quinta-feira, 20 de agosto de 2020

PADRE LUDUGERO

Texto de Aloisio Guimarães

Quem viveu na década de 60 em Palmeira dos Índios, conheceu o Padre Ludugero. Além de padre era um temido professor; a turma penava para passar come ele. O padre Ludugero era um sujeito alto, galego, descendência alemã, olhos esverdeados, voz grave... Era um homem respeitado não só na cidade, como em toda a região.
Fiquei de boca aberta, quando certo dia, o padre Ludugero, chegou no Senadinho (bar do meu pai, frequentado pela alta sociedade palmeirense) para falar com o prefeito, que lá estava. Conversa vai conversa vem, o padre bebeu uma dose de whiskey... Não acreditei: um padre bebendo! E olhe que estávamos nos anos sessenta!
Dito isto, vamos ao causo:
Certo domingo, pela manhã, o padre Ludugero foi até um povoado rezar uma missa. Terminada a celebração o fazendeiro local ofereceu um almoço ao padre. Além do padre, estavam algumas pessoas influentes do povoado e, entre eles, de penetra, estava o Francisco, um conhecido engraçadinho, acostumado a tirar sarro com a cara de todo mundo.
Tão logo terminou de almoçar, Francisco, bateu na barriga, deu um arroto e falou alto, para todo mundo ouvir:
- Comi que só um padre!
Ao ouvir a indireta, o padre Ludugero não se fez de rogado, esqueceu até que era padre e gritou, para todo mundo ouvir:
- Como um padre, não! Você comeu foi como um cavalo, seu filho da puta!
Dizem que nunca mais Francisco foi a uma missa do padre Ludugero...

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