terça-feira, 4 de novembro de 2014

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

Maceió, infelizmente, continua sendo uma das cidades mais violentas do mundo. Os constantes arrastões à mão armada, e outros crimes, dentre os quais, os assassinatos, absurdamente, já se tornaram rotineiros para a nossa população. Um dado importante e estarrecedor que serve como parâmetro para as nossas análises é a total participação de jovens nos delitos. Isso nos faz compreender que, sem subterfúgios políticos, os últimos governos estão tomando decisões seriamente equivocadas. A delicadeza desse momento nos determina que tenhamos imparcialidade político partidária para que compreendamos a crudelidade dos nossos jovens, mormente, aqueles sobreviventes da nossa periferia social. É impressionante a maneira como pessoas, supostamente, esclarecidas, confundem crescimento econômico com desenvolvimento econômico e social! É fulcral que compreendamos que um crescimento econômico isolado e desvairado, no seio de uma população vitimada por uma falta de educação básica, com pífios Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs), e semelhantes, Índices de Desenvolvimento do Ensino Básico (IDEBs), provoca, ao invés de benefícios, um caos sem precedentes; é o que estamos sofrendo atualmente no nosso país, ou mais precisamente, no nosso estado. Os discursos que ouvimos, às vezes matreiros, às vezes ingênuos, afirmam que os pobres agora estão comendo mais. Então, eu pergunto: O que é mais cruel? Matá-los de fome, ou matá-los de bala? É claro que as duas opções são desgraçadas! Mas, é também muito desumano, diminuir a sua fome e matá-los de bala, com um agravante importante: os sobreviventes dessas batalhas, sem educação, transformam-se, involuntariamente, em ferozes animais irracionais e passam a tomar dos outros, à força, tudo aquilo que a economia isolada lhes mostrou que é para ser consumido por todos.
Quando o governo faz “fuá” de bilhões de reais furtados de quem estudou e trabalhou, jogando-os, aleatoriamente, para os mais pobres, é claro que está movimentando a economia! Porém, não podemos compreender a economia como uma ciência isolada que cresce quando pessoas incautas fazem às suas maneiras irracionais e desordenadas, a circulação das esmolas recebidas, num “insano” mercado.
É evidente que não existe, e é impossível existi-la, uma fiscalização para saber como as pessoas estão gastando as tais doações. Será que os pobres excluídos da nossa periferia social têm educação suficiente para usarem o dinheiro que recebem de forma gratuita, de uma maneira racional? Será que eles têm informação suficiente para usar o dinheiro na educação dos filhos? Será que a “escola” na qual os filhos dos bolsistas são obrigados à se matricular  pode ser chamada de escola? Quantos galgarão a escala de bolsistas para quotistas? Quantos conseguirão, pelo menos, a alcunha de analfabetos funcionais? Quantos deixarão de morrer de fome para morrer de bala? Quantos deixarão de habitar os grotões para sobreviver em reformatórios, casas de passagem, ou em presídios? Quantos agonizarão nos chãos dos precários hospitais públicos? Quantas jovens adolescentes parirão filhos indesejados em colchonetes improvisados nas nossas maternidades públicas? Quantos mais contribuirão para os nossos pífios IDEBs e IDHs? São perguntas cruéis muito fáceis de serem respondidas e que explicarão o porquê do nosso caos social.
A ciência econômica deve ser entendida e compreendida, de forma responsável, como um sistema, onde as regras ditadas pelo ambiente deverão ser respeitadas. Somente dessa forma, os bilhões de reais, ora, jogados à esmo, poderão se transformar em escolas inclusivas e transformadoras que gerarão forças de trabalho independentes de partidarismos políticos. Aí sim, teríamos uma circulação monetária que provocaria um desenvolvimento econômico e social.

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