e, candidatos despreparados, atraídos apenas
pelas fortunas emanadas do poder. Essa semana, assisti a uma enquete numa
emissora de televisão local, na qual o repórter perguntava às pessoas nas ruas,
qual a função de um senador? Nenhuma delas soube responder a trivial pergunta!
Pasmem, mais uma vez! Se fizerem essa mesma pergunta à maioria dos candidatos,
com certeza, também responderão da mesma forma! Entendo, que numa verdadeira
democracia, isenta de hipocrisias, essas pessoas, antes de serem jogadas dentro
desse mesquinho processo, deveriam ser obrigadas a conhecer todos os detalhes
das funções que serão desempenhadas pelos futuros mandatários, diretos, e,
indiretos da Nação. Os nossos pobres eleitores, e, os nossos eleitores pobres,
a grande maioria nesse processo, sequer, sabem o que significa corrupção, e,
muito menos, os males advindos dessa palavra tão asquerosa. Eles nem imaginam
que estão vivendo às custas de esmolas, porque os seus supostos benfeitores os
tronaram e os mantem, miseráveis! Daí, repetirem cotidianamente: “ele rouba, mas, faz”; “ele é ladrão, mas, eu gosto dele”; “ele roubou, mas me ajudou”; “se eu tivesse lá, faria a mesma coisa”;
“vou votar nele mesmo! Pelo menos, ele
ajuda os pobres”! E assim sucessivamente.
Por outro lado, ouço,
constantemente, com perplexidade, pessoas bem-intencionadas, nas diversas
mídias, recomendando que não votem em candidatos fichas-sujas, desconhecendo
que a absoluta maioria do nosso eleitorado é formada por pessoas, involuntariamente,
ignorantes e subalternas.
A erradicação, não do
simples analfabetismo, mas, da ignorância e dependência econômica, seria uma
importante decisão inicial, para, pelo menos, a minimização do cafajestismo
político eleitoral. A essencial continuidade escolar, pós alfabetização, a
exemplo do que existia até os anos 70, poria fim a um outro câncer que também
aniquila o nosso desenvolvimento - o analfabetismo funcional. Nós que
trabalhamos na educação, observamos, amordaçados, nos quatro níveis -
fundamental, médio, superior, e, pós-graduação - alunos analfabetos funcionais
concluindo esses cursos, a maioria, até, sendo enganados por financiamentos do
governo federal, sem quaisquer perspectivas de honrar, futuramente, o débito
assumido.
Infelizmente, no final
de mais um processo eleitoral, os pobres passarão a ser mais pobres; os
miseráveis, mais miseráveis; os ignorantes, mais, desinformados; os barnabés da
saúde, cada vez mais impotentes; os educadores, cada vez mais desvalorizados;
os nossos jovens pobres, cada vez mais recrutados pelo crime; os eleitores,
cada vez mais, subalternos; e, os eleitos, cada vez mais ricos, poderosos, e
preparados para continuar exterminando as futuras gerações.
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