POSTAGEM: ALOISIO GUIMARÃES
Um fazendeiro tinha um
galinheiro com 180 galinhas e estava procurando um bom galo para reproduzir. Um
dia, ele vai a uma agropecuária e diz para o vendedor:
- Procuro um bom galo
capaz de cobrir as minhas 180 galinhas.
O vendedor puxa uma gaiola
com um galo enorme, musculoso, com a crista de pé, de topete, olhos azuis e uma
tatuagem dos Rolling Stones no peito, e diz: Leva esse aqui, o Mário. Ele não
falha.
O fazendeiro leva o
galo e, no dia seguinte, pela manhã, solta o galo no galinheiro. O galo sai
correndo, pega a primeira galinha, e dá duas sem tirar. Pega a segunda, dá a
primeira, e, quando está já na segunda, cai frito.
O fazendeiro volta na
loja e grita:
- Este galo puto comeu
duas galinhas e capotou.
O vendedor se
desculpou e puxou outro galo: Preto, de crista amarela, olhos cinzas e tênis da
Nike:
- Esse aqui é o
Fernando. Não falha nunca.
O fazendeiro volta com
o galo e repete a história: solta o bicho no galinheiro, e o galo sai
alucinado: come a primeira galinha de pé, pega a segunda e traça, na terceira
ele faz o 69 e quando estava bombeando a quarta, cai morto no meio do
galinheiro.
O fazendeiro,
emputecido, volta na loja e diz:
- Escuta aqui, ô filho
da mãe aquele galo broxa caiu morto. É melhor você me vender um galo decente ou
vou tocar fogo nesta merda.
Então o vendedor puxa
um galo desnutrido, sem crista nem penas, com olheiras, corcunda, com tênis
Bamba de lona e uma camisa preta e vermelha, que dizia “Orgulho de
ser Paraibano”, e diz ao fazendeiro:
- Olha, é só o que me
resta. O nome dele é Aristides e chegou por engano num carregamento que
veio da Paraíba.
O fazendeiro, puto da
vida, leva o galo pensando: “O que vou fazer com este galo Paraibano, todo
franzino?”.
Chegando na fazenda,
solta o Aristides no galinheiro. O galo tira a camisa e sai enlouquecido
traçando as 180 galinhas de uma vez só; dá uma respirada e traça as 180
galinhas de novo. Depois, sai correndo e pega o pastor alemão.... Aí o
fazendeiro o pega, dá dois sopapos e para acalmá-lo, acaba trancando-o na gaiola.
- Caramba, que
fenômeno! As galinhas ficaram doidonas!
No dia seguinte solta
o bicho de novo: o galo sai faturando tudo que vê: o cachorro, o porco e duas
vacas... O fazendeiro corre, pega ele pelo pescoço, dá uma chacoalhada para
acalmá-lo e joga ele na gaiola novamente.
No terceiro dia, o
fazendeiro encontra a gaiola toda arrebentada, as galinhas com as xanas para
cima, o porco com o rabo pro sol, bodes passando Hipoglós na bunda, uma
capivara mancando, um pônei sentado no gelo... até que, de repente, à
distância, vê o Aristides caído no chão e os urubus voando em círculos
sobre o pobre galo...
- Não,
o Aristides morreu! O meu Aristides, o melhor galo do mundo!
No meio do lamento e
da choradeira, cuidadosamente o Aristides abre um olho, olha para o fazendeiro,
pisca e diz:
- Silêncio, ô fio
duma égua! Aquelas crioulas estão quase descendo aqui!
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