terça-feira, 13 de outubro de 2015

O FLAGRANTE

Texto de Hamilton Silva


Na atualidade, o homossexualismo, masculino e feminino, está banalizado no Brasil. Constituindo até crime de homofobia quem discriminar um homossexual publicamente, segundo lei criada nesse governo petista. Havendo, inclusive, uma quase total tolerância pela sociedade e até uma orientação, por parte das autoridades do Ministério da Educação, para que as crianças o tolerem e o aceitem nas redes escolares públicas. A meninada tem até acesso às cartilhas governamentais que a orienta, com naturalidade, esse tipo de coisa. Mas na década de 1950, os parâmetros eram outros, o tema era tabu e totalmente execrado quem o praticasse. Principalmente por pessoas da sociedade. Apesar da prática já existir desde quando esse mundo é mundo.
Conta-se que, naquele período, na cidade de Pombal, no Sertão da Paraíba. O promotor local, muito respeitado nos meios forenses, foi flagrado ao ser enrabado num quarto do hotel em que se hospedava. Consequentemente, um grande fuxico, hoje fofoca, tomou conta da cidade. José de Belarmino, conhecido poeta popular nas redondezas, glosou o acontecimento da seguinte forma:
Hoje o mundo está virado
Eu não tenho jeito a dar
Nunca ouvi falar
Em promotor transviado.
Se trancou com um tarado
Foi o maior sururu
Encontraram aquele angu
O cabra tirando a vara.
É muito bonito a cara
De um promotor dando o cu.
Aproveitando o tema, poeta popular, na cidade pernambucana de Caruaru - conhecida como Capital do Forró - como em toda cidade interiorana, na década de 1950, havia um ponto de encontro, de intelectuais e amigos do dono do estabelecimento. Era a Farmácia Franceza, (com z mesmo), do major Sinval, nas horas vagas, poeta popular. Era sogro do escritor e compositor, Nelson Barbalho, autor da música, A Morte do Vaqueiro, gravada por Luiz Gonzaga. Entre os frequentadores, havia o grande repentista paraibano, Pinto do Monteiro, uma fera na viola. O estabelecimento ficava próximo à zona do baixo meretrício. Pinto, de vez em quando, dava umas paradas na farmácia, que ficava no térreo da residência de Sinval, durante suas idas a ZBM. O repentista, segundo Nelson Barbalho, era "meio azarado, toda mulher com quem brincava não era da sua bitola". Certa vez disse à Sinval que "lá na zona só encontro mulher frouxa, cada folote desgraçado". Barbalho aproveitou e inventou o mote: "Não existe mulher frouxa, mas homem do cipó fino". E Sinval, em seguida, o glosou:
Desde o tempo da mirôcha
A verdade é uma só
Em matéria de cipó
Não existe mulher frouxa
Cabra capado, sem trouxa,
Da bilola de menino,
Somente por ser franzino
É que fala de frouxura;
É homem, tal criatura,
Mas homem do cipó fino.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário