Texto
de Carlito Lima

Nesse
verão ele recebeu um telefonema, uma senhora solicitando detalhes do
apartamento, aluguel de 20 dias, também pediu alguns dados sobre o
proprietário. Ele estranhou esse interesse, entretanto, não de fez de rogado,
deu detalhes, 50 anos, casado, engenheiro. A senhora desejou olhar o
apartamento, marcaram às cinco da tarde, em frente à Sorveteria Bali na praia
de Pajuçara. Para reconhecê-la iria de vestido amarelo.
No
local e hora combinados, Nivaldo parou o carro, a senhora aproximou-se, ele
abriu a porta dianteira. Com classe de mulher bem vivida, a dama de amarelo
sentou-se, cumprimentou-o com um belo sorriso, Giselle seu nome. Ele encantou-se
com a beleza da mulher, idade indefinida entre 35 e 40 anos, sentiu o cheiro
suave e sensual de Fleur de Rocaille, seu perfume predileto, respirou fundo,
deu partida no carro.
Ao
dirigir-se ao edifício na praia de Jatiúca foram conversando amenidades. Ela
baiana, morava em Maceió, queria o apartamento para um parente em visita à
cidade. Nivaldo empolgado, em rápida olhada percebeu as belas pernas grossas da
madame. Ao estacionar o carro, ela desceu como uma princesa, ficou parada,
olhou o prédio, balançou a cabeça como aprovação. Tomaram o elevador, deu um
fervor nas veias do nosso amigo ao notar a generosidade do decote da madame.
Ele sugeriu ver primeiro a cobertura comum ao prédio, onde fica a piscina, o
lazer. Giselle se encantou com a vista do mar azulado da Jatiúca, percorreram o
bar, restaurante. Nessa altura o bom humor e a beleza da madame tinham conquistado
a simpatia do nosso herói.
Afinal,
foram ao 5º andar, entraram no apartamento, quarto e sala, cama de casal,
geladeira, as mobílias e utensílios foram mostrados, ela se abaixou olhando as
gavetas e mostrando mais o que tinha por baixo do decote, Nivaldo estava quase
subindo às paredes. Depois de olhar os detalhes, Giselle sentou-se na cama,
bateu no colchão, convidou Nivaldo sentar-se a seu lado. Giselle perguntou o
preço de 20 dias. R$ 3.000,00 respondeu. Fecharam o negócio por R$ 2.500,00,
avisaria seu parente para efetuar o pagamento. Olhou nos olhos do nosso amigo,
apertou sua mão, levantou-se, pediu licença para ir ao banheiro. Nivaldo
sentiu-se aliviado. De repente ouviu abrir a porta, ao olhar teve uma emoção
inesperada, seus testosteronas se agitaram, o sangue ferveu nas veias. Giselle,
simplesmente linda, estava apenas de calcinha amarela, corpo esguio, ancas
largas, falsa magra, cabelos louros escorridos. Sorriu estirando-lhes os
braços:
- Que tal?
Nivaldo
levantou-se, aproximou-se, abraçou-a devagar, beijou-lhe a testa, o nariz, a
boca carnuda, molhada, enquanto ela abria seu cinturão. Nivaldo nunca pensou na
vida que existissem tudo que fizeram naquela tarde.
A
madame, deitada, fumava um cigarrinho, olhava o teto, abriu o jogo, contou sua
história. Usava proprietários e corretores de imóveis para essa aventura
semanal, na verdade não queria alugar o apartamento. Ela tinha necessidade,
compulsão pelo sexo, ninfomaníaca. Casada, seu marido, bem mais velho, sabia de
suas traquinagens, pedia apenas que ela não repetisse a mesma pessoa, não se
apegasse. Como a dama de amarelo gostou de fazer amor com Nivaldo, sugeriu
encontrar-se com ele mais três vezes, no máximo, depois tudo acabado. Saíram
mais três vezes. Não podiam ter laços afetivos, assim foi acertado.
A
dama de amarelo continua satisfazendo sua compulsão sexual, toda semana se
veste de amarelo em busca de novas aventuras, escolhe a vítima pelos anúncios
dos classificados. A história da dama já se espalhou na cidade, tem corretor
gastando uma fortuna em anúncios, na esperança de ser a bola da vez. Nivaldo
agora é só lembrança, saudades das quatro tardes de amor com a dama de amarelo.
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