Quem viveu na década de 60 em Palmeira
dos Índios, conheceu o Padre Ludugero. Além de padre era um temido professor; a
turma penava para passar come ele. O padre Ludugero era um sujeito alto,
galego, descendência alemã, olhos esverdeados, voz grave... Era um homem
respeitado não só na cidade, como em toda a região.
Fiquei
de boca aberta, quando certo dia, o padre Ludugero, chegou no Senadinho (bar do
meu pai, frequentado pela alta sociedade palmeirense) para falar com o prefeito,
que lá estava. Conversa vai conversa vem, o padre bebeu uma dose de whiskey...
Não acreditei: um padre bebendo! E olhe que estávamos nos anos sessenta!
Dito
isto, vamos ao causo:
Certo
domingo, pela manhã, o padre Ludugero foi até um povoado rezar uma missa.
Terminada a celebração o fazendeiro local ofereceu um almoço ao padre. Além do
padre, estavam algumas pessoas influentes do povoado e, entre eles, de penetra,
estava o Francisco, um conhecido engraçadinho, acostumado a tirar sarro com a
cara de todo mundo.
Tão
logo terminou de almoçar, Francisco, bateu na barriga, deu um arroto e falou
alto, para todo mundo ouvir:
-
Comi que só um padre!
Ao
ouvir a indireta, o padre Ludugero não se fez de rogado, esqueceu até que era
padre e gritou, para todo mundo ouvir:
-
Como um padre, não! Você comeu foi como um cavalo, seu filho da puta!
Dizem que nunca mais Francisco foi a uma
missa do padre Ludugero...
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