O matemático britânico Alan Turing, considerado o Pai da Informática Moderna e que ajudou os Aliados a decifrarem o Código Enigma Alemão - mensagens cifradas trocadas entre a marinha alemã - durante a II Guerra Mundial, quando trabalhou no serviço secreto britânico em Bletchley Park (mansão na Inglaterra dedicada à análise de códigos), recebeu nesta terça-feira (24) um indulto póstumo, 59 anos depois de morrer intoxicado por cianeto em decorrência de um processo de "castração química" ao qual ele foi condenado, pelo Reino Unido, em 1952, por ser assumidamente homossexual, considerado, à época, ilegal.
A sua condenação lhe obrigou a abandonar seu trabalho no Quartel-General de Comunicações do Governo (GCHQ), ao qual se incorporou após trabalhar durante a guerra.
Alan Turing morreu em 1954, aos 41 anos, envenenado com cianureto e, embora o legista tenha determinado que foi suicídio, a sua família e os biógrafos sempre declararam que se tratou de um acidente.
Por sugestão do governo, que atuou movido por um pedido popular, a rainha Elizabeth II concedeu o perdão a Turing, terminando uma campanha de vários anos, apoiada por cientistas como Stephen Hawking e que também incluiu uma proposição de lei apresentada na Câmara dos Lordes pelo liberal-democrata John Sharkey.
"Alan Turing foi um homem excepcional com uma mente brilhante. Seu brilho se evidenciou em Bletchley Park durante a Segunda Guerra Mundial, onde foi fundamental para decifrar o Código Enigma, contribuindo para pôr fim à guerra e salvar milhares de vidas", afirmou o ministro da Justiça, Chris Grayling, que foi quem pediu à soberana que emitisse o indulto.
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