sábado, 9 de junho de 2018

MALHAÇÃO ILIMITADA

Texto de Aloisio Guimarães

Toda mulher, independentemente da idade, na ânsia de cuidar da saúde, ficar sarada ou gostosona, tem a mania de academia, mas igual à minha não existe.
Diariamente, acorda às 6 horas da manhã e faz 45 minutos, rigorosamente cronometrados, de um aparelho chamado de STEP, algo parecido com degraus, providos de molas (duras).
Depois disso, ela passa meia hora em pé, “dirigindo o fogão", preparando o café do maridão, no caso, eu.  Em seguida, vamos juntos para o trabalho, onde ficamos até as 14 horas, porque precisamos pagar as nossas contas e dinheiro não cai do céu...
Quando regressamos, é hora dela passar mais meia hora, novamente "dirigindo o fogão", para fazer o almoço. Tão logo terminamos de almoçar ela vai correndo lavar os pratos, pois não permite de maneira alguma que eu faça isso porque, segundo ela, "é serviço de mulher" (eita mulé arretada da gota serena!).
Terminada a agradável tarefa de cozinhar e lavar os pratos, ela vai para a academia - só para mulheres e professora mulher, porque eu “sou maluco, mas tenho juízo” e mulher minha não vai ficar por aí, dando bobeira...
Quando volta da academia, ainda tem disposição para mais uns 40 minutinhos, “jogo-rápido”, fazendo o seu "cooperzinho" na esteira que temos em casa.
E tudo isto é quando estamos sem empregada, como agora. Quando tínhamos empregada, o tempo que ela hoje “desperdiça dirigindo o fogão e lavando pratos", ela se divertia dando suas pedaladas na bicicleta ergométrica que tinha e, felizmente, foi doada por falta de espaço suficiente.
Ultimamente ela sentiu fortes dores nas costas, pescoço e braços. Após vários exames, foi diagnosticada com tendo "bico de papagaio" e “3 hérnias de disco” (no caso dela, pela quantidade de hérnias, deveria ser chamado de “hérnia de discoteca”).
Mesmo com problemas na coluna, você pensa que ela parou? Enganado! Ela continua querendo manter o mesmo ritmo desenfreado de ginástica!
Vendo diariamente toda essa obsessão, digo-lhe sempre que algum dia, quando um amigo me encontrar na rua, vai ocorrer o seguinte diálogo:
- Oi, Aloisio, cadê a Vanja, como é que ela está?
- Cara, você não soube?! Ela morreu de repente, cheia de saúde!

Agora, o que eu não compreendo é o porquê dela ficar brava comigo, quando escuta este meu comentário...
Finalmente, cá para nós, hoje à noite, depois que ela ler isto tudo, será que vou dormir na cama ou no sofá?

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