domingo, 26 de agosto de 2018

OS EXTERMINADORES DO FUTURO

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

Já estamos vivenciando mais um desastroso período eleitoral. É o tempo em que se consolida a desgraça nacional. Nessa época que antecede as eleições, acontece de tudo que se possa imaginar! Inimigos mortais de outrora se reconciliando, provisoriamente; pobres malcheirosos sendo abraçados e beijados por seus algozes; podridões de uns, sendo desenterradas por outros, oponentes de ocasião; promessas vãs sendo balbuciadas da boca para fora; educadores voltando a ser reconhecidos como as pessoas mais valorosas do mundo; barnabés da saúde pública voltando a ser heróis salvadores de vidas, e blá blá blá.
Todas essas mentiras são financiadas pelos impostos pagos pelos pobres trabalhadores, via fundo partidário. Esse ano o TSE já autorizou a distribuição de quase 900 milhões que serão rateados com os inúmeros partidos políticos. Pasmem!
Essa pomposa festa que chamam de “evento democrático”, é, na verdade, um espetáculo tragicômico, com a ativa participação de eleitores, involuntariamente, irracionais, e, candidatos despreparados, atraídos apenas pelas fortunas emanadas do poder. Essa semana, assisti a uma enquete numa emissora de televisão local, na qual o repórter perguntava às pessoas nas ruas, qual a função de um senador? Nenhuma delas soube responder a trivial pergunta! Pasmem, mais uma vez! Se fizerem essa mesma pergunta à maioria dos candidatos, com certeza, também responderão da mesma forma! Entendo, que numa verdadeira democracia, isenta de hipocrisias, essas pessoas, antes de serem jogadas dentro desse mesquinho processo, deveriam ser obrigadas a conhecer todos os detalhes das funções que serão desempenhadas pelos futuros mandatários, diretos, e, indiretos da Nação. Os nossos pobres eleitores, e, os nossos eleitores pobres, a grande maioria nesse processo, sequer, sabem o que significa corrupção, e, muito menos, os males advindos dessa palavra tão asquerosa. Eles nem imaginam que estão vivendo às custas de esmolas, porque os seus supostos benfeitores os tronaram e os mantem, miseráveis! Daí, repetirem cotidianamente: “ele rouba, mas, faz”; “ele é ladrão, mas, eu gosto dele”; “ele roubou, mas me ajudou”; “se eu tivesse lá, faria a mesma coisa”; “vou votar nele mesmo! Pelo menos, ele ajuda os pobres”! E assim sucessivamente.
Por outro lado, ouço, constantemente, com perplexidade, pessoas bem-intencionadas, nas diversas mídias, recomendando que não votem em candidatos fichas-sujas, desconhecendo que a absoluta maioria do nosso eleitorado é formada por pessoas, involuntariamente, ignorantes e subalternas.
A erradicação, não do simples analfabetismo, mas, da ignorância e dependência econômica, seria uma importante decisão inicial, para, pelo menos, a minimização do cafajestismo político eleitoral. A essencial continuidade escolar, pós alfabetização, a exemplo do que existia até os anos 70, poria fim a um outro câncer que também aniquila o nosso desenvolvimento - o analfabetismo funcional. Nós que trabalhamos na educação, observamos, amordaçados, nos quatro níveis - fundamental, médio, superior, e, pós-graduação - alunos analfabetos funcionais concluindo esses cursos, a maioria, até, sendo enganados por financiamentos do governo federal, sem quaisquer perspectivas de honrar, futuramente, o débito assumido.
Infelizmente, no final de mais um processo eleitoral, os pobres passarão a ser mais pobres; os miseráveis, mais miseráveis; os ignorantes, mais, desinformados; os barnabés da saúde, cada vez mais impotentes; os educadores, cada vez mais desvalorizados; os nossos jovens pobres, cada vez mais recrutados pelo crime; os eleitores, cada vez mais, subalternos; e, os eleitos, cada vez mais ricos, poderosos, e preparados para continuar exterminando as futuras gerações.
 

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