Texto de Aloisio Guimarães
Mas tinha um grande problema: por mais que seus pais implorassem, a garota "não queria muita coisa com a história do Brasil", ou seja, não gostava de estudar. Apesar disto, por conta e obra do destino, Anna Luisa conseguiu passar no vestibular de Medicina Veterinária. Seus pais, empolgados com a aprovação da rebenta, patrocinaram uma bebemoração gigantesca, com dezenas de convidados, regada com bastante comida e bebida. Afinal, eles mereciam, pois a filhinha, amada e mimada, seria agora uma universitária e, logo, logo, uma doutora! É mole?!
Após cinco longos anos, aos trancos e barrancos, Anna Luisa conseguiu o tão sonhado (pelos pais) diploma. Outra festança, maior do que a primeira, mas agora com os seus convidados escolhidos à dedo.
O tempo passou... Certo dia, já depois de formada, a doutora estava na casa da sua avó - que ficava na Vila Maria - para mais um daqueles tradicionais almoços de família, quando, em determinado instante, apareceu a vizinha da sua avó, toda aflita, querendo falar com a nossa veterinária.
- O que foi? - perguntou Dra. Anna Luisa.
- É a minha gata, doutora, que está parindo e já faz um tempão que o filhote "está pendurado" e não sai de vez e nem entra. Deve estar acontecendo algum problema, doutora! Por favor, ajude a minha gatinha, por amor de Deus!
Ouvindo isso, a doutora respondeu:
- Ah, minha senhora, se o filhote já está saindo, pode ir embora que a natureza faz o resto.
Instintivamente, todos os presentes se entreolharam, com aquele olhar interrogativo...
A gata morreu.
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