segunda-feira, 25 de junho de 2018

CHEQUE SEM FUNDOS

Texto de Aloisio Guimarães

Jamais esquecemos as passagens interessantes da infância dos nossos filhos, não importando o quanto os anos passem.
No nosso caso, um dos momentos inesquecíveis vividos com a nossa filha, Edoarda, ocorreu quando ela tinha mais ou menos uns oito anos e estávamos fazendo compras na loja Bompreço, em Maceió.
Ao passarmos pela seção de brinquedos, ela nos pediu (a mim e à minha mulher) para comprarmos a famosa e caríssima (na época) boneca Barbie, modelo novo e recém-lançado.
Depois de ouvirmos o seu pedido, falamos que, no momento, era impossível porque ainda não tínhamos recebido o salário.
Após escutar nossa justificativa ela não se fez de rogada e, inocentemente, sugeriu:
- Ôxente, painho, passe um cheque!
Na hora, achamos muita graça e ficamos orgulhosos da sua presença de espírito para nos convencer da compra. Mas, assim que chegamos à nossa casa, tratamos logo de explicar-lhe o que era um cheque; o que era ter dinheiro em banco; o que acontecia com o nosso dinheiro guardado no banco, quando passávamos um cheque; quando é que podíamos passá-los; o que era cheque sem fundos e o que acontecia com quem passava esse tipo de cheque.
Tenho certeza de que ela aprendeu sobre a responsabilidade que se deve ter na emissão de um cheque.
Hoje, após vários anos, quando saímos para almoçar, na brincadeira, mas reforçando a lição dada, falo para ela:
- Filha, hoje quem vai pagar é você...
E, quando ela responde:
- Eu não, estou lisa!
Imediatamente retruco:
- Ôxente, passe um cheque!
Risos na certa...
No item honestidade, a missão de pai foi cumprida!

Nenhum comentário:

Postar um comentário