domingo, 19 de maio de 2013

BLITZ

Texto de Aloisio Guimarães

É notório e cristalino que a violência anda à solta no Brasil e que ninguém toma nenhuma atitude concreta e eficaz para acabá-la. A única coisa que cada um sabe fazer é, durante as campanhas eleitorais, pregar “que vai combater a violência como mãos de ferro”, enganando a boa-fé do eleitor, para conseguir votos. Alguém tem dúvidas que este vai ser o mote das campanhas eleitorais do próximo ano? Eu não! Depois das eleições, como eles andam sempre cheios de seguranças e em carros blindados, o combate à violência é uma banana para o Zé Povinho.

Longe de mim querer cercear a liberdade de imprensa. Entendo e defendo que, somente com uma imprensa livre e descompromissada com partidos e ideologias políticas, é que, por exemplo, casos de corrupções serão denunciados e os responsáveis punidos. A denúncia, o julgamento e a condenação dos acusados do “mensalão do PT” é o maior exemplo da necessidade e da utilidade da liberdade de imprensa para o povo.
Com fins e interesses diversos, a imprensa alagoana, nos últimos tempos tem se tornado quase que exclusivamente uma página policial, como se a violência existisse apenas aqui em Alagoas. Entendo que o estardalhaço feito muito mais prejudica a imagem do nosso estado, em todos os sentidos, do que contribuir para a diminuição e a erradicação da violência (uma utopia).
Explico um dos pontos onde baseio o meu pensamento:
Se não bastasse o avanço tecnológico, que permite ao cidadão, inclusive ao bandido, ter acesso imediato às informações via celular/internet, tornando possível avisar aos seus comparsas onde está sendo verificada uma blitz policial, por exemplo, quase todos os sites e blogs da nossa cidade, na ânsia de informar, de dar furos de reportagem ou até mesmo em ser o “gostosão”, alcançando popularidade maior que os outros, informam constantemente quando uma blitz policial está sendo realizada, com todos os detalhes: quais as polícias envolvidas, quantos homens, aonde é a blitz, etc., etc., etc.
Pergunto:
- Um marginal que tem acesso a todas as informações, no exato momento que a operação policial está em andamento, vai passar por lá?
Claro que não, só se for um otário. Foi alertado, mesmo que inconscientemente. Portanto, o número de prisões e apreensão de armas, drogas, motos e carros roubados são inferiores ao que poderia ocorrer.
Volto a perguntar:
- Por que os sites e blogs não deixam para noticiar uma operação policial apenas quando ela estiver terminada, apresentado seus resultados?
Entendo que, somente assim, é que os blogs poderão contribuir com a polícia (e população), diminuindo o número de bandidos alertados e, consequentemente, possibilitando uma maior eficácia nas operações policiais.
O homem de bem não precisa ser informado quando e onde uma blitz está sendo realizada porque nada tem a temer. Alguns podem até não gostar da abordagem policial ou da maneira como são abordados, mas acham necessárias.
Pensem nisso.

Um comentário:

  1. Se não fosse a “palhaçada” das blitz da Lei Seca eu concordaria com você. Hoje, no entanto, consulto os avisos da internet para não ser preso por ter bebido uma taça ou 2 de vinho num jantar com minha família. Coisa de paisinho safado, de gente imbecil, que aceita tudo calada.

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