Dar não é fazer amor. Fazer amor é
lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete. Dar é
aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca, te chama de nomes que eu
não escreveria... Não te vira com delicadeza, não sente vergonha de ritmos
animais.
Dar é bom... Melhor do que dar, só
dar por dar.
Dar sem querer casar, sem querer
apresentar pra mãe, sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o
cara te esquenta a coluna vertebral, te amolece o gingado, te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa. Dar porque se você não der para
ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar
dando, não tem jeito...
Dar sem esperar ouvir promessas, sem
esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora, durante um mês,
para os mais desavisados, talvez anos. mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar. É não ganhar um eu
te amo, baixinho, perdido no meio do escuro; é não ganhar uma mão no ombro
quando o caos da cidade parece querer te abduzir; é não ter alguém pra querer
casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra
falar:
- Que que cê
acha amor?
Dar é Dar!
É não ter companhia garantida para
viajar; é não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia. Dar é não
querer dormir encaixadinho, é não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável! Dê mesmo, dê
sempre, dê muito, mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma
chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão: relaxa,
cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.
Experimente ser amado...
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