quinta-feira, 28 de junho de 2018

MEU ADORÁVEL PRIMO

Texto de Aloisio Guimarães

Certo dia estava na praia de Jatiúca, sozinho e sentado na areia, quando apareceu um primo meu, de nome José "Zé" Aloisio, que fazia tempos que não nos encontrávamos Assim que me viu, após os cumprimentos iniciais, ele sentou-se junto a mim.
Depois de alguns minutos, duas garotas, na faixa dos 20 anos, sentaram próximas a nós.
Sem se importar com a presença das jovens, continuamos a conversar sobre nossa família:
- Como vai tia Isa (como minha mãe era chamada na família)?
- Vai bem... E tia Lucila (mãe dele, minha tia), como vai?
Pela proximidade, cerca de um metro, mesmo sem querer, as duas garotas ouviam toda a nossa conversa e percebiam que éramos primos.
De repente, Zé Aloisio fica em pé e me convida:
- Primo, vamos dar um mergulho?
Eu respondi:
- Vou não, primo, a água está muito fria; vai você, que eu fico aqui...
Em seguida, ele tira o relógio do pulso, a carteira porta-cédula e a camiseta e, dirigindo-se a uma das garotas, entrega-os e solicita:
- Você dá uma olhada aqui, prá mim?
E, passo seguinte, se dirige para o mar.
As duas garotas olharam para mim e fizeram aquele olhar interrogativo, estranhando o fato dele não ter confiado os seus pertences a mim, seu primo, visto que, ouvindo o nosso papo, elas tinham tomado conhecimento do nosso parentesco.
Mudamente, eu respondi-lhes apenas "dando os ombros"...
Como não encontrei um buraco para me esconder, levantei-me e fui embora, sem esperar o meu “querido” primo sair da água.
Com todo respeito à minha tia:
- Um tremendo filho da puta!
Até hoje não tenho notícia se ele morreu afogado...

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