PROFESSOR E ADMINISTRADOR DE EMPRESAS
Mais uma vez, indiferentes ao Natal, tivemos um final de ano manchado de sangue. Algumas pessoas até tiveram a “sorte” de permanecerem vivas após as covardes agressões. Fica bastante evidente que os impiedosos delinquentes sentem prazer em matar.
Num dos casos mais rumorosos o ex-presidente do CRB, Paulo Trindade, o popular, “Paulo Marmita”, foi, covardemente, trucidado durante um roubo de um aparelho celular, pasmem!
Sem saberem mais o que fazer para se livrarem das agressões, é muito comum ouvir as pessoas afirmarem: “Ah! Falta policia nas ruas”! “Trás de volta o coronel Amaral”! E, etc. O primeiro suplicio até que é verdadeiro, mas, não é o motivo principal das barbáries. Com relação ao segundo, tenho as minhas reservas, e justifico: no tempo do coronel Amaral - homem de atitudes fortes e decisivas - o mundo era outro, totalmente diferente do atual! A população era, infinitamente, menor; a música, mesmo aquelas de qualidade inferior, era romântica e, muitas vezes, ingênua; a televisão ainda respeitava as famílias e, não tinha ousado tomar conta das nossas vidas; as habitações ainda eram horizontais - poucos moravam em edifícios, tínhamos relações humanas; os menores eram crianças inocentes; não tínhamos a entidade, direitos humanos; homem e mulher formavam um casal, daí uma família; e, a gênese principal da transfiguração do novo mundo - tínhamos uma eficiente educação púbica básica. Logo, se o prezado coronel voltasse, iria encontrar sérias dificuldades para reimplantar o seu duro sistema de trabalho no comando da nossa segurança pública. Creio que até poderia fazer o crime migrar de região, mas, vencê-lo, infelizmente, não.
O que precisamos entender e compreender é que o grave problema não é assintomático! Não é casual! Essas pessoas que estão aí matando e roubando não se transformaram em animais irracionais da noite para o dia! Muito pelo contrário! Foram submetidas, dolorosamente, desde o nascimento até a juventude, a processos de sobrevida, maquiavélicos e hediondos, patrocinados pelo poder público. A esses jovens meliantes foram negados a educação genuína em detrimento de processos mesquinhos de transferência de renda e uma consequente e equivocada circulação monetária, na qual se inclui produtos nocivos à própria sobrevida dos miseráveis, e, por conseguinte, dos seus semelhantes. O resultado de todos esses mal feitos aos menos aquinhoados foi o estabelecimento de dois mundos totalmente diferentes e paralelos que, ao contrário da regra matemática, se encontram, ou melhor, se chocam, constantemente, muito antes do infinito, ou, mais precisamente, quando um necessita do outro.
A satisfação da necessidade quando se materializa através dos elementos do mundo menos assistido e, e que foram, totalmente desprovidos de qualquer formação humana e social, se dá, logicamente, através da revolta e da, consequente, brutalidade. Diante dos fartos prazeres mundanos e novidades tecnológicas exibidos, matreiramente, pelo competente merchandising global, e com o tirocínio aniquilado, esses seres humanos, mesmo participando da tal circulação monetária, transformam-se em ferozes e destemidos animais irracionais, partindo, movidos à drogas e armas de fogo, facilmente encontradas circulando no sub mundo, para tomar dos outros, aquilo que seus instintos pedem que o façam.
Então, infelizmente, o que nos espera num novo tempo, é a acentuação dos conflitos entre os habitantes dos dois mundos, derivada da ganância monetária subjetiva dos seus promotores.
O que clamamos para o futuro é que haja uma circulação monetária sadia e decente, fruto de uma equilibrada e racional atividade laboral por parte dos que hoje, são ultrajados com esmolas desviadas daqueles que sonham com um mundo único habitado por pobres e ricos que se necessitem de forma humana, e, sobretudo, se respeitem.
Que Deus nos ouça, e feliz ano novo.
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