quinta-feira, 9 de maio de 2019

CRISE FINANCEIRA

Texto de WILLIAN SOUZA

Para quem ainda não entendeu como funciona uma crise financeira nos bancos, que, de vez em quando, pipoca em algum, lugar do mundo, aqui vai uma forma bem didática de explicar os fatos:
O “seu” Biu tem um boteco, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça na “CADERNETA” aos seus leais fregueses, todos bêbados inveterados e quase todos desempregados.
Como decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha - a diferença é o sobrepreço, “JUROS”, que os pinguços pagam pela venda a crédito, vulgo “FIADO”.
O gerente do banco do “seu Biu”, um ousado administrador formado em curso de “EMIBIÊI”, também conhecido como “MBA”, decide que as tais “CADERNETAS” das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o “PINDURA” dos pinguços como garantia.
Uns seis executivos de grandes bancos, mais adiante, resolve lastrear os tais recebíveis do primeiro banco, e os transformam em “CDB”, “CDO”, “CCD”, “UTI”, “OVNI”, “SOS”... Ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe o que exatamente quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros acabam alavancando o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na “BM&F”, cujo lastro inicial todo mundo desconhece, as tais “CADERNETAS” do “seu” Biu.
E esses derivativos acabam sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países, até que alguém descobre que os bebuns da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas nas “CADERNETAS”.
Então, o boteco do “seu” Biu vai à falência e toda a cadeia de credores e investidores, sem querer, vão ter que acompanhá-lo.
- SACOU?

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