segunda-feira, 30 de setembro de 2024

O NOSSO PROFESSOR PARDAL

Texto de Aloisio Guimarães 

Toda cidade tem o seu cientista e minha querida Palmeira dos Índios não fugiu a esta regra. Se alguém lhe disser que mora ou que morou em Palmeira dos Índios, pergunte-lhe se conheceu ou já ouviu falar do Ciço Aluado. Se ele responder que não, é um mentiroso, nunca morou na “Terra dos Xucurus”.
- E quem foi Ciço Aluado?
Ciço Aluado foi o maior cientista que nossa cidade já teve! Era filósofo, mecânico, fogueteiro, meteorologista... E ainda por cima, ele foi um ilusionista de mão cheia. O homem era um pesquisador nato, muito embora não tivesse instrução superior.
O seu apelido “Aluado”, surgiu por conta das suas constantes experiências, nos mais diversos campos da imaginação. E, os mais exagerados, afirmavam que ele era capaz de conversar com a lua (sic)!
Sempre no seu inconfundível Jeep, com as mãos sujas de graxa, Ciço Aluado foi uma daquelas figuras marcantes, queridas e inesquecíveis de nossa terra. A todos, ele costumava dizer que era capaz de fazer chover, em plena seca, se lhe dessem os meios que precisava.
Durante as festas de Natal e Ano Novo, na velha Praça da Independência, um dos momentos mais esperados, por "hômimulé e mininu", era a queima dos fogos do Ciço Aluado. Todo mundo ficava encantado quando viam os fogos queimarem ao longo de um circuito cheio de peripécias e rodas de fogos, iguais aos que víamos somente nos filmes de faroeste, em cenas que retratavam as festas mexicanas em homenagem a Nossa Senhora de Guadalupe.
Eu e meu irmão Casé, fomos testemunhas de uma das experiências do nosso "herói", cujo relato é o seguinte:
Estávamos no “Senadinho”, bar do meu pai, já citado em outros causos, quando chega Ciço Aluado e pede uma lapada de cachaça. Nesse momento, a turma que lá estava (Geraldo Prata, Nilo Barros, Itamar Malta, Dirceu Souza, entre outros) desafia Ciço Aluado para fazer alguma experiência rápida, ali e agora.
O nosso “Professor Pardal” não fugiu à luta! Foi no seu velho Jeep, voltou com um pedaço de Bombril e o colocou justamente dentro do seu copo, que ainda restava um pouco de cachaça. Depois, olhando para todos os presentes, profetizou:
- Daqui a pouco, isso vai pegar fogo.
Ninguém soube até hoje o que peste o Ciço Aluado fez, mas a bobônica do Bombril pegou fogo mesmo! Todo mundo ficou de queixo caído.
Até hoje, de vez em quando, coloco um pedaço de Bombril num copo, com cachaça, e fico esperando ele incendiar e nada acontece...
Com certeza, ele deve estar conversado com o Criador, dando ideias para reinvenção do mundo.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

SE CHUPAR, NÃO DIRIJA

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

O caso é antigo, mas interesante:
Em Cariacica, município capixaba da região metropolitana de Vitória, assim que a Lei Seca foi implantada, um homem teve sua carteira de motorista apreendida em função de o bafômetro ter indicado índice de alcoolemia igual a 0,60 g álcool/L.
O condutor do veículo alegou que não fez uso de bebida alcoólica na noite do flagrante e que a possível causa do delito seria a presença de álcool na composição do desodorante íntimo de sua namorada.
Paulo, 49 anos, professor universitário, voltava do motel com sua namorada na madrugada da última segunda-feira (12/08/13) quando foi abordado por uma blitz do batalhão de trânsito da Polícia Militar do Espírito Santo, na rodovia BR 262.
Diante da acusação de embriaguês proferida pelo etilômetro o professor revelou que, momento antes do flagrante, estava fazendo sexo oral em sua namorada e que a mesma usava um desodorante íntimo que poderia conter álcool em sua composição.
Paula, 19 anos, estudante de Pedagogia, confirmou o uso do higienizador íntimo e revoltada acusou os policiais de preconceito. Segundo Paula, “estes caras são uns idiotas. Devem gostar de mulher fedida. Com tanto bandido na rua eles ficam querendo prejudicar quem se cuida e é cheirosinha. Preconceito puro. Aposto que a mulher deles deve cheiro catupiry até na virilha”.
O sargento Roberto, em entrevista, afirmou que “a forma como o álcool é ingerido não faz diferença para o código nacional de trânsito".
Fica o alerta para moças que fazem uso deste tipo de produto: além de tirar o sabor natural da perseguida ainda podem incriminar namorados.
Os nomes das personagens foram trocados, para evitar constrangimentos.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

