domingo, 26 de janeiro de 2014

A POLÊMICA DOS ROLEZINHOS

Texto de Rubens Mário
PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

Mais uma vez, o nosso país foi sacudido por uma nova onda de maus costumes - os já famosos rolezinhos. A primeira noticia sobre os novos encontros da nossa juventude desmiolada foi divulgada pelas grandes redes de televisão abertas, e aconteceram na região sudeste. Na oportunidade, o que assistimos foi uma grande bagunça, que teve depois a intervenção da policia militar, seguida de depredações e arrastões na cidade de São Paulo. Sem muito conhecimento do novo movimento, quem presenciou as cenas de terror, se apressou em condenar os atos.
Após o surgimento de novas edições do movimento, li diversas opiniões de alguns intelectuais de gabinete - geralmente, pessoas que não vivem a realidade na prática - afirmando que os comerciantes dos shoppings centers, estavam segregando jovens negros e pobres e, por conseguinte, coibindo as entradas e permanências dos mesmos naqueles locais frequentados pela classe média brasileira.
A Ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da República, Maria do Rosário, afirmou em entrevistas, que não vê os rolezinhos como um problema de policia, porém, disse também - o que eu entendo como uma grave contradição ao governo do qual ela faz parte - que deveríamos nos preocupar com o que estamos oferecendo à esses jovens pobres das nossas periferias sociais, citando, inclusive, a falta  de lugares para eles fazerem seus encontros, à exemplo de praças públicas.
Ainda, segundo as opiniões de alguns intelectuais de plantão, a reunião dos jovens nos centros de compras, afirma a manifestação desses adolescentes, como sendo uma tendência natural, e que eles só querem se divertir, curtir um funk, e “pegar umas mina”. De acordo com entrevistas dadas a diversos órgãos midiáticos, alguns participantes dos rolezinhos, afirmaram gastar em média R$ 500,00 por mês para se produzirem, se exibirem nas redes sociais, alcançando a fama e, assim, angariando admiradores carentes de educação, para, posteriormente, “zuar e pegar as mina” nos shoppings centers.
O que me inquieta e preocupa com essas manifestações e reações da maioria dos formadores de opinião é falta de atenção e cuidados com o novo mundo que já está aí solidificado e com tendências a se acentuar. Na verdade, ninguém, principalmente, os nossos governantes, está preocupado com a educação genuína dos jovens brasileiros, e nem dimensionam as desastrosas consequências de tudo isso. A nossa legitima Presidente Dilma, declarou, recentemente, em rede nacional, que as escolas onde estudam os filhos do Bolsa Família, oferecem boa qualidade de ensino, pasmem! O próprio termo “rolezinho” é uma prova inequívoca da nossa pobreza mental. A expressão "vou dar um role", era usada há alguns anos pelos malandros da época quando queriam dizer que iriam dar umas voltas sem destino.
Quando aceitamos como uma nova tendência cultural esse tipo de manifestação, sem qualquer compreensão inteligível, estamos, também, aprovando todos os descasos com a nossa educação básica.
Sei e reconheço que nesse país, eivado de indecências, inescrúpulos, diferenças e preconceitos de todos os tipos, já se configuram diversos apartheids camuflados, mas, no caso dos tais rolezinhos, não consigo entender como arbitraria, a reprovação dos empresários e dos outros frequentadores, ou, como um preconceito contra negros e pobres, afinal, esses adolescentes realizam as tais “zueiras” e “pegações”, vestidos com “roupas de marca” e, sem o acompanhamento dos seus pais ou responsáveis.
Seria interessante que o governo federal, depois de adotar a educação pública básica, convocasse os pais dos rolezeiros e os orientassem para que os seus filhos, através das redes sociais, promovessem encontros culturais e até campanhas de doações de diversos tipos.

Um comentário:

  1. Com relação ao “post” no teu blog de opinião emanada do Sr. Rubens Mário, professor do Cesmac, gostariade tecer o seguinte comentário:

    Logo no início está a seguinte frase:

    "Sem muito conhecimento do novo movimento, quem presenciou as cenas de terror, se apressou em condenar os atos".

    Não entendi, pois a frase anterior dizia:

    "Na oportunidade, o que assistimos foi uma grande bagunça, que teve depois a intervenção da Polícia Militar, seguida de depredações e arrastões na cidade de São Paulo".

    Quer dizer que isto não é condenável???? Aquelas pessoa que tentam impedir a entrada dos “marginaizinhos” nos Shoppings estão tentando defender o seu patrimônio, fruto do seu trabalho e fonte do seu sustento. Sim, porque uma vez lá dentro, a PM não pode tocar nos “marginaizinhos” sob pena de serem presos, perderem os empregos e serem perseguidos pela Brigada dos Direitos Humanos. Pouco importa a um lojista se são brancos, negros, amarelos, vermelhos. Se são pobres, ricos ou remediados. São “marginaizinhos” e ponto final. O Governo que vá resolver o problema da educação, da pobreza ou do raio que o parta. O Governo e a PM, mantida com o dinheiro de quem trabalha.

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