Membro das Academias Maceioense e Alagoana de Letras e do IHGAL
Aprendi, ainda jovem, que as pessoas não vieram ao mundo
para satisfação de suas expectativas. Fatos que hoje enodoam o Brasil,
deixam-nos boquiabertos e decepcionados com os donatários do Poder.
Recordo-me quando, em minha infância, convivi com um homem
do interior, semianalfabeto, mas dono de uma sabedoria intuitiva. De absoluta
confiança de meus pais, encantava-me com as histórias contadas por ele.
Adorava ouvir o conversador velhinho, sempre escutando seu
radinho de pilha e com um inseparável cachimbo de madeira. Falava-me sobre
Hitler, segundo ele um alemão baixinho, de cara feia, comportamento de
epilético, embora dono de eletrizante discurso que lembrava Carlos Gardel, ao
cantar e encantar as plateias.
Em sua santa ignorância, aquele homem comentava que o
líder nazista invadira vários países da Europa donde retirava riquezas para
tentar a recuperação da economia Alemã, destruída durante a Primeira Grande
Guerra Mundial. O Fuhrer, como era chamado, odiado pelo mundo, foi idolatrado
por seus compatriotas, que o consideravam um guia, condutor e principalmente
líder. Só mais tarde aprendi em detalhes o resto da história, concluindo
que “o dono do bigodinho”, assim como Nero e tantas outras figuras
responsáveis por episódios sangrentos conhecidos da humanidade era mesmo
um louco.
Com o passar dos anos, imaginei já haver visto de tudo. Ano
passado, por exemplo, animei-me com as manifestações de rua, achando que o país
dera um passo importante em direção à ética e à decência. Infelizmente, ainda
embriagado por esta esperança, em minha primeira movimentação pelo mundo real
deparei-me com um Brasil diferente do que a televisão mostrava. Continuei vendo
pessoas de pouca idade estacionarem nas “vagas de idosos”, cidadãos corrompendo
e se oferecendo para serem corrompidos sem o menor pudor ou o mínimo respeito à
própria família.
Novamente sonhei conhecer o bastante. É quando surge o
Petrolão: Absurdo dos absurdos praticado por uma corja de bandidos,
violentando a Nação bem debaixo do Poder Constituído. E o pior, ao contrário de
Hitler que roubava os de fora para trazer benesses a seu país, estas ratazanas
da hora tiraram do Brasil para jogar em Cuba, Bolívia, Venezuela, Passadena –
no Texas e tantos outros países do planeta. Vivemos um episódio claro
de que este grupo de brasileiros degenerados, possui tanto aperfeiçoamento na
rapinagem, que as leis, os princípios, a moral, os bons costumes, o respeito, o
amor ao próximo, a solidariedade e a caridade, têm sido deixados de lado,
forjando um negro capítulo em nossa história, tão mesquinho que, no futuro,
nossos pósteros haverão de imaginar haver sido nossa geração formada por
pessoas que roubavam, matavam, enganavam e mentiam, como nunca acontecera em
nenhuma outra terra civilizada. Com certeza, a sociedade brasileira merece
dirigentes melhores.
A.ROSTAND, meu caro jovem, você foi certeiro nesse comentário;
ResponderExcluirmuito feliz, muito objetivo. Todavia, do alto de minha santa ignorância
eu diria, como estou dizendo: ". . . violentando a Nação em compadrio
com o Poder Constituído." Cleptocracia será a marca registrada da
"Civilização Brasileira".
(Audemaro, desde os confins da Jatiúca em MCZ/AL)