EU SOU HOMEM

Texto de Aloisio Guimarães

Janjão era um matuto que morava em Maribondo, uma pequena cidade alagoana, que fica entre Belém e Atalaia. Como ele era um sujeito bonitão e tinha namorado quase todas as moiçolas bonitas da cidade, Janjão gozava da fama de ser um legítimo garanhão.
Não tinha matutinha maribondense que Janjão não tentasse namorar.
O que o povo não sabia era que Janjão “nunca chegava aos finalmentes” com as suas namoradas porque, por debaixo dos panos, quando viajava para outras cidades, o que ele gostava mesmo era “queimar a rosquinha”. Era um verdadeiro “viado colírio”: dava tanto, mas dava tanto, que no outro dia tinha que passar colírio no “olho do boga”, de tão ardido que ele ficava!
Contam que em certa ocasião Janjão veio a Palmeira dos Índios, visitar Pedrão, amigo de infância, que, depois de vários anos, estava de volta de São Paulo, para onde tinha ido ganhar a vidaRecordações mil; papo maravilhoso, regado a várias dúzias de cerveja e muito tira-gosto. Em determinado instante da conversa, já meio bêbado, Janjão perguntou:
- Pedrão, cabra véio, estou pocando... Onde é o banheiro?
- É ali... Vamos lá, que eu também vou... - respondeu Pedrão.
Lá no sanitário, quando Janjão viu o tamanho do "instrumento" de Pedrão, endoidou e assumiu de vez:
- Vixe, Pedrão, que coisa linda e maravilhosa! É o meu sonho de consumo! Eu quero ser “sua”, aqui e agora!
Como ”cu de bêbado não tem dono” e cachaça é má conselheira, ali mesmo o Pedrão enrabou o amigo. Apesar do tamanho avantajado da “coisa” de Pedrão, Janjão não deu um pio sequer e nem derramou nenhuma lágrima. Terminado o “serviço”, Janjão, embora feliz da vida, comenta:
- Pedrãozinho, amor, não sei como a sua mulher aguenta... Você é um verdadeiro cavalo batizado!
- Oxênte, menino, ela aguenta da mesma maneira que você aguentou: caladinha da silva!
Então, Janjão respondeu na bucha:
- Mas eu sou homem! 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

A DOADORA DE SANGUE

POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES

Zulmira era conhecida pelas carolas da igreja Arapiraca, Alagoas, cidade, onde morava, como uma moça trabalhadora, ingênua, caridosa e recatada, pela maneira de se vestir e andar.
Certa vez, comovida com os apelos das autoridades médicas, para doar sangue às vítimas de uma catástrofe que se abateu sobre a cidade vizinha, compareceu a um dos postos de coleta de sangue.
- Você já doou sangue alguma vez? - perguntou o médico.
- Não, doutor, essa é a primeira vez...
Assim, como seria a primeira vez que ela doaria sangue, o médico observou:
- Então, precisamos calcular quanto sangue poderá ser retirado. Quanto você costuma perder durante a menstruação?
Diante desta observação, Zulmira não entendeu bem a pergunta, "saiu do armário" e respondeu:
- Acho que uns R$ 5.000,00...