
Confesso que não conseguiu parar de
ler, fascinado com a maneira singular que escreve seus versos e prosas.
Somente juntando os "cacos encontrados"
nos seus escritos é possível conhecer o verdadeiro Milton: sábio, crítico, sensível,
amigo e religioso.
Abaixo, um dos poemas extraído do seu livro, próprio para o momento atual brasileiro:
ESTE É O MEU PAÍS
Já vem de longa data
a sacanagem
no país cuja
malandragem
é marca registrada
de um povo que gosta
de ser enganado
com futebol, show, feriado
e outras "bolsas" mais.
Brasil,
a pátria amada, bem nascida,
tranquila dorme escondida,
sem sufoco.
Pouco
a se importar com o que acontece,
pois os problemas só esquece,
não querer lembrar jamais.
Meu Brasil!
E diz que o amanhã
vai ser melhor,
sem se dar conta do pior
que por aí vem vindo.
Gozam, lá no Congresso,
os vigaristas, que hoje
são grandes artistas
na praxe de enganar.
E assim esse país tão diferente
vai enrolando essa gente
com esperanças...
Mansa,
a turba vai bem amestrada
cantar, dançar, fantasiada
e assim continuar...
E sabe das trapalhadas
de um Congresso,
que sempre traz
o retrocesso,
sem chances de melhora.
E acha que o que ocorre
é tão normal,
é assim mesmo, é natural.
Tudo está bom demais!
Brasil,
a mãe gentil e tão querida,
insiste em ser subtraída,
sem cobranças.
Mansa,
a massa já está convencida
que o melhor pra sua vida
é sempre esperar.
Meu Brasil!
E assim, com tantos atos
tão secretos,
esses artistas tão espertos
seguem nos roubando.
Zombam da nossa cara,
em grandes farras,
gastando muito, às pamparras,
sempre querendo mais.
E a massa desse país tão indecente,
que não se porta como gente,
sem esperanças...
Mansa,
vai celebrar, extasiada,
com a velha súcia disfarçada,
um novo bacanal.
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